Reivindicada pelos Alfas. Grace Goodwin

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Reivindicada pelos Alfas - Grace Goodwin Programa Interestelar de Noivas

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caso é bastante incomum, Srtª Adams. Embora tenhamos algumas voluntárias, nunca tivemos uma com os seus motivos.

      Olhei de relance para a porta fechada por um instante, preocupada, pensando que talvez ela tivesse ligado para o meu noivo e mandado chamá-lo. Um pânico enorme me fez começar a puxar as algemas.

      — Não se preocupe. — disse ela, levantando uma das mãos para me impedir. — Está segura aqui. Embora tenha dito que os hematomas no seu corpo são devido a uma queda, eu considerei que era necessário garantir que ninguém pudesse vê-la antes de ser enviada para fora do planeta.

      É óbvio que a Guardiã Egara não acreditou na minha história ridícula e eu fiquei mais tranquila ao sentir a sua veemência em me proteger. Eu nunca tinha esquiado em toda a minha vida. Eu nem sequer vivia perto de uma montanha, mas foi necessária uma desculpa razoável para os hematomas no meu corpo e aquilo foi a primeira coisa que me ocorreu.

      Embora eu presumisse que os hematomas fossem descobertos, eu não fazia ideia de que me despiriam totalmente para efetuar exames médicos, e que depois seria vestida com uma bata hospitalar e me submeteriam à visualização de imagens e vídeos absolutamente inadequados. Eu devo ter adormecido, visto que eu não poderia ter imaginado nada daquilo sozinha.

      — Obrigada. — respondi.

      Eu não estava habituada a que as pessoas fossem amáveis comigo. Ela permaneceu em silêncio, como se estivesse à espera que eu lhe contasse a verdade. Eu queria partilhar aquilo que agora sabia sobre o meu noivo? Ele tinha sido tão amável, tinha me deixado nas nuvens, até eu descobrir a verdade. Eu ouvi por acaso ele dizer a um dos seus homens para matar alguém que lhe tinha arruinado uma das suas vendas de imóveis. Eu pensava que os homens que estavam com ele eram funcionários, guarda-costas, mas na verdade, eles eram executores, homens que ele usava para intimidar e matar. Assim que eu aceitei casar com ele, ele colocou dois dos seus homens como meus guarda-costas pessoais. Ainda assim, eu acreditei que o motivo disso era simplesmente pelo fato de ele ser rico e de eu precisar de proteção adicional. Eu achava que ele era atencioso e cuidadoso, sempre olhando por mim. Ah! Fui tão estúpida. Fui mais estúpida ainda quando lhe disse que estava com dúvida quanto ao nosso casamento. Ele tornou-se totalmente agressivo, agarrou-me e disse que nunca me deixaria. Nunca.

      Quando ameacei partir, ele explicou calma e apaixonadamente que eu lhe pertencia. Que eu era propriedade dele a partir do momento em que ele tinha colocado um anel de noivado no meu dedo. Que ele mataria qualquer pessoa que eu beijasse, torturaria qualquer homem que me tocasse e que, depois, me castigaria por causar aquele problema.

      Eu soube, então, que tinha de ir embora, mas eu tinha que encontrar uma forma de fugir. Eu tinha ido até o centro comercial no meu carro, como se fosse um dia como os outros. Os homens que me vigiavam sempre estacionavam o seu carro ao lado do meu, seguiam-me pelo centro comercial, mas permitiam-me vaguear pelo interior das lojas sozinha. Por via das dúvidas, fui diretamente para o departamento de lingeries, onde eu sabia que eles sempre recuavam, depois, passei por muitas outras lojas, deixando o meu celular entre duas prateleiras de roupa. Corri até a parada de ônibus e peguei um para o outro lado da cidade. A partir daí, apanhei um táxi para o centro de processamento do Programa Interestelar de Noivas.

      Eu já não tinha família ou amigos. Quando começamos a namorar, ele começou a eliminar sistematicamente todas as pessoas com as quais eu me preocupava antes de o ter conhecido. Um a um, ele foi dando motivos pelos quais eles deixavam de ser adequados, pelos quais eles haviam se tornado contatos que já não eram aceitáveis. Eu agora estava total e completamente sozinha no mundo, à sua mercê. Ele até me convenceu a desistir do meu trabalho, portanto, eu não tinha nenhum dinheiro meu.

