Sangue Contaminado (Laços De Sangue Livro 7). Amy Blankenship

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Sangue Contaminado (Laços De Sangue Livro 7) - Amy Blankenship

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kenship, RK Melton

      Sangue Contaminado (Laços de Sangue Livro 7)

Sangue ContaminadoSérie Laços de Sangue Livro 7Amy Blankenship, RK MeltonTranslated by Rossana DuranCopyright © 2012 Amy BlankenshipSegunda edição publicada por TekTimeTodos os direitos reservados

      Capítulo 1

      Craven percorreu as ruas da cidade após ter enviado Nighthawk e Tiara para a fortaleza deles. Tinha ficado a saber o nome da rapariga pelo índio. Diversas descargas de adrenalina estavam a deixá-lo eufórico… sendo uma delas o facto de, finalmente, ter a filha que sempre desejara. Afastou a sensação de urgência, sabendo que ela não acordaria durante algum tempo.

      Acreditava que Nighthawk não ia sentir o impulso de magoá-la de nenhuma forma… conseguira vê-lo nos olhos do índio, e isso deixou-o curioso. Tinha estado em busca de uma razão para o zombie convertido em Caminhante da Noite ter optado por ficar consigo. Agora, parecia que Nighthawk tinha estado simplesmente à espera de algo… ou de alguém.

      Ambos queriam proteger a pequena e bela necromante… mesmo que fosse por motivos diferentes. Se ela se parecesse minimamente com a mãe, Craven não podia culpar Deth por ter gerado uma criança com tal ser humano. Não conseguia sentir a força vital do irmão neste mundo e a ideia de que tinha acabado de abandonar a filha era perturbadora.

      Ver Nile a sofrer às mãos dos filhos que o atacavam deu-lhe uma imensa satisfação. Nile ter-se-ia tornado rapidamente num problema se não tivesse sido parado. Era um mestre de demónios e tinha já adquirido muita força ao tomar para si aquele cemitério colossal. Até mesmo um demónio de classe inferior podia tornar-se num empecilho se o seu exército atingisse tais proporções.

      Mesmo não tendo sido ele quem acabara por matar Nile, poder testemunhar a sua destruição relembrou Craven das guerras de demónios de tempos passados. Isto encheu-o de sede de sangue e da necessidade de lutar por domínio. Emoções avassaladoras raramente o dominavam, mas quando tal sucedia, ia procurar algo que tivesse de ser eliminado.

      O tempo que passara na fenda não era mais do que uma memória fugaz. O tempo deixou-o suspenso naquele lugar… parecendo-se muito com uma boa noite de repouso. Conseguia sentir o lapso no tempo apenas quando a fenda se abria e ele acordava. Assumia que era a mesma coisa que puxar almas do além… existia a mesma confusão.

      A noite tinha dado lugar à madrugada, mas, ao contrário de alguns dos seus subordinados… Craven não estava vinculado à noite. Quando estava com disposição, abater um ou dois mestres mais fracos era um passatempo agradável. Conseguia já sentir o cheiro da desordem em que estavam a deixar a cidade.

      Encostou-se a um dos edifícios para assimilar toda a informação. Este era o mesmo mundo em que vivera durante tanto tempo, antes de ser banido para a quietude da fenda, mas agora era diferente em tantos aspetos. Estes tempos eram mais sofisticados… e, no entanto, mais selvagens do que se lembrava. As ruas que atravessavam o terreno continham tantos segredos…, mas, com cada alma que tocava… iria aprender mais sobre estes tempos através das suas memórias.

      O número de humanos tinha aumentado, juntamente com o número de almas que tinham ficado para trás para assombrar a cidade. Conseguia senti-las dentro das casas, dos hospitais… em todo o lado. Viu um autocarro da cidade a passar lentamente e reparou na alma de um homem que o olhava fixamente através da janela.

      Seria esta a razão pela qual os cemitérios que edificara tinham menos almas do que o número de sepulturas? Do seu ponto de vista, era como se as almas se mantivessem no local onde o corpo morrera, lutando para manter uma existência que não tinha mais significado. A maioria dos demónios só conseguia usar humanos que ainda estivessem vivos… possuindo ou controlando os seus corpos. Com tão poucos necromantes existentes, o seu exército seria imenso uma vez completo.

