Cativeiro. Brenda Trim

Чтение книги онлайн.

Читать онлайн книгу Cativeiro - Brenda Trim страница 2

Cativeiro - Brenda Trim

Скачать книгу

esquecer a temperatura e aproveitar sua música.

      O longo corredor do Laboratório Principal de Pesquisa — LPP — parecia se estender por quilômetros e, é claro, a sala de descanso ficava no outro extremo. O piso de ladrilhos cinza e as paredes coloridas combinando adicionavam um ar clínico ao ambiente e faziam a caminhada parecer o proverbial corredor da morte.

      Supondo que estava sozinha no edifício, Liv de repente sentiu vontade de acompanhar o ritmo de dança two-step com suas botas de caubói; seus braços também seguiram o balanço, em uníssono com o ritmo rápido. Por Deus, ela adorava dançar e mal podia esperar para encontrar sua vizinha, Cassie, mais tarde naquela mesma noite. Elas sempre se divertiam quando saíam e Liv precisava de uma folga após trabalhar um zilhão de horas.

      Enquanto sacudia o traseiro ao som do boom-boom de Luke Bryan, ela não pôde deixar de notar uma porta aberta à frente. De repente, sua dança parou e o calor inundou seu pescoço e faces. Talvez não estivesse sozinha, afinal.

      Normalmente, todas as portas dos vários laboratórios ficavam fechadas e trancadas, a menos que a equipe estivesse trabalhando. Liv esperava que alguém tivesse entrado para terminar seus projetos e pudesse explicar o que estava acontecendo com o ar condicionado. Uma rápida olhada na tela do celular lhe disse que Jim não havia respondido à sua mensagem. Não era de surpreender, dado que o homem praticamente morava no campo de golfe nos finais de semana.

      À medida que se aproximava da porta aberta, ficou surpresa ao perceber que era uma porta que ficava sempre fechada. De fato, nos quatro anos em que trabalhou ali, Liv nunca a viu aberta nenhuma vez. Presumia que era um depósito mas, enquanto a empurrava lentamente, percebeu que era outro longo corredor.

      Uma rajada de ar fresco atingiu sua pele úmida, tentando-a a se aventurar mais. Tudo bem, aquilo era estranho. O que havia ali que precisava de uma unidade de refrigeração diferente? E, por que esta funcionava enquanto o resto do edifício parecia o deserto do Saara?

      Instantaneamente alerta, ela tirou os fones de ouvido para se concentrar no ambiente. Aquele corredor tinha a mesma combinação monótona de tons cinzentos do resto do edifício e várias portas se alinhavam de um lado. A única iluminação no corredor vinha de pequenas janelas em cada porta. As janelinhas eram mais altas do que seria a lógica e, quando se aproximou da primeira porta, Liv teve que ficar na ponta dos pés para espiar por ela.

      Colocando a palma da mão suada na porta para se apoiar, ela olhou para dentro da sala. Estava vazia, mas havia um colchão no chão e, acima da espessa plataforma, duas correntes estavam presas à parede de pedra.

      — Que diabos…? — murmurou Liv, baixinho.

      O colchão e as correntes eram bastante perturbadores, mas foram os punhos de metal no final das correntes que fizeram seu coração disparar e martelar no peito. O que estava acontecendo naquela sala? É certo que estava impecável e desocupada, mas ela não conseguia imaginar qual o uso para haver um colchão ou correntes no laboratório. Embora a sala estivesse vazia, seu sexto sentido gritava que algo estava errado.

      Curiosa, seguiu até a janela seguinte e espiou. Também estava vazia. Droga, pensou Liv, enquanto examinava cada sala. Cada uma delas estava vazia, exceto pelos colchões e correntes presas às paredes. O que poderia estar acontecendo naquela seção do edifício?

      Era do conhecimento geral que eles realizavam vários testes e experimentos no LPP, alguns realizados em animais, mas aquilo parecia algo completamente diferente. Os animais ficavam em gaiolas em uma grande área, não em salas individuais como aquelas. Aquilo que ela estava olhando lembrava celas de prisão e, pela primeira vez, teve medo de estar sozinha no trabalho. Onde estava aquele novo guarda quando mais precisava dele?

