Amor Como O Nosso. Софи Лав
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Estava um caos. Havia roupas e sapatos espalhados por todos os lugares, uma coleção de taças de vinho manchadas no balcão da cozinha, e embalagens vazias de salgadinhos e molhos cobrindo a mesa de centro, que também estava forrada por uma camada de migalhas. Keira se encolheu com a visão. O que Cristiano pensaria?
Para completar a imagem de total desordem, a própria Bryn estava deitada no sofá, roncando alto. Sua maquiagem estava borrada por todo seu rosto. Seu vestido de lantejoulas brilhante mal a cobria. Sua boca de batom vermelho estava aberta.
Keira fez uma careta e olhou para o relógio. Nem era tão tarde. Bryn deve ter tido uma de suas maratonas de bebidas dos sábados, começando ao meio-dia para depois pular de bar em bar pela cidade até que ela voltasse para casa e desmaiasse no sofá.
Bem atrás dela, Keira podia sentir Cristiano protelando, hesitando. Ela estava assustada demais para se virar e analisar sua expressão. Sim, ela podia ter dito para ele se preparar, mas isso era pior do que ela mesma tinha antecipado!
Keira atirou sua bolsa no chão e Bryn acordou com o barulho de sobressalto. Ela se sentou com um ronco assustado. Balançando, ela tocou a bagunça de cabelos amarrados no topo de sua cabeça. Então, ela espiou Keira por olhos semicerrados.
– Você está em casa? – ela perguntou.
– Estou – Keira respondeu, seca. – Você esqueceu que eu estava voltando hoje, não foi? E esqueceu que eu estava trazendo um convidado.
Ela disse a última declaração entre os dentes, como um aviso para Bryn de que elas tinham companhia, outra coisa que ela aparentemente tinha falhado em perceber.
Bryn apertou os olhos, olhando além de Keira para Cristiano. Com algumas piscadas descrentes, ela de repente acordou para a vida.
– Ah, olá – ela disse, pela primeira vez soando desperta e alerta. – Eu sou Bryn. Você deve ser Cristiano.
Pela primeira vez depois de entrar no apartamento, Keira voltou-se para ver a reação de Cristiano ao caos para o qual ela havia lhe trazido. Longe de parecer chocado, ele tinha uma expressão divertida. Enquanto Keira se encolhia ao ver Bryn cambaleando para ficar de pé e andar em direção a ele, Cristiano parecia estar levando a coisa toda com leveza.
– Uau, você é lindo – Bryn disse conforme se aproximou de Cristiano e o abraçou. – Pensei que Keira só estivesse exagerando para me deixar com ciúmes.
Keira percebeu um cheiro de álcool misturado com perfume exagerado.
– Obrigado, eu acho – Cristiano respondeu, soando incerto, mas rindo do mesmo jeito. – Você e sua irmã herdaram genes muito bonitos.
Bryn ergueu as sobrancelhas para Keira, sem tentar esconder seu encanto. Keira foi atingida por um medo repentino. Sua irmã era considerada pela maior parte das pessoas como a mais bonita entre as duas. Ela também flertava de forma ultrajante. E se Cristiano caísse no charme dela? Sua personalidade mais exuberante? Era impossível dizer, ao estudar o comportamento de Cristiano, o que ele realmente pensava de Bryn, já que ele agia da mesma forma encantadora com todas as mulheres bonitas que conhecia.
– Vocês querem algo para beber? – Bryn disse, seu olhar fixo nas feições perfeitas de Cristiano. – Cerveja? Vinho? Prosecco?
– Será que é uma boa ideia? – Keira perguntou, erguendo uma sobrancelha para a aparência desgrenhada da irmã.
Bryn revirou os olhos e voltou o olhar para Cristiano outra vez. – Ela era assim o tempo todo na Itália também? Keira às vezes é tão quadrada.
– Ei! – Keira protestou.
- Nenhum pouco – Cristiano disse. Ele parecia estar levando isso tudo com bom-humor, mesmo que a própria Keira estivesse se sentindo extremamente constrangida. – Passamos muitas noites bebendo ótimos vinhos, não foi, minha querida? – Ele reluziu seus lindos olhos na direção dela e sorriu maliciosamente, de um jeito que a fazia sentir como se fosse a única mulher no mundo.
– Sim – ela murmurou em transe.
Bryn interrompeu com seu habitual jeito impertinente. – Bem, você deve ter tido algum efeito nela, Cris, porque fazê-la sair de casa à noite é como tentar tirar leite de pedra.
Keira balançou a cabeça com as provocações de Bryn.
– Apenas sirva as bebidas, por favor – ela resmungou.
Bryn abriu um sorriso maldoso para Keira, claramente curtindo o processo de acabar com ela, e depois sorriu para Cristiano com doçura. – Qual é o seu veneno, Cris?
Keira fez careta. Ela já estava odiando como Bryn tinha dado um apelido para ele. Era muito familiar. A própria Keira ainda não tinha o chamado de outra coisa que não Cristiano! Se alguém deveria dar-lhe um apelido carinhoso, devia ser ela!
– Vinho tinto – Cristiano respondeu. – Um Shiraz da Nova Zelândia, se você tiver.
Bryn riu alto, como seu flerte habitual. – Vou ver o que posso fazer – ela ronronou. Depois, olhou para Keira. – Você pode arrumar um pouco as coisas? – perguntou, acenando com a mão em direção ao cômodo bagunçado.
Keira rangeu os dentes. Ela podia sentir o calor subindo às suas bochechas.
Enquanto ela pisoteava pelo apartamento recolhendo restos, ela entreouvia Bryn e Cristiano conversado no balcão da cozinha.
– Então, por quanto tempo você vai ficar na cidade, Cris? – Bryn perguntava.
Keira parou o que estava fazendo e olhou por cima dos ombros. Cristiano e ela não tinham discutido aquilo ainda. Na verdade, a relação deles tinha sido um furacão tão grande, desde o primeiro dia, que eles haviam planejado muito pouco. Ela nem mesmo tinha pensado no fato de só haver uma cama na casa de Bryn! Onde é que eles dormiriam?
– Ainda não sei – Cristiano respondeu. – Estamos vivendo no agora. Cada minuto como vier.
Keira expirou. Era uma resposta reconfortante.
Ela terminou a arrumação rapidamente e então foi até a pequena cozinha para supervisionar a interação entre sua irmã e Cristiano. Bryn serviu mais uma taça de vinho.
– Eu acho que eu deveria deixar vocês dormirem na cama – ela disse enquanto deslizava a taça de vinho pela mesa. – Vocês dois juntos não cabem no sofá de jeito nenhum.
– Sério? – Keira perguntou, surpresa por sua generosidade. Não era do feitio de Bryn considerar os outros. – Mas e você?
Bryn indicou o sofá. – Na maioria das noites eu desmaio na frente da TV de qualquer forma. Quer dizer, quando estou em casa.
Ela ergueu as sobrancelhas, mexendo-as. Keira gemeu; pensar sobre as frequentes e numerosas conquistas de Bryn lhe fazia sentir mais do que náusea.
– Isso é muito gentil da sua parte – Cristiano disse, obviamente alheio ao sentido implícito.
– Arranjar um apartamento está no topo