A Fábrica Mágica . Морган Райс

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A Fábrica Mágica  - Морган Райс Oliver Blue e a Escola de Videntes

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aquela cama", ele murmurou, enquanto trabalhava. "É bamba. E o colchão não é macio". Ele esfregou as costas, para enfatizar seu argumento.

      Oliver sentiu uma onda de raiva. Pelo menos seu pai dormiu em uma cama! Ele teve que dormir em cobertores em um canto da sala! A injustiça o magoou.

      "Não sei como vou passar um dia inteiro no call center", acrescentou a mãe de Oliver, tomando café. Então, colocou sua caneca na mesa, agora provisoriamente consertada.

      "Você tem um novo emprego, mãe?" Oliver perguntou.

      Mudar de casa o tempo todo tornava impossível para os pais manter o emprego em tempo integral. As coisas em casa eram sempre mais difíceis quando estavam desempregados. Mas, se mamãe estava trabalhando, isso significava comida melhor, roupas melhores e dinheiro para comprar mais engenhocas para suas invenções.

      "Sim", disse ela, deixando escapar um sorriso tenso. "Eu e o papai. Mas são longas horas. Hoje é dia de treinamento, mas depois disso, ficaremos com o último turno. Por isso, não estaremos aqui quando voltarem do colécio. Mas Chris vai ficar de olho em você, então não se preocupe".

      Oliver sentiu o estômago revirar. Ele preferia que Chris não estivesse na equação. Era perfeitamente capaz de cuidar de si mesmo.

      Como se convocado pela menção de seu nome, Chris entrou na cozinha. Ele era o único Blue que parecia revigorado esta manhã. Espreguiçou-se e soltou um bocejo teatral, fazendo a camisa subir por cima de sua barriga redonda e rosada.

      "Bom dia, minha família maravilhosa", disse ele, com seu sorriso sarcástico. Passou um braço ao redor de Oliver, puxando-o para um tipo de abraço habilmente mascarado como afeto fraternal. "Como vai você, fracote? Animado com o primeiro dia de aula?"

      Oliver mal podia respirar, Chris estava apertando muito. Como sempre, seus pais pareciam alheios ao bullying.

      "Mal posso... esperar..." ele conseguiu dizer.

      Chris o soltou e se sentou à mesa, em frente ao pai.

      Mamãe veio do balcão com um prato de torradas com manteiga. Ela o colocou no centro da mesa. Papai pegou uma fatia. Então Chris se inclinou para a frente e pegou o resto, sem deixar nada para Oliver.

      "Ei!" Oliver gritou. "Você viu aquilo?"

      Mamãe olhou para o prato vazio e soltou um de seus suspiros exasperados. Olhou para o pai como se esperasse que ele dissesse alguma coisa. Mas o homem apenas deu de ombros.

      Oliver cerrou os punhos. Era tão injusto. Se ele não tivesse previsto algo assim, teria perdido outra refeição, graças a Chris. Ficou furioso por nenhum de seus pais nunca defendê-lo, ou pelo menos notar quantas vezes ele tinha que ficar sem as coisas por causa de Chris.

      "Vocês dois vão andando juntos até a escola?" A mãe perguntou, claramente tentando mudar de assunto.

      "Não posso", disse Chris com a boca cheia. A manteiga escorreu pelo queixo dele. "Se eu for visto com um nerd, nunca farei amigos".

      Papai levantou a cabeça. Por um segundo, parecia que ele estava prestes a dizer alguma coisa a Chris, e castigá-lo por xingar Oliver. Mas então ele claramente decidiu o contrário, porque apenas suspirou, cansado, e voltou os olhos novamente para a mesa.

      Oliver rangeu os dentes, tentando manter sua crescente fúria sob controle.

      "Por mim, tudo bem", ele sussurrou, olhando para Chris. "Prefiro mesmo manter distância de você".

      Chris soltou uma gargalhada rancorosa.

