Fora Do Comum. Naomi Bellina

Чтение книги онлайн.

Читать онлайн книгу Fora Do Comum - Naomi Bellina страница 4

Fora Do Comum - Naomi Bellina

Скачать книгу

que estavam no meio de um programa do Discovery Channel passeando por um antigo palácio. Móveis grandes e ornamentados enchiam o espaço e as paredes de pedra eram decoradas com quadros brilhantes. A mulher caminhava rápido demais para Star ter a chance de ver as obras de arte de perto, mas não reconheceu nenhum dos quadros.

      Elas subiram uma escada em caracol e chegaram a um quarto que continha uma cama, uma penteadeira, um sofá e algumas outras peças de mobília que não combinavam. Não havia janelas, Star notou, para seu desânimo. Ela sentiu a claustrofobia se aproximando.

      – Aqui está um vestido para você usar. Há uma jarra em sua mesa de cabeceira com água que é segura de beber. Há uma banheira ali – a água ainda deve estar quente. Vou ajudá-la a se despir e a se banhar.

      – Não preciso de ajuda para me despir e certamente não preciso de ajuda para tomar banho – Star disse a ela, cruzando os braços ao redor de seu corpo. Ela golpearia esta mulher se tentasse tirar sua roupa. Star não ficava nua na frente de qualquer pessoa.

      – Precisamos nos apressar... Sua Majestade ficará brava se chegarmos atrasadas.

      – Sim, eu entendi, ele não gosta de atrasos. Se não quer me dizer onde estou, pelo menos me fale sobre este banquete, por que tenho que tomar banho e quem é esta Majestade. Você me arranca de minha casa e espera que eu siga suas ordens sem me dar qualquer informação. O que acontecerá se não obedecer? Vai me machucar?

      – Por favor, apenas faça o que estou pedindo. Teremos uma refeição adorável e depois poderemos conversar, eu prometo. Não queremos machucá-la. Agora, deixe-me ajudá-la.

      – Acho que consigo tomar banho e me vestir sozinha. De verdade.

      – Certo, vou deixá-la sozinha. Não tente ir embora, haverá um guarda do lado de fora da sua porta.

      – E para onde merda eu iria?

      A mulher estremeceu.

      – Vocês, humanos, falam muitos palavrões. Não é muito elegante. Voltarei para buscá-la logo. Esteja pronta.

      Elegante o cacete. Espere até eu ficar bem brava, vou mostrar a vocês o que é elegância. Star sabia que sua linguagem tendia a ficar pesada quando estava com medo e com raiva, e agora ela sentia as duas coisas.

      Deu uma rápida olhada ao redor da sala, mas não demorou muito. Tinha certeza de que a estranha mulher voltaria logo e a levaria para “Sua Majestade”, mesmo se não estivesse pronta ainda. A duende estava apressada e estressada, isso era evidente, e Star notou um brilho de medo em seus olhos.

      Respirando fundo algumas vezes, ela se acalmou. Essa coisa toda ou era uma alucinação ou um sonho, e em qualquer cenário não havia razão para pânico porque ela iria parar de ver as coisas ou acordar em breve.

      A horrível noção de que havia sido abduzida espreitava no fundo de sua mente, mas ela ignorou o pensamento para não sucumbir ao pânico total. Por que alguém a sequestraria? E vamos falar a verdade, fantasias de duendes? Não, tudo isso era produto de sua imaginação hiperativa, ou talvez um daqueles flashbacks de drogas do passado sobre os quais tinha sido advertida quando era adolescente.

      Rondando pelo quarto, descobriu um pequeno armário e o que parecia ser um penico escondido atrás de uma cortina. Aliviada, Star aproveitou a estranha engenhoca e então cheirou a água do jarro sobre a mesa. Cheirava bem, e um pequeno gole tinha um gosto bom, então tomou um copo. Tirou suas roupas, molhou o dedão do pé para testar a água e entrou na banheira. Usando a esponja que encontrou, rapidamente se esfregou e tinha acabado de se secar e colocar o vestido quando a duende entrou.

