Chamas Escuras (Laços De Sangue Livro 6). Amy Blankenship
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Читать онлайн книгу Chamas Escuras (Laços De Sangue Livro 6) - Amy Blankenship страница 6
Zachary não queria que o demónio magoasse a Myra e tinha toda a intenção de a resgatar, mesmo que tivesse de queimar o cemitério inteiro. No entanto, o demónio tinha outra coisa em mente. Tinha virado lentamente a cabeça e pousado os seus surpreendentes olhos prateados nos do Zachary.
Para o horror do Zachary, o fogo tinha-se apagado, assim como o controlo sobre o seu próprio corpo. Apesar de ter lutado com tudo o que tinha dentro dele, tinha sido atirado ao chão, incapaz de se mover ou falar. A primeira coisa que lhe tinha passado pela cabeça era que ainda estava consciente... ao contrário dos outros homens espalhados pelo cemitério, e ele tinha uma visão perfeita do que estava prestes a acontecer.
A Myra tinha deixado o demónio tocá-la... parecendo gostar disso ao sorrir sedutora e tinha colocado a mão no peito dele. Até tinha chamado o demónio pelo nome... Deth.
As roupas tinham sido rapidamente removidas e Zachary tinha assistido enquanto o demónio reivindicava o corpo da Myra. Tinham feito amor várias vezes contra a lápide por trás deles, até o demónio lhe ter sussurrado algo ao ouvido dela, fazendo-a olhar para ele com olhos cheios de amor. Tinham partilhado mais um beijo, antes do demónio desaparecer na noite.
O Zachary tinha-a visto enquanto ela virava a cabeça e olhava para ele... Ela sabia que ele tinha visto tudo. Sem uma palavra, ela tinha pegado na roupa, tinha-se vestido e esperado que o resto da equipa recobrasse os sentidos. Zachary tinha recuperado o uso do corpo apos apenas alguns minutos e tinha-se sentado, permanecendo onde estava... tão longe de Myra quanto podia e olhava-a silenciosamente.
Ela continuava bela e tinha até um sorriso suave. Ele não entendia... Não entendia nada.
Quando os outros tinham acordado, não se lembravam do que os tinha atacado e, quando lhe perguntaram, a Myra tinha-lhes simplesmente explicado que tudo estava calmo e que o "ataque" não tinha sido mais do que efeito da força usada em devolver os mortos à sepultura.
Zachary nunca tinha repetido o que tinha visto naquela noite a outra alma. No entanto, depois disso, a sua confiança em Myra tinha sido destruída. Ele tinha até feito questão de pedir outros empregos para não ter de se aproximar dela.
Também tinha feito a sua pesquisa sobre o demónio que tinha visto no cemitério e descobriu que tinha razão... O Deth era um demónio antigo. O demónio podia tê-los matado naquela noite, incluindo Myra, se quisesse porque tinha já matado no passado... matado muitos.
A Myra estava obviamente a jogar pelas duas equipas... e essa era uma linha que nenhum deles se atrevia a atravessar. Achava um pouco irónico que ela tivesse conhecido o seu fim às mãos de um demónio... ou assim a história tinha sido contada. Aparentemente, atravessar essa linha tinha consequências terríveis.
O Zachary recusava-se a sentir a tristeza que tentava invadir-lhe o peito com a sua morte... a última coisa que o PIT precisava era de um traidor entre eles.
Retirando-se do passado, o Zachary viu Tiara atravessar a grande sala abaixo, ouvindo os sinos da Índia, à volta do tornozelo, a abanarem em silêncio e a perguntar-se o quanto ela era como a mãe. Pode ser a sósia da mãe... apenas uma versão mais jovem. Ela parecia-se com uma criança no corpo de uma mulher, completamente inocente da violência à sua volta e consciente disso ao mesmo tempo.
