Quase Ausente. Блейк Пирс

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Quase Ausente - Блейк Пирс

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diferente de quando ela não quer comer legumes. No primeiro caso, a segurança vem primeiro, tirando a criança de perigo o mais rápido possível. No segundo, eu argumentaria e negociaria... Por que você não gosta? É a aparência ou o sabor? Estaria disposto a dar uma mordida? Afinal, todos nós passamos por fases com a comida e geralmente as superamos.

      Maureen pareceu satisfeita, mas as próximas perguntas eram mais difíceis.

      – O que você fará caso as crianças mintam para você? Por exemplo, se disserem que têm permissão para fazer algo que os pais proibiram?

      – Eu diria que não é permitido, e os contaria o motivo, se eu soubesse. Sugeriria que falássemos com os pais juntos e discutíssemos as regras como uma família, para ajudá-los a entender por que isso é importante – Cassie sentiu como se estivesse andando na corda bamba, esperando que suas respostas fossem aceitáveis.

      – Como você reagiria, Cassie, se testemunhasse uma briga doméstica? Morando na casa de uma família, haverá momentos em que as pessoas não se dão bem.

      Cassie fechou os olhos por um momento, afastando as memórias desencadeadas pelas palavras de Maureen. Gritos, vidros quebrando, os vizinhos berrando com raiva. Uma cadeira firmada sob a maçaneta da porta de seu quarto, a única proteção frágil que ela podia encontrar.

      Mas quando estava prestes a falar que se trancaria com as crianças em um cômodo seguro e ligaria para a polícia imediatamente, percebeu que Maureen não podia estar se referindo a este tipo de briga. Por que estaria? Ela obviamente estava pensando em uma discussão, em palavras vociferadas em irritação ou berradas em raiva; atrito temporário ao invés de destruição terminal.

      – Eu tentaria manter as crianças fora do alcance – ela disse, escolhendo suas palavras cuidadosamente. – Eu respeitaria a privacidade dos pais, ficando bem longe. Afinal de contas, brigas fazem parte da vida e uma au pair não tem o direito de tomar partido ou se envolver.

      Agora, finalmente, ela ganhou um sorriso.

      – Uma boa resposta – Maureen disse. Ela checou o computador novamente e assentiu, como se confirmando uma decisão que tinha tomado.

      – Só tem uma possibilidade aqui que eu poderia te oferecer. Uma posição com uma família francesa – ela disse, e o coração de Cassie saltou, apenas para se espatifar quando Maureen adicionou – A última au pair foi embora inesperadamente depois de um mês e eles tiveram dificuldades em encontrar uma substituta.

      Cassie mordeu o lábio. Se a au pair se demitiu ou fora demitida, ela não sabia, mas não podia admitir que o mesmo acontecesse com ela. Com a taxa da agência e a passagem aérea, estava arando todas as suas economias nessa empreitada. Não importa como, teria que fazer dar certo.

      Maureen adicionou. – Eles são uma família rica com uma bela casa. Não é na cidade. É uma mansão no campo, em uma grande propriedade. Tem um pomar e um pequeno vinhedo – não comercial – e também cavalos, embora conhecimento equestre não seja uma exigência do trabalho. No entanto, você terá a oportunidade de aprender a montar quando estiver lá, se quiser.

      – Eu adoraria – Cassie disse. O apelo do interior francês, e a promessa de cavalos, faziam o risco parecer valer ainda mais a pena. E uma família rica certamente significava melhor segurança no emprego. Talvez a última au pair não estivesse disposta a tentar.

      Maureen ajustou os óculos antes de tomar nota no formulário de Cassie.

      – Agora, devo enfatizar que nem todas as famílias são fáceis de trabalhar. Algumas são muito desafiadoras, outras são sinceramente difíceis. O sucesso do trabalho repousará nos seus ombros.

      – Farei o meu melhor para ser bem sucedida.

      – Desistir de uma atribuição antes do seu ano acabar é inaceitável. Vai incorrer em uma taxa de cancelamento substancial e você nunca mais trabalhará conosco. Os detalhes estão estipulados no contrato – Maureen bateu sua caneta na página.

      – Não posso imaginar isso acontecendo – Cassie respondeu, com determinação.

      – Bom. Então, o último ponto que temos que discutir é o prazo.

      – Sim. Em quanto tempo posso ir? – Cassie perguntou, sua ansiedade inundando outra vez enquanto ela imaginava por quanto tempo ela ainda precisaria se esquivar.

      – Geralmente leva cerca de seis semanas, mas a solicitação dessa família é muito urgente, então vamos acelerar. Se as coisas se moverem conforme o esperado, você vai voar para lá dentro de uma semana. Isso é aceitável?

      – É, é perfeito – ela gaguejou. – Por favor, eu aceito a posição. Farei o que for preciso para dar certo, e não vou te decepcionar.

      A mulher a encarou de volta longamente, como se a avaliasse uma última vez.

      – Não decepcione – ela disse.

      CAPÍTULO DOIS

      Aeroportos eram só despedidas, Cassie pensou. Partidas apressadas, o ambiente impessoal roubando as palavras que você realmente queria dizer e o tempo para dizê-las corretamente.

      Ela insistiu para que a amiga que havia dado a ela uma carona até o aeroporto apenas a deixasse lá ao invés de entrar com ela. Um abraço antes de pular para fora do carro era mais rápido e fácil. Melhor do que café caro e conversas desconfortáveis que iam secando conforme a hora da partida chegava. Afinal, ela viajaria sozinha, deixando todos que conhecia para trás. Fazia sentido começar a jornada mais cedo do que mais tarde.

      Ao empurrar o carrinho de bagagens para o terminal, sentia uma sensação de alívio pelas metas que tinha realizado até agora. Ela tinha conseguido o trabalho – a meta mais importante de todas. Tinha pagado o voo e a taxa da agência, seu visto tinha sido acelerado, e estava no check-in a tempo. Seus pertences tinham sido empacotados conforme a lista fornecida – estava grata pela mochila azul-claro com o logo da “Maureen Au Pairs” que recebera, pois não haveria espaço em sua mala para todas as suas roupas.

      De agora até quando pousasse em Paris, estava certa de que tudo correria suavemente.

      Então, ela parou, seu coração martelando, quando o viu.

      Ele estava de pé próximo à entrada do terminal, com as costas na parede e os polegares enganchados nos bolsos da jaqueta de couro que ela lhe dera. Sua altura, seu cabelo escuro e espetado, e seu maxilar agressivo o tornavam fácil de localizar enquanto sondava a multidão.

      Zane.

      Ele deve ter descoberto que ela partiria nesse horário. Ela tinha ouvido de vários amigos que ele tinha ligado, perguntando onde ela estava e checando a história da Flórida. Zane podia ser manipulador, e nem todos sabiam da situação dela. Algum inocente deve ter contado a verdade.

      Antes que ele pudesse olhar em sua direção, ela girou o carrinho, puxando o capuz de seu agasalho sobre a cabeça, escondendo seus ondulados cabelos castanho-avermelhados. Ela apressou-se para o outro lado, conduzindo o carrinho para trás de um pilar, fora da vista dele.

      O balcão de check-in da Air France estava na outra extremidade do terminal. Não havia um modo de passar por ele sem que ele a visse.

      Pense,

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