      A passagem do tempo concedera uma coisa… o número dos mortos coincidia agora com o dos vivos… se não o ultrapassasse. Craven tinha quase a certeza de que se os mortos fossem invocados todos de uma só vez, facilmente dominariam os vivos.

      Para testar esta teoria, deixou que o seu poder se espraiasse em ondas à sua volta, procurando aqueles que não tinham um mestre que os reclamasse. As almas que tocou podiam sentir que estavam cercadas por demónios, incapazes de se mover livremente, e a maioria estava demasiado atemorizada para deixar o seu refúgio.

      Craven era um colecionador de almas… tal como Deth. Usou os demónios mais fracos e outra criatura da noite qualquer para cumprir as suas ordens, mas a sua linhagem era especial. Quando ele ou alguém da sua linhagem dava a uma alma um caminho para casa, um acordo era estabelecido entre si.

      Conseguia usar o corpo como um meio para enviar as almas de volta para o além, mas, se alguma vez recorresse a elas para combater, ficariam vinculadas ao acordo de regressar a esta dimensão e fazer o que ele desejasse. Ao acordar as almas dos mortos, Craven podia dar-lhes a possibilidade de as enviar de volta com esta condição… que elas se mantivessem ao seu dispor, no caso de precisar delas.

      Quando uma alma passava através dele para regressar ao além, deixava um vestígio do poder que continha… dentro de si, tornando-o mais forte com cada passagem. O mesmo acontecia com Tiara, e ele sabia que Deth não tinha partilhado este segredo com a mãe dela. Se a ingenuidade da rapariga podia indicar alguma coisa, era o facto de que recebera apenas os ensinamentos da mãe.

      Os segredos que Deth detinha não tinham sido partilhados, nem Craven os iria partilhar com Tiara. Ia utilizar a habilidade de conduzir almas ao além e deixar que a jovem necromante acreditasse que ele estava a ajudá-la… cativando-a ao mostrar-se empático para com a "necessidade" dela de salvá-las a todas. Estas ideias mortais provinham do lado humano dela.

      Era inútil deixar as almas que conseguia sentir permanecerem livres, para que outro necromante de classe inferior como Nile se alimentasse delas. Chamando-as a si, fez a sua oferta silenciosa. O acordo era o seguinte… se aceitassem este acordo, Craven tornar-se-ia no seu protetor contra outros demónios, no seu refúgio, e no caminho direto para casa.

      Uma a uma, as almas começaram a emergir lentamente dos lugares onde estavam escondidas… passando por pessoas que andavam nas ruas, fazendo a sua rotina matinal normal. Alguns humanos podiam sentir a proximidade das almas e apressavam o passo, para fugir à estranha sensação. Estes humanos possuíam uma perceção desenvolvida; embora não fossem capazes de ver os fantasmas cuja energia sentiam.

      As almas mais corajosas começaram a entrar nele, aceitando a sua oferta e desaparecendo deste plano de existência, enquanto as almas mais temerosas simplesmente observavam à distância. Os seus lábios esboçaram um pequeno sorriso enquanto libertava outra onda de poder para as atrair. De súbito, mais almas que não tinham sido convocadas lotavam as ruas, precipitando-se na sua direção a um ritmo alucinante.

      Permaneceu calmo, encostado à parede do edifício, enquanto as almas inundavam rapidamente o seu corpo. Se alguém tivesse prestado um pouco de atenção, teria visto o suave cabelo prateado de Craven agitando-se à volta do seu rosto, numa brisa que não existia. No entanto, o poder dentro de si estava a crescer mais do que as simples almas novas com as quais estivera a brincar nos cemitérios.

      Estas almas eram velhas e estavam cansadas de existir neste mundo… almas fortes, que lhe davam o toque do seu poder ao fazerem a travessia. Usaria este poder para proteger aquilo que Deth tinha abandonado e que ele encontrara… a sua linhagem. Quando a vaga de almas cessou, Craven terminou a inspeção da cidade.

      Um sorriso sinistro adornava-lhe o rosto enquanto seguia alguns dos caçadores de demónios de quarteirão em quarteirão. Quase soltava uma risada sempre que os caçadores paravam perto de uma área, e se dirigiam a outra, sem questionarem a razão pela qual tinham mudado de ideias. Este era um dos feitiços mais antigos que

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