Cérebro E Pandemia. Juan Moisés De La Serna Tuya
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- Cirurgia estereotáxica, baseada no mapeamento de estruturas cerebrais
- Eletrocorticografia, consiste na introdução de eletrodos embaixo do couro cabeludo, para uma localização mais refinada da atividade elétrica neural
- Métodos lesivos, onde se lesiona parcial ou totalmente uma estrutura ou área para estudar sua influência no comportamento do indivíduo.
- Estimulação elétrica, onde se aplicam fracos impulsos que aumentam os sinais dos neurônios próximos ao eletrodo, mostrando padrões de comportamento ou as posições das lesões.
- Intervenção farmacológica, onde administram-se fármacos para comprovar os efeitos no cérebro e no comportamento. Podem provocar lesões químicas seletivas, mediante o uso de neurotoxinas, ou afetar funções específicas, mediante a intervenção em neurotransmissores ou receptores específicos.
- Intervenção genética, onde se trata de eliminar ou substituir genes para observar os efeitos que provoca a nível neural e comportamental.
As técnicas não invasivas, por sua vez, são aquelas que permitem realizar inferências mediante avaliações, sem necessidade de interferir diretamente no cérebro da pessoa.
- Tomografia axial computadorizada ou escâner cerebral, permite mediante raios-X extrair imagens tridimensionais do cérebro em seções horizontais.
- Ressonância magnética, proporciona imagens de alta resolução a partir dos átomos de hidrogênio ativados por radiofrequência.
- Ressonância magnética ponderada por difusão, através da qual se permite determinar a tractografia a nível cerebral, podendo-se obter índices como a anisotropia fatorial e a difusividade média.
- Ressonância magnética funcional, onde se observa a mudança do fluxo do oxigênio no sangue nas zonas ativas do cérebro.
- Tomografia por emissão de pósitrons (PET), onde se observa a atividade cerebral mediante contraste intravenoso.
- Eletroencefalografia, que avalia a atividade elétrica do cérebro a nível de couro cabeludo usando eletrodos.
Ilustração 3 Tweet sobre Magnetoencefalografía
Pode-se realizar igualmente uma distinção entre as técnicas diretas e indiretas do cérebro, sendo as primeiras as que trabalham diretamente com o cérebro, seja empregando métodos invasivos ou não invasivos, ou seja, se refere a todas as técnicas comentadas na seção anterior.
As técnicas indiretas por sua vez explicam o funcionamento cerebral sem necessidade de observação direta ou inferencial, e não tanto das estruturas cerebrais, ou seja, se trata de estudar através delas o desempenho nas diferentes tarefas e com isso comprovar o funcionamento cognitivo.
Avaliações que se tornam imprescindíveis, quando as técnicas diretas não proporcionam uma informação clara a respeito, como acontece nos primeiros estágios de algumas doenças neurodegenerativas, como a de Alzheimer (Ocaña Montoya, Montoya Pedrón, & Bolaño Díaz, 2019).
Algumas dessas técnicas são genéricas, no que se refere à exploração de problemas neurológicos, enquanto outras buscam verificar se houve ou não uma deterioração em determinadas funções cognitivas, seja na atenção, memória ou na linguagem entre elas, como por exemplo, com o teste de Stroop.
Em relação ao Teste de Cores e Palavras, temos que destacar que é um dos testes mais utilizados para a detecção de problemas neuropsicológicos, danos cerebrais e avaliação de interferências.
Por sua vez, o Screening de Deterioração Cognitiva (SCIP) em Psiquiatria é um teste breve que visa avaliar a presença de déficits cognitivos mais frequentemente apresentados por adultos com algum tipo de transtorno psiquiátrico: memória, atenção, funções executivas e velocidade de processamento.
Anatomia do cérebro
Para abordar a temática do cérebro temos que compreender as partes que compõem e como funciona, então a primeira coisa a indicar e explicar é que existem termos que são usados coloquialmente de maneira semelhante, mas que anatomicamente não são, como por exemplo, falar da cabeça, do cérebro ou do encéfalo indistintamente, que em qualquer outro contexto é adequado e correto, mas no campo das neurociências é necessário distingui-lo. O encéfalo se divide em tronco encefálico, cerebelo, diencéfalo e cérebro, que junto da medula espinhal, formam o sistema nervoso central. Formando o sistema nervoso periférico pelos nervos que surgem desde o primeiro.
Em relação ao tronco encefálico, este é formado por três partes, bulbo raquidiano (onde são reguladas as funções respiratórias, o diâmetro vascular e os batimentos cardíacos; além de soluços, tosses ou vômitos); protuberância (participa na regulação da respiração); e mesencéfalo (que contém a sustância negra e participa da regulação da atividade muscular). Do tronco saem 10 pares de nervos cranianos que inervam estruturas da cabeça. A formação reticular, por sua vez, mantém a atenção e o estado de alerta.
O cerebelo, é o encarregado pela coordenação motora fina e acurada, além de participar na postura, equilíbrio e no tônus muscular.
O diencéfalo, se divide em tálamo (encarregado na integração da informação, consciência, aprendizagem, controle emocional e da memória) e hipotálamo (que regula o comportamento e as emoções, a temperatura corporal, a sede e a fome, os ciclos circadianos e os estados de consciência, a secreção hormonal da hipófise e a regulação do sistema nervoso autônomo).
O cérebro, onde as funções cognitivas se desenvolvem, decisões conscientes, aprendizagens relacionais ou as linguagens entre muitas outras.
Em relação ao desenvolvimento da localização das funções, nas crianças existe uma atividade cerebral menos localizada, enquanto que, nos adultos, esta se distribui entre os dois hemisférios, já que a experiência vai especializando gradualmente as áreas e circuitos destinados ao processamento de determinado tipo de informação ou na realização de determinadas funções.
Sendo as áreas implicadas nas sensações as primeiras que amadurecem, seguido das de controle do movimento e por último as de planejamento e coordenação do sistema.
Baseado nas estruturas “visíveis”, surgiu no século XIX um movimento que tratava de relacionar as protuberâncias no crânio com determinadas características de personalidade, denominado Frenologia.
Da mesma forma os antecedentes do localizacionismo resultaram na ideia de que o tamanho da cabeça estava associado a essa função, entendendo que, quanto maior o volume craniano, mais capacidade ela teria. Uma teoria da qual a psicologia comparada também tratou, ramo dedicado a analisar as semelhanças e diferenças dos humanos com outras espécies vivas.