      – Ótimo, uma combinação perfeita. Você está apresentável. Sente-se aqui, vou arrumar o seu cabelo – disse Vesta, apontando para a penteadeira.

      Star se moveu hesitante no vestido. Ela raramente usava saias longas e temia tropeçar com este vestido. Essa roupa, no entanto, era feita de um material leve e arejado. O tecido se movia com ela e, depois de algumas voltas e giros, ela não se preocupou em tropeçar. Provavelmente posso até correr com isto, se for preciso.

      Vesta franziu a testa e bateu o pé.

      – Venha, sente-se, não temos tempo para essas bobagens.

      Star se sentou.

      – Por favor, conte o que está acontecendo. Tenho cooperado, não tenho? – ela perguntou com sua voz mais doce, a que usava para bajular crianças teimosas e pais zangados.

      – A conversa terá que esperar até mais tarde. Agora, precisamos prepará-la e jantar na hora certa. Céus, seu cabelo está uma bagunça. Quando foi a última vez que você o cortou?

      A mulher trabalhava com rapidez e eficiência, e Star ficou maravilhada com o penteado elaborado que produziu em apenas alguns minutos. Star não fazia muito mais do que lavar o cabelo levemente ondulado à noite, depois molhar e prender com uma presilha pela manhã. Ela conseguia cortar em algum lugar sem hora marcada quando necessário, e pensando bem, o último havia acontecido há muito tempo. Ela não tinha feito muito em termos de manutenção pessoal desde O Evento.

      – Pelo menos me diga seu nome. É Vesta, certo? Vou te dizer o meu, é Star.

      – Eu sei o seu nome – disse a mulher. Ela gesticulou para que Star se virasse e começou a maquiá-la rapidamente. Depois de um tempo, ela cedeu. – Sim, meu nome é Vesta. Mas você só deve falar comigo se necessário.

      Como se eu quisesse ter uma conversa longa e aconchegante com sua bunda ranzinza. Obviamente, a mulher não queria conversar, mas Star, acostumada a arrancar informações de alunos da quarta série, começou a trabalhar.

      – Vesta, onde estou e quem é você? Vamos, você pode me contar. Vou descobrir em breve de qualquer maneira, certo? Aquele duende... quero dizer, aquele homem lá no pátio, disse que explicaria. Gostaria muito de saber. Estou morrendo medo. – As lágrimas que se formaram nos olhos de Star eram genuínas: ela estava com medo.

      – Oh, não chore, você vai estragar sua maquiagem. Muito bem. Você está em Porrima e nós somos duendes. E isso é tudo que posso dizer por enquanto.

      Star ponderou essa informação. Será que sua mente estressada, tomada pela cafeína e deprimida poderia ter inventado algo tão bizarro? Ela realmente tinha ido ao médico, conseguido uma receita e tomado alguns comprimidos da felicidade a mais? Isso não poderia estar acontecendo de jeito nenhum, mas ela decidiu manter a calma e seguir o roteiro.

      – Certo, Vesta, se estou em um planeta diferente, como posso entender você e vice-versa? Explique isso. E como posso respirar o ar aqui e beber a água?

      Vesta suspirou.

      – Temos um programa de tradução que modifica o que falamos. É muito técnico, então não me peça para explicar – não é minha área. Estamos em um ambiente controlado – os técnicos criaram uma mistura de ar adequada para todos que chegam aqui. Também criamos uma fórmula de água que combina com o que você está acostumada. Não fale mais, preciso fazer seus lábios.

      Assim que Vesta ficou satisfeita com o cabelo de Star, as mulheres saíram pela porta, descendo a escada em caracol e indo para o pátio. Vesta olhou ao redor, em seguida soltou um suspiro pesado.

      – Onde está o Roven? Atrasado como sempre. Espere aqui. – Vesta saiu

Скачать книгу