até que ela perdesse a consciência.
Além disso, quando David cresceu, ele sentiu uma necessidade maior de proteger sua mãe. Porém, toda vez que tentava enfrentar a fúria de seu pai, acabava amarrado para que não pudesse fazer nada.
É por isso que, quando David tinha oito anos, sua mãe reuniu coragem suficiente para fazer algo a respeito. Ela elaborou um plano para convencer o marido a fazer um cartão de crédito em seu nome, o que lhe proporcionou os meios de fugir com David para uma cidade chamada Brasil, que fica no estado americano de Indiana, onde seus pais moravam.
Embora a fuga tenha sido bem-sucedida e eles tenham encontrado liberdade, mãe e filho não puderam ficar totalmente felizes, porque o irmão mais velho de David não quis acompanhá-los e permaneceu à sombra do pai.
CAPÍTULO 03: Por que os demônios do passado nos impedem de encontrarmos a liberdade?
A nova vida em Indiana não foi o começo do paraíso porque, além das dificuldades que David e sua mãe tiveram que enfrentar, os demônios do passado se juntaram aos novos arrependimentos.
O pai de David, como você pode adivinhar, se recusou a pagar pensão à ex-esposa e filho, então eles logo se viram no meio da mais dura pobreza. Alugaram uma casa que custava sete dólares por mês. O salário de meio período da mãe de David e o modesto subsídio do governo não eram suficientes para atender às suas necessidades.
Assim que David voltou à escola, seu desempenho não melhorou, apesar de não precisar mais trabalhar e não sofrer com os abusos do pai. As consequências dos anos de abuso não lhe deram trégua, porque traumas, especialmente durante a infância, são muito difíceis de curar.
Devido ao estresse crônico que ele sofreu, seu cabelo começou a cair, sua pele perdeu pigmentação em algumas áreas e ele não conseguia falar sem gaguejar. Seu cérebro o mantinha em constante estado de alerta e ansiedade, uma consequência típica de crianças que se sentem em perigo durante muito tempo.
Além disso, sua memória começou a falhar, por isso era impossível aprender alguma coisa durante as aulas. Seus professores e colegas de classe, longe de ajudá-lo a se recuperar, o fizeram se isolar ainda mais, rotulando-o como o estúpido da sala de aula e ainda fazendo brincadeiras sem graça com ele. Outro fator que também contribuiu para outras pessoas o colocarem de lado é que ele era o único aluno negro da escola.
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