As Probabilidades Do Amor. Dawn Brower
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Katherine invejava as amigas. Ambas encontraram o amor e teriam uma família em breve. Ela se sentiria uma estranha no ninho quando estivesse com elas, mas não desejaria nada diferente para as duas. Ela se virou para Lulia.
– Haverá adições à sua família agora que você se casou com o duque?
O horror se espalhou pelo rosto de Lulia.
– Você acha que eu seria uma boa mãe?
Katherine riu do ultraje de Lulia.
– Seria. De todas nós, você seria a melhor mãe. Você agiu assim conosco. Sempre nos guiando na direção que deveríamos ir sem que percebêssemos na época. Você é mais maternal que qualquer mulher que eu já conheci. – Lulia tinha ajudado a guiar Diana em direção ao conde, e não duvidava de que ela faria o mesmo por Katherine se ela encontrasse o homem com quem deveria ficar.
– Pode ter sido assim – concordou Lulia. – Mas todas vocês são crescidas e precisam de cuidados mínimos. Uma criança… – Ela estremeceu. – Elas requerem muito mais do que eu acredito que seja capaz de prover. – Lulia deixou escapar um suspiro. – Embora, suponho, que em algum momento deverei considerar dar a Fin um herdeiro. Ele é um duque, afinal de contas, e o título deverá ser passado para alguém…
– Aí está – disse Diana com um sorriso malicioso. – E seria bom para o meu pequeno ter alguns primos com os quais crescer.
– Não dê ideias a Fin – disse Lulia. – Ele irá usá-las contra mim no futuro. – Ela deixou escapar uma risada. – Embora não fosse custar muito para que ele me convencesse. Não há muita coisa que eu não faria por aquele homem. No entanto, ele ainda não insistiu e eu o amo ainda mais por isso. Se acontecer, aconteceu. Eu posso dizer que não quero um filho, mas todas as crianças são uma bênção. Seria um presente ter um bebê que é uma mistura de mim e do meu amor.
O coração de Katherine doeu ao ouvi-las. Tinha vindo ao Fortuna reclamar da perda do cavalo. Agora estava vendo o quão triviais eram os seus problemas. Queria muito mais que aquilo para si. O haras era lindo, mas ela desejava… bem, o que Diana e Lulia tinham.
– Qualquer criança que vier de uma de vocês terá sorte por tê-las como mãe.
Lulia sorriu.
– Perdemos o rumo da conversa. O que aconteceu no Tattersalls e o que fez lorde Holton?
– Fui até lá para comprar um garanhão – começou Katherine. – Ele será um bom cavalo de corrida e eu esperava cruzá-lo com duas de minhas éguas, e produzir mais cavalos de corrida…
– Que ideia fantástica – exclamou Diana. – Narissa até mesmo poderia montar para você.
– Tinha a esperança de falar sobre isso com ela no futuro – confessou Katherine.
Lulia estreitou os olhos.
– Lorde Holton cobriu o seu lance, não foi? – Ela suspirou. – Ele tem mais dinheiro do que formas para gastá-lo. Ele queria mesmo o garanhão ou só o comprou para aborrecê-la?
Katherine suspirou.
– Ele disse que queria o cavalo para si, mas tenho lá as minhas dúvidas. Ele me repreendeu o tempo todo por ter me atrevido a ir ao leilão, para início de conversa. Eu precisava daquele cavalo…
– Não sabia que lorde Holton estava interessado em cavalos de corrida – disse Diana. Talvez possamos fazer uma visita a Lenora. Ela deve ter mais informações.
Katherine não se importava, nem com uma coisa, nem com outra. Lorde Holton acreditava que a estava salvando de si mesma. Mesmo se ele não quisesse o cavalo para si, nunca o venderia para ela.
– Não sei que bem isso faria. Odiaria causar qualquer tensão a lady Lenora… – Ela mal conhecia a prima de lorde Holton, lady Lenora St. Martin. Só falou com ela umas poucas vezes.
– Não acredito que Lenora tenha qualquer influência sobre lorde Holton – disse Lulia. – Mas acho que podemos, ou ao menos você pode, aproveitar-se da visita por outras razões. Não pressionar Lenora para conseguir informações, mas ir em um horário em que lorde Holton esteja em casa. Você poderá encurralá-lo e fazer com que ele a ouça.
– Não entendi – disse Katherine.
– Você pretende usar o cavalo como um garanhão, certo? – perguntou Lulia.
– Sim – respondeu Katherine.
– Então peça que ele lhe empreste o cavalo, por uma taxa, é claro. Você cruza suas éguas com o dele e o cavalheiro pode mantê-lo como cavalo de corrida. Todo mundo sai ganhando. Você pode começar o seu rebanho pagando pelo garanhão e não precisará pagar pela manutenção dele.
Katherine não tinha pensado naquilo. Algo lhe disse que teria trabalho para convencer lorde Holton da sensatez de seu plano. Ele não parecia o tipo de homem que quereria trabalhar com uma mulher que possuía um haras. Ela teria que ser mais furtiva. Lorde Holton talvez respondesse melhor se lidasse com outro homem. Teria que discutir com o encarregado dos estábulos quando voltasse ao haras.
– Sei que você prefere uma abordagem direta – disse ela a Lulia. – Mas lorde Holton não acha que uma mulher deva fazer qualquer coisa que se desvie das normas que a sociedade impõe a elas. Eu posso vir a precisar da sua ajuda mais tarde, para confabular algo ainda mais furtivo.
Lorde Holton se lamentaria pelo dia que decidiu entrar no caminho de Katherine. Ela lhe mostraria que uma mulher era capaz de qualquer coisa. Se possível, iria se esforçar para mudar a ideia que ele tinha das mulheres no geral. Uma mulher podia fazer qualquer coisa, ou quase qualquer coisa, a que se propusesse.
– Farei o que puder. – Os lábios de Lulia se curvaram em um sorriso maligno. – Vai ser divertido sacudir um pouco as penas de um homem. Farei a minha parte para atingir esse objetivo.
– Bom – disse Katherine. O plano já estava começando a tomar forma em sua mente.
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