Possuía um bronzeado dourado, uma pele perfeita, e os olhos largos de uma criança inocente. Essa inocência era de alguma forma manchada por lábios carnudos que o fazia querer senti-los contra os seus. Ao olhar para ela, percebeu que estava errado... a beleza da mãe não tinha comparação com a da Tiara. Só de vê-la fê-lo sentir-se um mirone, mas em vez de recuar, olhou mais de perto.
A forma de se vestir fazia com que parecesse ter sido tirada diretamente da caravana de um clã cigano, perdido no tempo. Era a mesma forma de vestir que a Myra. Assumiu que era a tradição dentro daquela linha de necromantes.
Esta noite, a blusa dela era pouco mais do que um lenço quadrado preto dobrado num triângulo e amarrado ao peito, deixando os lados e as costas nus para mostrar a sua pele tentadoramente impecável. A saia estava perigosamente baixa nas ancas, mas cobria todo o resto até aos tornozelos.
As portas começaram a abrir-se e as pessoas apareceram de todos os cantos do castelo, atravessando a sala principal abaixo dele e ele franziu a testa com a distração. O telemóvel do Zachary tocou e ele tirou-o para ler a mensagem do Storm.
"Reunião no escritório do Ren, traz o Jason."
"Como é que vou fazer isso, usar sais de cheiro?" O Zachary murmurou ao guardar o telemóvel. Olhando para a sala medica, pestanejou de surpresa quando a porta se abriu e o Jason espreitou para fora da porta.
Ele levantou uma sobrancelha a pensar se o Storm passava os dias a aparecer e a desaparecer da sua existência para fazer com que as coisas acontecessem na linha correta do tempo. Só de pensar em quanto tempo um dia podia estender-se para o viajante do tempo, deu-lhe dores de cabeça. Mas também, se alguma coisa tivesse sido feita erradamente, o Storm não poderia sempre voltar e repará-la se o quisesse?
"Fico feliz em ver que estás acordado", disse o Zachary com um sorriso. "Espero que tenhas dormido sem pesadelos?"
Jason saiu da sala e aproximou-se lentamente do Zachary. "Sim, sinto-me muito melhor agora que a marca da morte se foi." Olhou para a atividade abaixo deles e perguntou: "O que se passa?"
O Zachary pôs o braço em volta dos ombros do Jason e dirigiu-o para as escadas. "Queres ver uma coisa muito fixe?"
Jason encolheu os ombros: "Claro, por que não?"
"Ótimo", sorriu o Zachary, "a tua presença foi solicitada pelo nosso chefe... a tua primeira reunião oficial no PIT”
O Jason arqueou uma sobrancelha. "Mas eu não sou membro do PIT."
O Zachary sorriu travessamente, "Ou te juntas a nós, ou ficas de repente com um caso sério de amnésia."
Jason afastou-se de Zachary com uma careta preocupada. Levantando as mãos em rendição, acenou: "Lidera o caminho."
Quando o Zachary se riu e desceu as escadas, o Jason não teve outra escolha a não ser segui-lo.… embora o tenha feito a uma distância segura.
*****
"Tenho uma coisa para ti." O Storm disse e tirou um pequeno USB do bolso da camisa.
O Ren pegou nele e ligou-o ao computador. Sorriu quando viu o mesmo mapa que ele tinha criado..., mas este estava mais atualizado. Onde o mapa original tinha apenas alguns pontos, focando-se na potência centralizada registada; este mapa assemelhava-se a um Lite-Brite duma criança em alta velocidade. Diferentes luzes coloridas iluminavam agora cada centímetro da cidade e estendiam-se para fora em direção aos bairros da lata, à reserva e até às praias... Eles estavam agora em todo o lado.
"De onde é que tiraste isto?" O Ren perguntou com espanto, levantando-se lentamente da cadeira para obter uma melhor visão do enorme ecrã na parede.
O Storm olhou para as unhas e examinou-as com grande interesse, "De ti.".
Antes que Ren pudesse dizer alguma coisa, as portas do seu escritório abriram-se subitamente e alguns dos membros do PIT que tinham regressado ao castelo entraram. Ren sentiu