      "Meninos..." Mamãe avisou, com uma voz muito mansa.

      Chris cerrou o punho para Oliver, indicando claramente que se vingaria mais tarde.

      Depois do café da manhã, a família rapidamente se arrumou e saiu de casa.

      Oliver viu seus pais entrarem em seu carro surrado e partirem. Então Chris se afastou sem dizer mais nada, com as mãos nos bolsos e uma expressão carrancuda no rosto. Oliver sabia o quanto era importante para Chris deixar imediatamente claro que ele não deveria ser incomodado. Era sua armadura, a maneira como ele lidava com o primeiro dia em um novo colégio seis semanas após o início do ano letivo. Mas Oliver era muito magro e muito baixinho para tentar cultivar tal imagem. Sua aparência só o fazia se destacar ainda mais.

      Chris caminhou rapidamente, sumindo de vista, deixando Oliver sozinho para caminhar pelas ruas desconhecidas. Não foi a caminhada mais agradável da sua vida. O bairro era difícil, com muitos cachorros raivosos latindo atrás de cercas fechadas com correntes, e carros barulhentos e desordeiros percorrendo as estradas esburacadas, sem se importar com as crianças que atravessavam.

      Quando o Colégio Campbell apareceu à sua frente, Oliver sentiu um arrepio. Era um prédio horrível, feito com tijolos cinzentos, completamente quadrado e com uma fachada desgastada pelo tempo. Não havia nem grama para se sentar, apenas uma grande quadra de asfalto com aros de basquete quebrados dos dois lados. Crianças se empurravam, lutando pela bola. E o barulho! Era ensurdecedor, e tinha de tudo, de brigas a cantorias, de gritos a conversas.

      Oliver queria se virar e voltar correndo pelo mesmo caminho pelo qual tinha vindo. Mas engoliu o medo e caminhou, de cabeça baixa e com as mãos nos bolsos, atravessando o parquinho e passando pelas grandes portas de vidro.

      Os corredores da Campbell Junior eram escuros. Cheiravam a água sanitária, apesar de parecerem que não tinham sido limpos há uma década. Oliver viu uma placa indicando a recepção e a seguiu, sabendo que ele teria que pedir informações a alguém. Quando chegou no balcão, havia uma mulher muito entediada, com expressão raivosa, digitando num computador com longas unhas vermelhas.

      "Com licença", disse Oliver.

      Ela não respondeu. Ele pigarreou e tentou de novo, um pouco mais alto.

      "Desculpe. Eu sou um novo aluno, hoje é meu primeiro dia".

      Finalmente, ela desviou os olhos do computador e olhou para Oliver. Apertou os olhos. "Aluno novo?" perguntou, com um olhar de suspeita. "Estamos em outubro".

      "Eu sei", Oliver respondeu. Ela não precisava lembrar. "Minha família acabou de se mudar para cá. Eu sou Oliver Blue".

      Ela o observou em silêncio por um longo momento. Então, sem dizer nada, voltou sua atenção para o computador e começou a digitar. Suas longas unhas se chocavam contra as teclas.

      "Blue", ela disse. "Blue. Blue. Blue. Ah, achei. Christopher John Blue. Oitava série".

      "Ah, não, este é meu irmão", Oliver respondeu. "Eu sou Oliver. Oliver Blue".

      "Não estou achando nenhum Oliver", ela respondeu, indiferente.

      "Bem... mas aqui estou eu", Oliver disse, com um sorriso sem graça. "Eu devo estar na lista. Em algum lugar".

      A recepcionista parecia não estar nem aí. Todo aquele drama não lhe incomodava nem um pouco. Ela digitou de novo, e depois suspirou longamente.

      "Ok. Achei. Oliver Blue. Sexta série. Então, se virou na cadeira giratória e jogou uma pasta na mesa. "Aqui estão sua agenda, mapa do colégio, contatos úteis, etc. Você encontrará

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