      Um metal retiniu, assustando Liv, e ela pulou. Seu coração martelou no peito quando percebeu que vinha de uma das últimas cinco portas ao longo do corredor. Agachando-se, considerou suas opções. Deveria sumir dali e perguntar a Jim na segunda-feira?

      Parecia razoável, pois o suor encharcava suas costas inteiras, o que não se devia inteiramente ao mau funcionamento do ar condicionado. A cena a fez lembrar-se de um filme de terror, e ela era a mulher idiota que andava cegamente pelas vias do inferno.

      Sim, ela deveria dar o fora dali. Mas… seria capaz de pensar em mais alguma coisa durante o resto do fim de semana? Seria capaz de aproveitar a noite ou qualquer outra coisa?

      Não. Aquilo enlouqueceria Liv e ela não pensaria em nada além desse corredor misterioso. Precisava saber o que provocava aquele barulho e o que estava acontecendo naquele setor do edifício. Esqueça o som assustador, pensou ela, enquanto decidia seguir em frente com resolução impulsiva.

      Respirando fundo várias vezes para acalmar o nervosismo, Liv deu vários pequenos passos bem devagar e ficou na ponta dos pés para olhar pela pequena janela. O que ela viu a horrorizou e ela piscou duas vezes para se certificar de que não era uma alucinação. Ela forçou os olhos para poder ver melhor através da fraca iluminação da sala.

      Não, não estava tendo alucinações… ou talvez estivesse. De jeito nenhum ela poderia estar olhando para um homem, um homem anormalmente grande, dormindo no colchão. Suas mãos estavam algemadas e acorrentadas à parede. Ele estava imundo, vestindo nada além de uma calça de moletom preta coberta de sujeira. O homem estava enroscado como uma bola e tremendo. Sua pele era bronzeada, mas ele parecia doente naquela posição fetal.

      Querendo ajudar, ela pegou a maçaneta e a girou, mas estava trancada. Estava prestes a bater no vidro quando ouviu sons abafados vindos da sala ao lado.

      Caminhando silenciosamente para a porta vizinha, com o coração martelando um milhão de batimentos por segundo, ela avançou ao longo da parede até que pudesse ver pela janela da porta, ainda que com pouca clareza. Outro homem estava de quatro, cobrindo a cabeça e o rosto com os braços, enquanto um segurança o espancava com o bastão. Ela notou que ele também estava acorrentado à parede, completamente à mercê do guarda.

      Liv não reconheceu o segurança, mas percebeu que ele estava vestindo o uniforme preto da empresa. O guarda estava sendo cruel em seu ataque. Havia sido esse o novo cara que Jim havia contratado?

      Ela sentiu-se presa nesse momento terrível de indecisão entre lutar ou fugir, enquanto observava o abuso, incrivelmente atordoada. A honra lhe dizia que não podia ir embora, mas não fazia ideia de como poderia agir contra o homem armado. Em comparação a ele, ela era pequena.

      Ao lado do guarda estava David Cook, outro cientista pesquisador. Liv havia trabalhado em estreita colaboração com David em vários projetos e gostava do sujeito. Não conseguia imaginar como ele não parecia se sentir mal ao permanecer ao lado, observando tanta brutalidade, mas sua postura, com pernas afastadas e braços cruzados, desmentia isso. E então ela ouviu David ordenar que o homem fosse golpeado novamente. Estavam espancando um homem indefeso. Que tipo de experimento estavam realizando?

      Uma coisa era certa. Liv se sentiria péssima se fosse embora naquele momento.

      Alcançando a maçaneta, Liv quase desejou que estivesse trancada, mas ela girou e cedeu. Ela abriu a porta de metal pesado e entrou com confiança e determinação. Talvez, se agisse como se devesse estar ali, eles a tratassem adequadamente. Finja até conseguir, como Cassie sempre dizia.

      — Alguém pode me explicar o que está acontecendo? — exigiu Liv, com as mãos nos quadris.

      Os dois homens se viraram e o outro no chão a olhou. Ele estava tão sujo quanto o outro homem na sala ao lado. Vestindo a mesma calça de moletom preta, ele parecia

Скачать книгу