O Conde De Edgemore. Amanda Mariel
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Riu! A mulher insolente o achava divertido. O que diabo estava errado com ela?
Pensando bem, ele não queria saber. Blake enfiou as mãos nos bolsos e girou para se afastar.
– Espere – ela falou para suas costas, já em retirada. – Eu sinto muito. Vamos fazer nosso passeio, pelo bem da família.
Ele se virou, uma carranca puxando seus lábios.
– Venha agora, podemos até nos divertir. – Carstine se aproximou e passou a mão pelo braço dele. – Não seja azedo. Prometo ser agradável a partir de agora.
Ele a encarou com seu olhar.
– É melhor você ser, ou vou deixá-la na neve para cuidar de si mesma.
Ela sorriu.
– Você não ousaria. Você disse isso ontem.
– Isso foi antes de eu te conhecer. – Ele sorriu, divertido, quando a levou para o trenó.
– Eu disse que estava arrependida – ela protestou quando chegaram.
Blake deu a volta no trenó, depois subiu e se sentou ao lado dela.
– Como eu, mas meu pedido de desculpas não fez nada para acabar com sua irritação. – Ele lançou um olhar para ela. – Agora, eu devo simplesmente perdoá-la, mesmo que você não tenha me perdoado?
– Não, você está errado. – Ela acenou com a mão com um pouco de floreio. – Eu o perdoei no momento em que vi o constrangimento sobre suas suposições colorir o seu rosto.
Sua mandíbula relaxou quando ele pegou as rédeas e colocou o trenó em movimento.
– Então por que você dificultou as coisas agora?
– Por diversão. Você é bem fofo quando está zangado, sabe? – Sua risada ecoou, enchendo o ar ao redor deles com uma melodia caprichosa e contagiosa.
Ela o achava fofo? Ele sorriu com a revelação e lançou lhe um olhar de reprovação.
– Não estou nem um pouco divertido.
– Você e Beira parecem compartilhar o mesmo humor.
– Beira? – Blake arqueou uma sobrancelha em questão.
– Sim, a deusa do inverno. – Carstine estendeu a mão coberta por uma luva e pegou vários flocos de neve fofos que giravam no ar ao seu redor. – Você não ouviu falar dela?
– Receio que não – respondeu Blake.
– Ela é uma velha abatida, com pele cor cinza e um olho. Beira domina o inverno e, quando está descontente, ela o faz saber.
– Você está me comparando com uma velha abatida?
– Sim, mas apenas o temperamento. – Carstine colocou a mão de volta no cobertor, cobrindo o colo. – Ela está com um humor, com certeza. É por isso que vimos tanta neve e vento ultimamente.
– Eu não estou com mau humor. – Blake balançou a cabeça.
– Não? – Carstine inclinou a cabeça para estudá-lo. – Então por que você continua fazendo uma careta?
– Eu não estou.
O sorriso dela cresceu, os cantos dos olhos enrugaram.
– Está fazendo isso agora.
– Eu não estou. – Blake forçou um sorriso.
Carstine começou a rir novamente.
– Você parece uma estátua prestes a quebrar em mil pedaços.
Blake imaginou que deveria parecer como ela descrevera, porque seus esforços estavam machucando o seu rosto. Ele, sem dúvida, parecia absolutamente ridículo, e por quê? Porque esse projeto de lady estava brincando com ele?
Ridículo, de fato!
Ele riu da pura loucura disso.
– Muito melhor – disse ela, cutucando-o de brincadeira. – Sim, Minerva gosta bastante de você. Ela tagarelou em meus ouvidos sobre você. Insistindo que é uma boa pessoa e devo dar-lhe uma chance de se redimir.
Isso realmente parecia sua irmã. Blake deu um sorriso genuíno.
– Ela fez o mesmo comigo ao seu respeito.
– Uma moça que sabe subornar, para se dizer o mínimo. – Carstine se arrastou no assento, virando-se para encará-lo mais completamente. – Eu digo para esquecermos nosso primeiro encontro e tudo o que se seguiu.
– De fato, deveríamos – Blake concordou.
– Sim. – Carstine assentiu e estendeu a mão. – Eu sou a senhorita Carstine Greer.
Blake hesitou por um momento, antes de parar o trenó e pegar sua mão.
– Blake Fox, Conde de Edgemore, a seu serviço. – Ele pegou a mão dela e a levou à boca, dando um beijo nas juntas cobertas por luvas.
– É um prazer conhecê-lo, meu senhor. – Ela sorriu, seus olhos verdes vibrantes enquanto o estudava.
– Garanto-lhe, o prazer é todo meu. – Blake deu um sorriso malandro. – Agora, conte-me tudo sobre você.
– Como estou bem ciente, nossas mães são velhas amigas…
Blake tomou as rédeas e colocou de volta os cavalos em movimento, enquanto Carstine conversava. Ela contou a ele como seus pais se casaram e como nasceu e cresceu na Escócia, mas sua mãe sempre fazia o possível para garantir que Carstine também fosse exposta à sua herança inglesa. Ele se apegou a cada palavra dela, achando-a mais do que um pouco cativante.
– E assim, você entende por que minha mãe quis que eu tivesse uma temporada inglesa.
– Eu entendo. – Blake assentiu. Havia algo em sua voz, e a maneira como seus olhos pareciam escurecer o fez suspeitar que Carstine não compartilhava os desejos de sua mãe. Ele deu um leve sorriso e perguntou: – Estou certo em pensar que você não compartilha o desejo dela?
Carstine suspirou, uma pequena risada escapando dela quando balançou a cabeça. – O que me denunciou?
– Nada, realmente.
– Vamos lá. – Ela cutucou-o com o cotovelo.
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