Eu Odeio Amar Você. Victory Storm

Чтение книги онлайн.

Читать онлайн книгу Eu Odeio Amar Você - Victory Storm страница 2

Eu Odeio Amar Você - Victory Storm

Скачать книгу

       Ziguezagueando entre uma mesa e outra, entre um cliente e um funcionário, cheguei às mesas atribuídas a mim, mas assim que me virei rapidamente para a direita para evitar o cachorro de um cliente que tinha escapado da coleira, me vi de repente em frente a uma figura de preto. Antes que eu pudesse virar ou focar meu olhar no que estava acontecendo, senti a bandeja bater abruptamente contra aquele obstáculo, derrubando todas as taças de cristal no chão, que se despedaçaram em mil pedacinhos.

       — Ah meu Deus! — Sussurrei em desespero, diante do tapete de vidro quebrado, enquanto meus olhos subiam pela silhueta da figura na minha frente. — Eu sinto… sinto muito… não te vi… o cachorro me distraiu e… — continuei a gaguejar em choque, olhando para a camisa branca do homem, agora encharcada e manchada por várias bebidas.

       Eu continuava a balbuciar minhas desculpas, quando finalmente tive a coragem de olhar para cima e encarar o olhar furioso do homem.

       De repente, senti meu coração acelerar.

       Assim que meus olhos se encontraram com os azuis dele, não consegui recuperar o fôlego e não consegui me recompor por vários segundos.

       — Zane, — eu disse, ainda incapaz de respirar, enquanto cada parte do meu corpo que havia sido tocada e beijada por ele no passado parecia despertar.

       — Audrey, — ele respondeu de forma seca e irritada.

       — O que está fazendo aqui? — Consegui perguntar, incapaz de pensar em qualquer outra coisa, exceto naquela coincidência azarada, que só poderia levar a duas coisas: o risco de perder meu emprego e trazer de volta as memórias de nossa vida de casados que tentei, por quatro anos, apagar da memória.

       — Sr. Thunder, estou mortificado, — disse o dono do local imediatamente, seguido por outros dois funcionários que vieram imediatamente limpar o dano e remover o vidro do chão antes que pudesse ferir alguém.

       — Anderson, eu pensei que você era mais cuidadoso na escolha de seus funcionários, — Zane sibilou severamente, limpando seu paletó e camisa com um guardanapo.

       Aquela fala me atingiu como um soco no estômago. Lembrei-me daquele tom inflexível e severo de quando ele está maquinando algo.

       Olhei perplexa para o meu ex-marido e o que vi me fez sentir como se estivesse pairando sobre um precipício.

       Ele olhava para mim enquanto falava com meu chefe. O que notei não foi mera irritação, mas também uma satisfação velada, mascarada por um sorriso ao ouvir as palavras de Anderson quando tentei consertar o dano.

       — Peço desculpas pelo que aconteceu, se eu puder fazer alguma coisa… — Tentei dizer, tentando não pensar o quanto estava me custando me desculpar com a pessoa que destruiu nosso casamento.

       — Miss Larson, só há uma coisa que você pode fazer, pegar suas coisas e sair daqui. Imediatamente, — respondeu Anderson furiosamente, sem sequer me olhar.

       Ah, não! Perdi o emprego!

       Chocada e incapaz de reagir, olhei para Zane pela última vez. Ele não estava sorrindo, mas tinha um brilho de triunfo em seus olhos.

       — Você fez isso de propósito, não fez? — Tinha acabado de perceber naquele momento. — Eu preciso deste trabalho, — acrescentei, apesar de seu silêncio.

       — Como se atreve? Saia já daqui! Você me ouviu, ou vou precisar chamar a polícia? — Meu ex-chefe interveio, entre mim e Zane.

       — Estou indo, — me rendi, arrasada.

       Quatro anos tinham se passado desde o meu divórcio, desde o dia em que Zane acabou ganhando e me tirando tudo o que tinha. Depois de todo esse tempo, pensei que minha sorte tinha mudado, porém… Zane tinha vencido novamente, ele acabou fazendo com que me demitissem, com toda certeza, aquela situação tinha sido intencional.

       Às pressas, fui para os fundos, tirei meu uniforme e esvaziei meu armário. Nem notei que tinha começado a chorar, um choro de pura frustração, raiva, medo, decepção e amargura… Eram lágrimas de derrota.

       Ver Zane me perturbou muito, até demais. Muito mais do que eu poderia imaginar.

       Eu não o via há anos, e quando decidi voltar para Chicago, sabia que a agência de publicidade dele estava localizada ao norte da cidade, então me impus a nunca ir lá.

       Na verdade, tinha procurado uma casa no sul e um emprego no sudoeste. Esperava nunca encontrá-lo, mesmo repetindo várias vezes para mim mesma que depois de todos esses anos não sentia mais nada por ele, a não ser uma indiferença fria e sincera.

       Enxuguei minhas lágrimas.

       Audrey, ele não é mais seu marido e não pode mais te machucar.

       Correndo, peguei minhas coisas e fugi do restaurante, sem dizer adeus a ninguém.

       — Audrey. — Ouvi a voz rouca de Zane atrás de mim. Ouvir a voz dele chamando o meu nome foi puro veneno para o meu coração.

       Virei e o vi. Ele também tinha deixado o Prestige.

       — Não basta me fazer perder o emprego? O que mais você quer Zane? Não foi o suficiente para você ter tirado tudo de mim quatro anos atrás? — Explodi furiosamente, tentando parar minhas lágrimas.

       — Eu tirei tudo de você? — Ele rosnou, aproximando-se tanto que eu podia sentir sua respiração na minha pele e seu cheiro marcante.

       Eu não conseguia responder, estava atordoada demais com aquela proximidade e pelas sensações que o cheiro de sua pele sempre conseguiu desencadear.

       Por que não pude esquecer o seu perfume?

       Como era possível que, depois de tantos anos, seu cheiro ainda conseguisse me fazer prisioneira como antes?

       Zane não pertence mais a você. Lembre-se disso.

       Eu acenei levemente com a cabeça.

       — Audrey, foi você quem começou, destruindo nosso casamento e fugindo de mim. Você realmente pensou que poderia fazer o que fez sem sofrer as consequências? — Ele sibilou ameaçadoramente, sua mandíbula contraída, e seus olhos cerrados.

       — Você já não se vingou o suficiente?

       — Vingança? Não, baby , eu só peguei o que era meu.

       — Seu ou nosso? Gostaria de te lembrar que nós fundamos a Thunder Company juntos e depois disso, você me expulsou.

       — Você foi embora!

       — Eu sei e é por isso que eu concordei em deixar tudo e não pedir por metade da agência. Só peguei de volta o dinheiro que me pertencia antes de me casar. — Eu o lembrei com raiva.

       Sim, parti porque não podia mais me sentir sufocada em um casamento sem amor e compromisso, desde que nós fundamos a nossa agência de publicidade. O que era

Скачать книгу