A Fábrica Mágica . Морган Райс

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A Fábrica Mágica  - Морган Райс Oliver Blue e a Escola de Videntes

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por outra e outra e mais outra.

      "Ei!" Oliver gritou, virando-se com raiva.

      A Srta. Belfry também se virou. Ela franziu a testa ao ver a cena.

      "O que está acontecendo?" perguntou.

      "Estamos apenas tentando descobrir coisas que voam", disse Paul, inocentemente. "Uma deve ter atingido Oliver por acidente".

      A Srta. Belfry parecia não acreditar. "Oliver?" ela perguntou, virando-se para ele.

      Oliver sentou-se, encolhendo-se. "É verdade", ele murmurou.

      A essa altura, a impetuosa Samantha havia terminado seu desenho e a professora voltou sua atenção para a turma. Ela apontou para o quadro, onde agora havia um diagrama de uma asa, não reta, mas curvada como uma lágrima esticada para os lados. Duas linhas pontilhadas indicavam os caminhos do ar passando acima da asa e abaixo dela. O fluxo de ar que passa por cima da asa parecia diferente em comparação com o fluxo diretamente abaixo dela.

      "Assim?", ela perguntou. "Mas eu ainda não entendo como isso produz sustentação".

      Oliver sabia muito bem que a Srta. Belfry sabia de tudo, mas como havia acabado de ser atingido por bolas de papel, estava relutante em falar de novo.

      Então, ele percebeu algo. Nada do que fizesse iria deter a provocação. Ou ele ficava ali em silêncio e sendo provocado por não fazer nada, ou ele falava e seria provocado por sua inteligência. Ele percebeu então o que preferia.

      "Seguindo por caminhos diferentes, o ar cria uma força descendente", explicou. "E se tomarmos a terceira lei de Isaac Newton - que toda ação produz uma reação igual e oposta - você pode ver como a reação resultante a essa força, à força descendente, é que o ar que passa sob a asa cria a sustentação".

      Ele cruzou os braços e se sentou.

      A Srta. Belfry parecia triunfante. "Isso está certo, Oliver".

      Ela voltou para o desenho e adicionou flechas. Oliver sentiu uma bola de papel bater em sua cabeça, mas desta vez ele nem reagiu. Não se importava mais com o que seus colegas de classe pensavam dele. Na verdade, eles provavelmente estavam com inveja por ele ter um cérebro e conhecer coisas legais, como as leis de física de Isaac Newton, quando tudo o que conseguiam era amassar uma folha de papel e jogar na cabeça de alguém.

      Ele cruzou os braços com mais força e, ignorando as bolas de papel que lhe batiam na cabeça, concentrou-se na imagem da Srta. Belfry. Ela estava desenhando uma flecha apontando para baixo. Ao lado, ela escreveu força descendente. A outra flecha que ela desenhou apontava para cima, com a palavra sustentação.

      "E quanto aos balões de ar quente?", uma voz desafiadora veio de trás. "Eles não funcionam dessa maneira, mas ainda assim voam".

      Oliver se virou, procurando pelo dono da voz. Era um garoto mal encarado, com sobrancelhas escuras e espessas, covinha no queixo, que havia se juntado a Paul para jogar as bolas de papel.

      "Bem, aí está em ação uma lei completamente diferente", Oliver explicou. "O balão voa porque o ar quente sobe. Os irmãos Montgolfier, que inventaram o balão de ar quente, perceberam que, se você prender o ar dentro de algum tipo de invólucro, como um balão, ele se torna flutuante devido à menor densidade do ar quente em comparação com o ar frio do lado de fora".

      O menino apenas pareceu mais irritado com a explicação de Oliver. "Bem, e os foguetes?", Ele desafiou ainda mais. "Eles não têm invólucro, ou seja o que for que você acabou de dizer. Mas sobem. Como eles funcionam, CDF?"

