A meio da noite - Segura nos seus braços. Margaret Way

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A meio da noite - Segura nos seus braços - Margaret Way Omnibus Bianca

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sentiu-se simplesmente confuso ao ver a roupa, mas não Adele.

      Virou-se e regressou ao andar de baixo. Estava no último degrau quando ouviu a porta da entrada a abrir-se.

      Adele recuou, assustada, e ele perguntou-se o que raios estava a acontecer.

      O seu rosto estava vermelho e parecia agitada, algo que raramente acontecia.

      Então, um pensamento horrível formou-se na mente de Nick.

      – Estiveste a noite toda fora, Adele?

      Ela baixou o jornal de domingo que tinha debaixo do braço.

      – Acho que isso entra na categoria de «não te diz respeito».

      Não lhe dizia respeito? Aquela mulher não existia!

      – Continuas a ser a minha esposa!

      Ela dedicou-lhe um olhar duro.

      – Bom, sempre podemos fazer alguma coisa a respeito disso.

      Nick experimentou uma actividade sísmica que pensou que Adele já não pudesse provocar-lhe depois de tanto tempo. Saiu de casa furioso, atravessou o atalho do jardim e entrou no seu atelier, fechando a porta com força.

      Não lhe dizia respeito!

      Deveria ter ficado para resolver aquele assunto, porém, os seus pés tinham começado a andar antes que o seu cérebro se activasse. E, naquele momento, não tinha vontade de voltar para casa.

      – Quais achas que são as minhas possibilidades, Ethel? – perguntou ao manequim que salvara da rua e que ainda mantinha a sua pose num canto do atelier. – Preciso da perspectiva de uma mulher.

      Ethel continuou com os olhos azuis cravados na direcção da janela.

      Nick suspirou.

      – Sim. Obrigado por nada, querida.

      Adele trabalhava à frente do computador portátil quando Nick foi ter com ela. Continuava nervosa devido ao confronto do hall. Estivera quase a ceder… quase. Contudo, no final conseguira manter a compostura e Nick nunca saberia como estivera perto de desterrar a sua fúria com um beijo.

      Tentou fingir que não tinha consciência da sua presença à porta da pequena sala que usavam como escritório.

      – Estou ocupada, Nick – acabou por dizer, sem virar a cabeça.

      – Em algum momento vamos ter de falar.

      Ela encolheu os ombros e tentou concentrar-se nas palavras que apareciam no ecrã. Nenhuma lhe foi reconhecível. Leu uma frase pela terceira vez e acabou por deixar de tentar.

      – Está bem. Falemos – virou a poltrona e cruzou os braços. – Podes começar.

      Nick abanou a cabeça.

      – Assim não. Vamos para um terreno neutro. O que achas de eu te convidar para almoçar?

      Há muito tempo, adorava os longos e ociosos almoços de domingo com Nick. No Verão, sentavam-se no terraço do pub e, no Inverno, faziam-no no interior, à frente da acolhedora lareira. Não queria que nada lhe recordasse dias mais felizes, porém, ele tinha razão. Teriam de falar em algum momento e seria melhor que fosse o quanto antes.

      – Está bem, mas pagas tu.

      – Certamente.

      Nick exibiu as suas covinhas e Adele teve a impressão de que estava a aceitar muitos problemas.

      – Então, porquê tudo isto, Nick?

      Tinham estado quase o almoço todo a conversar sobre nada em especial. Não tinha a certeza de isso ser um bom ou mau sinal. A única coisa que sabia era que a conversa transcendente começava a irritá-la e que tinha de saber imediatamente o que se passava.

      Nick brincou com uma batata assada no seu prato.

      – Este ano a minha mãe faz sessenta e quatro anos.

      Adele assentiu.

      – Eu sei – depois franziu o sobrolho.

      O que estaria a tramar? Tentou olhar para ele nos olhos, porém, ele parecia concentrado em juntar todas as ervilhas no seu prato, num canto.

      – Como está Maggie?

      Fora um pouco cobarde nessa frente depois de ele ter partido. Escondera-se atrás da sua incapacidade para manter correspondência para que o contacto com a família de Nick fosse mínimo. Enviara algumas mensagens de outro correio electrónico e o cartão de Natal habitual, contudo, evitara as mensagens do atendedor de chamadas, fingindo para si mesma que estava muito ocupada com o trabalho. Nos últimos meses, o intercâmbio reduzira-se a quase nada.

      A verdade era que estava assustada. Como já não eram um casal, receava que a mãe e as irmãs de Nick se mostrassem distantes com ela. Tal como tinham feito os seus próprios pais. Afinal de contas, só fizera parte da família por defeito. Fora mais fácil fugir de algo profundo do que arriscar-se a comprovar que os seus medos tinham uma base real.

      Ele dispersou as ervilhas com a ponta da faca.

      – Já conheces a mamã…

      Conhecia a mãe de Nick melhor do que a sua própria. O que não era difícil, já que a última vez que vira os seus pais fora há três anos. Mas isso não era fora do comum, pois era assim desde que a tinham enviado para um colégio interno para que a sua mãe pudesse viajar pelo mundo com o seu pai enquanto este andava de um lugar exótico para o outro por motivos profissionais.

      Maggie Hughes era o tipo de mulher que fantasiara ter como mãe nos seus anos de adolescente. Tinha a casa cheia de filhas e netos que se queixavam sempre de que os controlava demasiado, embora isso nunca impedisse que fossem visitá-la. Tinha um coração grande e certificara-se sempre de que Adele se sentisse parte da família, sempre querida. Talvez fosse demasiado indulgente com o único filho que tinha, mas ninguém era perfeito.

      – Manda-lhe beijinhos quando falares com ela, está bem?

      Nick tossiu.

      – Bom, estava a pensar que talvez pudesses fazê-lo tu mesma… pessoalmente.

      – E quando seria isso, exactamente? Já te esqueceste, agora que tens uma vida tão agitada em Hollywood, que o ano passado foi viver com a tia Beverley? A Escócia fica muito longe para ir beber uma chávena de chá.

      – Vai fazer uma grande festa de aniversário. Charlotte está a organizar tudo e, é claro, as minhas outras irmãs também se envolveram.

      Adele pôde imaginá-lo. Nick tinha três irmãs mais velhas. E juntas formavam uma força a ter em conta. O único defeito que tinham era a fraqueza que sentiam pelo seu irmão mais novo.

      – E o que tem essa festa a ver comigo?

      Nick olhou para ela.

      – A mamã

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