Reivindicada pelos Alfas. Grace Goodwin

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Reivindicada pelos Alfas - Grace Goodwin Programa Interestelar de Noivas

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Tem trinta dias para mudar de ideia. — respondeu ela. — Mantenha em mente que foi emparelhada não só com um homem, mas com o planeta. Se não achar o teu parceiro aceitável depois dos trinta dias, pode pedir por outro guerreiro, mas vai permanecer em Viken.

      Aquilo me parecia razoável. Suspirei, um pouco mais tranquila ao saber que no fim das contas eu poderia fazer a minha própria escolha – sem ser enviada de volta à Terra.

      — Está satisfeita? — perguntou ela. — Tem mais alguma pergunta? Há algum motivo para adiar o transporte?

      Ela olhou para mim como se me oferecesse uma última chance. Chance essa que eu não aproveitaria. — Não. Não há nenhum motivo para adiar.

      Ela acenou com a cabeça. — Muito bem. Para que conste, Srtª Adams, é casada?

      — Não. — Se eu não tivesse conseguido escapar, estaria. Dentro de duas semanas.

      — Tem algum filho?

      — Não.

      — Ótimo. — Ela deslizou novamente o dedo na tela. — Você foi formalmente emparelhada com o planeta Viken. Aceita o emparelhamento?

      — Sim. — Respondi. Desde que o homem não fosse mau, eu iria para qualquer lado praa fugir do meu noivo.

      — Por ter respondido afirmativamente, foi oficialmente emparelhada e será retirada a sua cidadania da Terra. Agora e para sempre será uma noiva de Viken. — Ela olhou para baixo, para a tela e deslizou o dedo. — De acordo com os costumes Viken, é necessário efetuar algumas modificações no teu corpo antes do transporte.

      A Guardiã Egara se levantou e deu a volta para ficar ao meu lado.

      — Modificações? — O que é que isso significava? O que ela ia fazer?

      Ela apertou um botão na parede, sobre a minha cabeça, o que fez com que ela deslizasse e abrisse. Olhando sobre o meu ombro, eu não conseguia ver nada além de uma luz azul suave. O que eu pude notar foi um braço enorme que se estendia para fora da parede com uma agulha presa a ela. — O que é aquilo?

      — Não precisa ter medo. Estamos simplesmente implantando as suas UNP, às quais todas as noivas precisam. Fique calma. Só leva alguns segundos.

      O braço robótico veio na minha direção e espetou o meu pescoço. Estremeci, surpresa, mas, na verdade, aquilo não doía. Nada daquilo doía. Enquanto a cadeira se movimentou para trás, para dentro de uma sala com a tal luz azul, eu sentia-me relaxada, calma e sonolenta.

      — Já não tem nada a temer, Srtª Adams. — Enquanto a cadeira me descia para dentro de uma banheira quente, ela acrescentou: — O seu processamento começará em três… dois… um.

      2

       Drogan

      — Nós passamos quase trinta anos separados. Não vejo qual é a necessidade de ficarmos juntos agora. — Cruzei os braços sobre o peito enquanto olhava para o outro lado da sala, para os dois homens que pareciam idênticos a mim. Meus irmãos. Um tinha um cabelo bastante longo, que ia muito além dos ombros, o outro tinha um corte bastante curto, rente à cabeça, com uma cicatriz que atravessava a sua sobrancelha direita, mas fora isso, era como se estivesse olhando para um espelho. Ao longo de toda a minha vida, eu soube que era um trigêmeo, sempre soube que tínhamos sido separados desde bebês. Até sabia o porquê.

      — As Guerras de Setores aconteceram quando vocês eram bebês. Depois da morte dos seu pais, foi decidido que o melhor era separá-los. Cada um foi enviado para governar um dos três setores, de modo a manter o equilíbrio do poder do sangue real e acabar com a guerra. — O Regente Bard olhou para cada um de nós. Ele era pequeno e frágil, mas bastante poderoso. Poderíamos tê-lo matado facilmente com as nossas próprias mãos, mas sabíamos que a sua morte não mudaria o rumo dos acontecimentos. Eu sabia, portanto, a carnificina era desnecessária. Visto que ele ainda estava respirando, concluí que os meus irmãos tivessem chegado à mesma conclusão. Mas nenhum de nós tinha que gostar disso.

