Cativeiro. Brenda Trim

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Cativeiro - Brenda Trim

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afiadas.

      — Caramba! O que vai fazer? Seu chefe respondeu sua mensagem? — perguntou Cassie, enquanto a garçonete, Penny, se aproximava da mesa e pousava uma garrafa de tequila Camarena, dois copos e uma tigela pequena de fatias de limão sobre a mesa.

      Era uma tequila decente. Provavelmente, para se cobrar o dobro do que ela pagaria na loja de bebidas, um pouco acima dos recursos de Liv, mas pelo menos ela não ficaria enjoada ou teria uma ressaca terrível no dia seguinte.

      — Posso ajudar em mais alguma coisa? — perguntou Penny, desatenta, piscando para um dos caras na mesa perto da delas.

      — Não. Estamos bem, obrigada — respondeu Liv, e Penny rapidamente correu para o cara musculoso com um sorriso lindo. Voltando a atenção para Cassie, Liv respondeu: — Não faço ideia. O que você acha? Envolver a polícia? Ligar para o meu chefe e me despedir? Realmente preciso desse emprego. Talvez os homens não estivessem mortos, mas apenas desmaiaram — sugeriu Liv.

      A verdade era que ela não sabia ao certo. Aconteceu tão rápido. Talvez estivesse errada sobre eles estarem mortos.

      — Eu não ligaria para a polícia, especialmente se você estiver errada. Isso a faria ser demitida, com certeza. Eis o que sugiro. Vá trabalhar segunda-feira e aja como se tudo estivesse normal. Você saberá em breve o que aconteceu. Com sorte, você está enganada sobre o LPP. Jim me pareceu bem agradável quando o conheci no piquenique do ano passado. Talvez você tenha deixado sua imaginação prevalecer — explicou Cassie, enquanto servia uma dose para cada uma e entregava o copo com logotipo em relevo para Liv.

      Liv bebeu tudo e pegou um limão, enquanto seu rosto se contraía com o gosto forte. Ela mordeu e sugou. Melhor combinação de sempre. A acidez do limão acalmou seu paladar, e de um zunido reconfortante veio logo a seguir.

      — Você está certa. Fingir até conseguir, certo? — brincou Liv, servindo outra dose a cada uma delas.

      — Vou beber em homenagem a isso! falou Cassie, com voz estridente, brindando os pequenos drinques.

      Liv sentiu uma vibração no bolso e percebeu que ainda estava vestindo seu jaleco. Ok, aquilo era embaraçoso como os diabos. Não era de se admirar que nenhum homem tivesse se aproximado de sua mesa. Eram elas as lésbicas tolas se pegando na mesa do canto, pensou ela enquanto pegava o celular.

      — Oh, droga, isso não pode ser bom — deixou escapar Liv, enquanto olhava para a mensagem na tela.

      — O quê? Quem é? — perguntou Cassie, curiosa.

      — É o Jim. Ele diz que a primeira coisa que precisa fazer amanhã de manhã é me ver — suspirou Liv, olhando para o telefone.

      Ela tinha a sensação de que aquela porcaria estava prestes a atingir o ventilador e que ela se encontrava em pé, na frente dele, coberta de estrume.

      Capítulo Três

      

      — Entre — vociferou Jim, por detrás da porta fechada do escritório.

      Liv se encolheu com a voz rude e tentou decifrar o humor dele. Não queria ser questionada sobre o que viu com os shifters. Havia ficado obsessiva com o encontro da tarde anterior e a tequila não ajudou em nada além de lhe dar dor de cabeça. E ela que pensava que era de uma marca decente. Então, mais uma vez, elas beberam a garrafa inteira.

      Desistindo de seu exame, Liv abriu a porta e foi recebida por uma expressão solene. Aparentemente, ele estava irritado. Não era o dia certo para chegar ao trabalho sem ter dormido e de ressaca.

      Entre o incidente no laboratório, a bebida e a mensagem de texto de seu chefe, ela não havia fechado os olhos. Tomou três xícaras de café antes de sair de seu apartamento, esperando que isso a ajudasse a se concentrar. Infelizmente, ao ouvir a agitação de Jim, havia uma alta probabilidade de vomitar o café.

      A grande questão era se Jim estava ciente do possível duplo homicídio e, mais importante, se ele sabia que ela os havia testemunhado. Ela fechava e abria os punhos ao lado do corpo, enquanto seu coração dava a impressão de ser um boneco de molas em uma caixinha de surpresas, pronto para saltar do peito a qualquer momento. O suor escorria por sua espinha enquanto ela caminhava em direção à mesa dele.

      — Bom dia, Jim. Espero não tê-lo deixado esperando — gaguejou, odiando o tremor em sua voz.

      Se o cara não soubesse os detalhes da noite anterior, em breve saberia. A culpa devia estar estampada em todo o seu rosto. Ela sabia que sua expressão gritava: estou escondendo algo, em grandes letras de néon. Ser evasiva e usar de subterfúgios não eram seus pontos fortes.

      Mesmo quando criança, Liv não conseguia escapar através da mentira. Uma declaração acusatória e ela cederia, contando tudo e confessando seus pecados. É claro que, quando criança, seus pecados consistiam em não escovar os dentes antes de dormir, roubar um biscoito ou não terminar o dever de casa.

      Agora, ela havia avançado para crimes muito maiores, envolvendo brutalidade e assassinato. Não havia participado, mas ficou inerte enquanto um shifter estava sendo brutalizado e depois viu o homem retaliar, tirando vidas.

      Oh, inferno. Liv não considerou o que isso poderia significar para ela. Poderia ir para a cadeia? Ela se amaldiçoou por não ter chamado a polícia. O que a polícia faria com ela por permanecer calada? Isso fazia dela uma cúmplice? Oh, Deus, ela seria presa.

      Sua mente girava com as possibilidades. Havia se prendido à ideia, na noite anterior, de que Jim iria lhe poupar, e agora ele a demitiria e, depois, a entregaria à polícia.

      Sua respiração ficou irregular e a cabeça girou. Droga, ela precisava se sentar antes de desmaiar. A bebida cafeinada chacoalhava e agitava seu estômago. Ugh. Graças a Deus, ela não havia conseguido comer nada de substancial naquela manhã ou estaria jogando-a na cesta de lixo de Jim antes que ele pronunciasse a primeira palavra.

      — Bom dia. Estou aqui há um tempo, mas não por sua causa. Obrigado por vir em um domingo. Por favor, sente-se — ofereceu, com um gesto rápido para a cadeira em frente à sua mesa.

      Liv caminhou até a poltrona de couro preto e sentou-se.

      — Cuidei do problema do ar condicionado que você me relatou em uma mensagem ontem. Espero que não tenha sido muito difícil trabalhar. Conseguiu fazer alguma coisa? — continuou Jim, erguendo uma sobrancelha curiosa.

      O homem forte estava sentado atrás de sua grande mesa, com os braços cruzados sobre o peito. Ele era grande e corpulento, para não dizer intimidador.

      Era sério que ele a chamara para perguntar sobre trabalhar no calor? Ele sabia que não devia questioná-la. Ela havia sido a funcionária do mês mais vezes do que se lembrava. Fugir dos deveres não fazia parte da composição genética de Liv.

      Ele estava testando-a para ver o que ela sabia? Os olhos azuis escuros dele não davam pistas sobre seus pensamentos interiores. O homem conseguia fazer uma tremenda cara de paisagem, e ela pensou em lhe sugerir que ele jogasse cartas em vez de golfe.

      —

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