      Oliver apenas sorriu. "Isso remete novamente à terceira lei sobre movimento de Isaac Newton. Só que nesse caso a força é a propulsão, não o lift, ou sustentação. Propulsão é a mesma coisa que move um trem a vapor. Uma grande explosão em uma extremidade produz uma reação oposta de propulsão. Só que, com um foguete, é preciso chegar ao espaço, então a explosão tem que ser muito grande".

      Oliver podia se sentir cada vez mais animado quando falava sobre essas coisas. Mesmo que todas as crianças estivessem olhando para ele como se ele fosse uma aberração, não se importava.

      Ele se virou para a frente da sala. Ali, sorrindo orgulhosamente, estava a Srta. Belfry.

      "E você sabe o que todos esses inventores tinham em comum?", ela perguntou. "Os Montgolfiers e os Wrights e Robert Goddard, que lançaram o primeiro foguete movido a propelente líquido? Eu vou te dizer o quê. Eles fizeram coisas que a maioria dizia ser impossível! Suas invenções eram malucas. Imagine alguém dizendo que poderíamos usar os mesmos princípios das antigas catapultas chinesas para lançar um homem no espaço! E, no entanto, eles se tornaram inventores revolucionários, cujas invenções mudaram o mundo e toda a trajetória da humanidade!"

      Oliver sabia que ela estava falando com ele, dizendo-lhe que não importava o que as pessoas fizessem ou dissessem, ele nunca deveria ser intimidado a ficar em silêncio.

      Então algo notável aconteceu. Em resposta à paixão e entusiasmo da Srta. Belfry, a turma ficou em silêncio. Não o silêncio tenso de um ataque latente, mas o silêncio humilde de ter aprendido algo inspirador.

      Oliver sentiu um nó no estômago. A Srta. Belfry era realmente uma professora incrível. Ela era a única pessoa que havia demonstrado um nível de animação parecido ao que ele tinha pela física, ciência e inventores, e sua animação até conseguiu silenciar seus colegas turbulentos, ainda que apenas temporariamente.

      Nesse momento, uma enorme rajada de vento fez as vidraças chacoalharem. Todos pularam em uníssono e viraram os olhos para o céu cinzento do lado de fora.

      "Parece que a tempestade chegará em breve", disse ela.

      Assim que disse isso, a voz do diretor surgiu pelo alto-falante.

      "Alunos, acabamos de receber um aviso do Serviço Nacional de Meteorologia. Esta será a tempestade do século, algo que nunca vimos antes. Realmente não sabemos o que esperar. Então, por questões de segurança, o prefeito mandou cancelar as aulas de hoje.

      Todos começaram a gritar animadamente e Oliver se esforçou para ouvir as últimas palavras do anúncio do diretor.

      "A tempestade deve chegar em uma hora. Existem ônibus lá fora. Por favor, vão direto para casa. O aviso oficial é não sair quando a tempestade chegar, em aproximadamente uma hora. Este é um aviso que vale para toda a cidade, então, seus pais estão esperando por vocês em casa. Qualquer um que for pego desobedecendo as instruções será suspenso".

      Ao redor de Oliver, ninguém parecia se importar. Tudo o que ouviram foi que as aulas foram suspensas e agora queriam aproveitar ao máximo. Pegaram seus livros e correram para fora da sala de aula como uma debandada de búfalos.

      Oliver recolheu suas coisas mais devagar.

      "Você se saiu muito bem hoje", disse a Srta. Belfry enquanto colocava todos os seus pequenas modelos em sua bolsa. "Poderá chegar em casa bem?" ela parecia preocupada com o bem-estar dele.

      Oliver assentiu para tranquilizá-la. "Eu vou pegar o ônibus com todos os outros", disse ele, percebendo que isso significava uma longa viagem com Chris. Ele estremeceu.

      Oliver colocou a alça de sua mochila por cima do ombro e seguiu o resto das crianças até o lado de fora. O céu estava tão

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