Futuro Perigoso. Mª Del Mar Agulló

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Futuro Perigoso - Mª Del Mar Agulló

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uma coisa que eu não entendo. Quando aplico o vírus nas células sintéticas e depois injeto meus antígenos, o vírus cresce, não sei como, mas eu maximizo ele, quando na verdade tento fazer o oposto.

      – Claramente, você tem uma ou mais variáveis ao contrário – disse Carolina.

      – Eu pensei nisso, fiz outras combinações coerentes, mas ainda não funciona.

      – Às vezes, o mais coerente é ser incoerente – disse Norberto.

      – E a CoHu do vírus indiano? – perguntou Keysi, preocupada que seu antígeno tivesse falhado.

      – Todos em perfeito estado e sem efeitos colaterais, você não precisa se preocupar. O antígeno foi um sucesso.

      Duas horas depois, uma CoHu estava pronta para testar o antígeno criado por Carolina. Ele era um jovem de trinta e tantos anos, que estava suando muito deitado em uma maca.

      – Relaxe – disse uma das enfermeiras que trabalhava nas Salas de Testes.

      – Você tem família? Filhos? – perguntou Carolina para acalmá-lo.

      – Dois divórcios, quatro filhos – respondeu o homem, sem olhar para ela.

      – Você é muito corajoso, poucas pessoas se arriscam a ser CoHu.

      – Faço isso pelos meus filhos.

      – Você quer dormir durante o processo? Eu tenho que avisar que isso pode te afetar negativamente – informou a enfermeira.

      – Você me perguntou se eu quero morrer dormindo?

      – Não diga isso, você não vai morrer.

      – Sinceramente, não me importo. Sei lá quem criou esse soro milagroso que vão colocar em mim.

      – Esse soro milagroso, como você chama, é o que possivelmente vai evitar que milhares de pessoas morram e muitas outras sejam infectadas e acabem do mesmo jeito. E fui eu que criei – disse Carolina, irritada.

      – Desculpe. – disse o homem, olhando para o rosto de Carolina pela primeira vez. – Você é muito nova, eu não sabia que as pessoas que pesquisavam essas coisas eram tão jovens. Você também é muito bonita.

      Carolina ficou vermelha com o elogio do homem.

      – Vai doer? – perguntou a CoHu.

      – Não sei – respondeu a maiorquina.

      A enfermeira entrou no módulo de contenção onde a CoHu estava. Vestida em seu traje de isolamento, aproximou-se dele, injetando o vírus, para em seguida injetar o antígeno.

      – Vou ficar um tempo observando ele. Se precisar de ajuda, ligo pra um dos médicos.

      – Agora só nos resta esperar – disse Carolina à enfermeira.

      6. Você se perdeu, mas eu te encontrei

      Samuel acordou às quatro da manhã chorando por causa de um pesadelo e encontrou Mónica no andar de baixo, sentada no sofá e parecendo triste. Mónica estava acordando todos os seus conhecidos e vizinhos durante toda a noite para perguntar se eles sabiam onde estava seu filho Óscar. Ninguém sabia de nada.

      Mónica continuava sentada no sofá, com Samuel dormindo com a cabeça em seu colo, com um sentimento de culpa pela discussão com o filho. A única pessoa para quem ele não tinha ligado era o pai de seu filho, mas ele rapidamente descartou que Óscar pudesse estar com ele, pois não sabia onde ele morava e não tinha levado o celular, então era praticamente impossível.

      O despertador começou a tocar às sete da manhã, e nesse dia ela começaria a trabalhar novamente. Mónica levantou-se da cama depois de ter dormido só alguns minutos; seu filho mais novo estava dormindo ao seu lado. Depois de se vestir, ela o acordou.

      – Acorde, filho. – Samuel fez um barulho. – Acorde ou eu vou te dar um ataque de cosquinha.

      – Não! – protestou o menino.

      – Quem você prefere: Maribel ou Rocío?

      – Nenhuma.

      – Você tem que escolher, mamãe tem que trabalhar.

      – Não posso ficar com o mano?

      – O mano não tá em casa, escolha – insistiu Mónica, enquanto se penteava.

      – Eu fico sozinho.

      – Não pode.

      – Vou com você.

      – Também não pode.

      – Mas mãe, é que eu não gosto de Maribel e Rocío.

      Trinta e dois minutos depois, Mónica chegou à casa de seu cliente. A casa era uma grande mansão na área nobre da cidade, cercada por árvores exuberantes.

      Um homem mal-humorado, vestido com um terno completamente branco e com um lenço roxo no bolso do paletó, segurando um copo de plástico cheio de café, abriu a porta de trás da limusine que Mónica estava dirigindo.

      – Você está ciente de que está dois minutos atrasada? Espero que os atrasos não se repitam, ou vou ter que te demitir. – o homem olhou para o banco do passageiro. – Quem é o menino? – Mónica ficou vermelha.

      – Desculpe, ele é meu filho, eu não tinha onde deixar e… – se justificou Mónica.

      – Sim, sim, me poupe, não tô interessado em desculpas e não gosto de pessoas que sempre têm uma na ponta da língua, prefiro pessoas determinadas. Eu não me importo que você trouxe seu filho, eu gosto de crianças. Mas por que você ainda não saiu?

      – Desculpe, não sei onde o senhor trabalha. Poderia me dizer?

      – Não te deram o endereço?

      – Não.

      O homem suspirou.

      – Tá bom, dessa vez eu vou lhe indicando o caminho. E, por favor, não se desculpe de novo, e não me chame de senhor, eu não sou tão velho assim.

      O homem parecia jovem, apesar de ter o cabelo completamente grisalho. Mónica calculou que ele deveria ter cerca de quarenta anos.

      A moradora de Elche saiu com a limusine seguindo as instruções de seu chefe. Estava nervosa, não queria estragar seu novo emprego no primeiro dia. O trajeto durou apenas dez minutos; se estivesse em uma estrada automática, levaria mais de cinquenta. Mónica começou a entender a utilização das estradas antigas para evitar engarrafamentos e chegar mais cedo aos lugares.

      – Você foi uma grata surpresa. – o homem sorriu para Mónica pela primeira vez. – Quantos anos você tem? – perguntou ele a Samuel.

      Samuel levantou a mão escondendo o polegar e mostrando um quatro. O homem se aproximou dele e acariciou sua cabeça.

      – Vejo você à uma, não se atrase desta vez – disse ele, virando-se para

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