      Deus, até um alienígena era melhor do que um homem psicótico e possessivo cuja noção de castigo envolvia a prática de boxe, eu sendo o saco de pancada. Eu tinha sofrido uma vez. Nunca mais. Eu podia ter sido tola, ingênua e até um pouco apaixonada, mas não mais.

      Eu olhei por cima do ombro durante toda a viagem até o centro de processamento, com medo que eles me localizassem e me impedissem antes de eu conseguir entrar no edifício. Assim que entrei, senti-me segura, mas não me sentiria totalmente fora do seu alcance até sair do planeta. Só aí, eu seria capaz de respirar calmamente, certa de que o meu noivo nunca me encontraria.

      Eu tinha ouvido falar sobre o Programa Interestelar de Noivas há mais de um ano; sabendo que a maioria das mulheres que participava era prisioneira que procurava uma alternativa à dura sentença de prisão. Eu tinha ouvido falar que algumas eram voluntárias, mas que nenhuma delas podia voltar. Uma vez emparelhada com um guerreiro alienígena e enviada para fora do planeta para o seu parceiro, elas deixavam de ser cidadãs da Terra e não podiam voltar. No início, isso parecia assustador e ridículo. Quem seria capaz de se voluntariar para sair da Terra? Quão ruim seriam as suas vidas para fazer algo assim? Agora eu sabia. A vida de uma mulher podia tornar-se muito, muito ruim.

      Eu precisava ficar o mais longe possível do meu noivo e eu tinha medo de não haver nenhum lugar na Terra que fosse longe o suficiente. Ele me encontraria, e depois…

      Pensei que ele poderia ser a minha família. Família. Ele me escolheu para ser sua mulher porque eu não tinha ninguém. Não tinha ligações, não tinha ninguém para me proteger, ninguém que me impedisse de casar com aquele idiota. Ele nunca seria a minha família. Ninguém na Terra me amava. Como voluntária do programa de noivas, eu estava feliz por saber que não podia voltar. Eu já não queria ficar na Terra. Não queria passar o resto da minha vida com um medo constante de que ele conseguisse me achar. E, por isso, eu ia sair do planeta, iria para o único lugar onde ele nunca seria capaz de me encontrar, nunca mais conseguiria me alcançar.

      E, então, aqui estava eu, sentada, vestida com uma bata áspera, sob o escrutínio da Guardiã Egara.

      — Tem alguma pergunta?

      Lambi os meus lábios novamente. — Esse parceiro… como é que eu sei que ele vai ser… bom? — Embora eu tivesse sido submetida a vários exames para o emparelhamento, o meu único requisito era que ele fosse bom. Eu não queria ser emparelhada com um homem que me batesse. Se eu quisesse isso, podia simplesmente ficar aqui na Terra e casar com aquele idiota.

      — Bom? Srtª Adams, percebo a profundidade da sua preocupação, mas o seu parceiro foi submetido aos mesmos exames. Na verdade, os guerreiros têm que, obrigatoriamente, ser submetidos a exames muito mais avançados do que as nossas noivas. Não precisa ter medo do teu parceiro, porque a tua mente subconsciente é o que determina o emparelhamento. As necessidades e desejos de ambos se completam. No entanto, deve se lembrar que um planeta diferente tem costumes diferentes. Uma cultura diferente. Vai ter de se adaptar a isso, rejeitar as tuas opiniões e noções antiquadas da Terra. Vai ter de pôr de lado o teu medo de homens. Deixa tudo isso aqui na Terra.

      As palavras eram sábias, mas fazer aquilo não era assim tão simples. Eu seria cautelosa durante muito tempo, quanto a isso eu estava certa. — Para onde é que eu vou?

      — Viken.

      Franzi a testa. — Eu nunca ouvi falar desse planeta.

      — Mmm. — ela respondeu, olhando para baixo, para o seu tablet. — Você é a primeira da Terra a ser emparelhada lá. Os sonhos que visualizou são de uma fêmea de outro planeta e do Viken que foi emparelhado com ela. Como pôde observar, ele era um amante cuidadoso, mas também rigoroso.

      Corei ao lembrar-me.

      — Com base neste exame, penso que o teu parceiro vai te satisfazer bastante.

      — E se não for assim? — E se

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