      De pé, ao lado do regente, estava o seu segundo em comando, Gyndar. O regente só fez uma introdução simples, mas aparentemente, o homem deveria permanecer em silêncio e fazer o que o regente mandasse. Ele não era um jovem escudeiro, inexperiente e ávido, mas sim, um homem idoso com uma atitude séria e calma. Ele era comum, o que o tornava bastante bom no seu trabalho. Os meus espiões mantinham-me informado quanto ao que o regente fazia, e Gyndar desempenhava um papel importante como intermediário e negociador, e servia como mediador silencioso em acordos à porta fechada enquanto o Regente Bard mantinha as suas aparições e a sua persona pública.

      — Nós não precisamos de uma aula de história, regente. Todos nós estamos bem cientes de que fomos o motivo pelo qual o tratado foi criado, pelo qual a guerra teve fim. — disse Tor.

      Era estranho ouvir a minha própria voz sair de outra pessoa. O seu cabelo longo e o casaco mais pesado que usava eram indícios da sua vida no frio Setor Um. Eu nunca fui lá, é claro, e não tinha interesse algum em tolerar o clima gelado.

      — Felizmente para você, nós somos trigêmeos, não é, regente? — Acrescentou Lev. Ele deslocou-se até uma cadeira com encosto, o seu cabelo curto e a sua carranca feroz faziam com que ele parecesse mais frio do que Tor, mas eu sabia que isso era uma ideia errada. Os meus dois irmãos eram guerreiros calejados, que governavam os seus setores assim como eu governava o meu. O fato de eles terem sobrevivido estas três décadas era a prova da força e inteligência deles.

      Eu conseguia ver semelhanças entre mim e Lev. A forma como eu, também, me sentei com uma postura relaxada com as minhas pernas longas esticadas diante de mim. Eu vi a sobrancelha de Lev arquear e, salvo a cicatriz, era como se estivesse olhando para um espelho. Ele também partilhava do meu desgosto e desinteresse pelas táticas e esquemas da política. Nenhum dos irmãos, assim como eu, gostava desta reunião. Era um inconveniente, algo que todos nós tínhamos de tolerar.

      O velho acenou. — Acredito que tenha sido o destino o fato de seus nascimentos terem trazido paz para Viken.

      Olhei para um dos meus irmãos e depois para o outro, antes de falar: — E, ainda assim, nós não temos paz alguma. Nós vamos ser parceiros de uma mulher de outro planeta. Nós é que vamos deixar para trás os nossos lares, o nosso povo, para viver aqui, para viver juntos e partilhar uma noiva? Você pede isso depois de termos vivido toda a nossa vida em setores diferentes.

      — Nós podemos ter nascido como irmãos, regente, mas agora somos inimigos.— acrescentou Tor. Eu assenti, e Lev também. Eu não tinha vontade nenhuma de saltar para o outro lado da sala e matar os meus irmãos, mas a minha lealdade era para com o meu setor, assim como a lealdade dos meus irmãos era para com o seu povo, nos seus respectivos setores. Nós éramos irmãos de sangue, mas a nossa lealdade estava nos nossos lares. A nossa lealdade era para com o povo que governávamos. Para com o povo que precisava que nós os protegêssemos e provêssemos para eles.

      — Inimigos? — Perguntou o Regente Bard. — Não. Irmãos. Irmãos idênticos, com DNA idêntico, que agora vão tomar uma parceira e gerar filhos.

      — Então, não quer a nós — Lev juntou as pontas dos dedos. Embora ele parecesse relaxado, eu sabia que ele sentia tudo, menos

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