Uma esposa perfeita. Julia James

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Uma esposa perfeita - Julia James Sabrina

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surpreendida.

      – A ópera não é realista. Além disso, é lógico sentir compaixão pelo sofrimento da pobre rainha, presa num casamento sem amor.

      – Acha?

      Estava a ser sarcástico? Diana sentiu que lhe ardiam as faces. A conversa continuou, mas sentia-se incomodada, como se tivesse votado a favor do adultério, ainda que, na verdade, tivesse sido apenas um comentário insubstancial.

      Nikos Tramontes não parava de olhar para ela e, nos seus olhos escuros, pareceu-lhe ver um brilho de melancolia, em contradição com como se mostrara sofisticado e seguro de si próprio até ao momento.

      No entanto, não tinha nada a ver com ela e, além disso, não voltaria a vê-lo depois daquela noite.

      Quando a ópera acabou finalmente e se despediu de Toby, dizendo-lhe que voltava para Hampshire no dia seguinte, descobriu que Nikos Tramontes estava ao seu lado.

      – Deixe-me levá-la – ofereceu-se, abrindo a porta de um carro estacionado à frente do teatro.

      – Não, obrigada, posso ir de táxi.

      – Não será fácil encontrar um e está prestes a chover – insistiu ele.

      Seria absurdo protestar, de modo que Diana entrou no carro e, com desinteresse, deu-lhe a morada do hotel em que o pai e ela costumavam alojar-se quando estavam em Londres.

      No banco traseiro, separados do motorista por um ecrã de vidro, Nikos Tramontes estava incomodamente perto.

      – Alegro-me por ter gostado da ópera – começou a dizer, esticando as pernas compridas. – Talvez gostasse de vir comigo noutra ocasião. A menos que já tenha visto todas as representações da temporada.

      Diana ficou tensa. Como suspeitara, estava a seduzi-la, apesar da sua relação com Nadya Serensky.

      – Não, receio que não – respondeu.

      – Não as viu todas?

      Ela abanou a cabeça. A escuridão no interior do carro, apenas iluminado pelas luzes dos candeeiros e das montras enquanto se dirigiam para a praça de Trafalgar, escondia a sua expressão.

      – Não queria dizer isso – corrigiu, tentando fazer com que a sua voz parecesse firme.

      Nikos Tramontes arqueou uma sobrancelha.

      – Masterson?

      – Não, mas… – Diana respirou fundo. – Passo muito pouco tempo em Londres, de modo que seria absurdo aceitar um convite. De qualquer tipo.

      Não disse mais nada, mas pensou que mostrar desaprovação por um caso de adultério fictício numa ópera para depois a convidar para sair com ele era uma hipocrisia. Aparentemente, o senhor Tramontes não se importava de enganar a namorada.

      – E sabe de que tipo é o meu convite? – perguntou ele, com um brilho brincalhão nos olhos escuros.

      – Não preciso de saber, senhor Tramontes. Só estou a deixar claro que não venho a Londres com frequência e não terei oportunidade de ir à ópera, nem consigo nem com ninguém.

      – Volta para Hampshire?

      – Sim, indefinidamente. Não sei quando voltarei a Londres – redarguiu ela, com intenção de deixar claro que não estava disponível.

      – Entendo.

      Diana sentiu-se aliviada. Estava a mudar de ideias. Apesar disso, o seu coração acelerava. Talvez porque estavam tão perto, demasiado perto.

      Depois, por sorte, o motorista virou em Piccadilly e depressa chegaram ao hotel. O porteiro abriu a porta do carro e Diana despediu-se.

      – Boa-noite, senhor Tramontes. Obrigada pelo convite e por me trazer ao hotel.

      Saiu do carro e desapareceu no vestíbulo sem lhe dar tempo para responder. Nikos observou-a do interior do carro. Era um hotel de renome que os provincianos ricos usavam quando iam a Londres e, sem dúvida, várias gerações de St. Clair tê-lo-iam usado.

      O motorista levou-o ao seu hotel, mais luxuoso do que o de Diana. Teria rejeitado o seu convite por causa de Nadya? Ouvira Louise Melmott a mencionar o nome dela. Se era assim, alegrava-se. Isso demonstrava que Diana era exigente com os homens.

      Não gostara da sua tolerância aparente à trama de Don Carlos, mas não parecia ser assim na vida real. E era essencial que não fosse assim.

      «A minha esposa não consentiria um adultério. Mesmo que seja da alta sociedade, não se parecerá com a minha mãe.»

      Esposa? Estava mesmo a ver Diana St. Clair como a sua esposa? E, se era assim, como conseguiria convencê-la a aceitar? O que conseguiria desfazer essa reserva gelada dela?

      O que a tornaria recetiva aos seus cuidados?

      Fosse o que fosse, encontrá-lo-ia e usá-lo-ia.

      Greymont estava tão bonita como sempre, especialmente ao sol, que ajudava a disfarçar as zonas em que a madeira estava destruída por causa da humidade. A parte do telhado que devia ser substituída era invisível por trás do parapeito e…

      Diana experimentou uma onda de emoção. Greymont significava mais para ela do que qualquer outra coisa no mundo. Os St. Clair tinham vivido lá durante trezentos anos. Era o seu lar. Cada geração passara-a à seguinte, pensou, com os olhos cheios de lágrimas. O pai dera-lha, deixando de lado as suas esperanças e a sua própria felicidade para que ela a herdasse. Perdera a mãe e ele encarregara-se de que não perdia o seu lar.

      Renunciar a Greymont, entregá-la a estranhos, seria uma traição imperdoável ao pai. Não, não podia vendê-la e faria o que fosse necessário para a manter.

      Entrou no vestíbulo amplo e olhou para a escada de mármore, para as molduras nas paredes, para os tetos delicadamente pintados e para a lareira de mármore branco, fragmentada em algumas zonas. Tudo precisava de reformas. Nas paredes, restavam alguns retratos familiares de artistas pouco conhecidos, mas era tudo tão familiar para ela como o seu próprio corpo.

      No andar de cima, no seu quarto, dirigiu-se para a janela para olhar para os jardins e para o parque. Tinha tudo um ar de abandono, mas os jardins, com a fonte ornamental de pedra que não funcionava, os caminhos e as pérgulas que separavam o jardim do parque eram tão bonitos como sempre tinham sido. Tão amados e preciosos para ela.

      Diana experimentou um sentimento feroz de proteção enquanto inalava o cheiro fresco do campo, mas custou-lhe abrir a janela porque a madeira estava deformada pela humidade e a tinta começava a cair.

      Enquanto o pai estava doente, nem sequer tinham feito os trabalhos rotineiros de manutenção porque o barulho e o pó o teriam perturbado demasiado. Mas a peritagem que pedira quando morrera revelara que os problemas eram mais graves do que receava.

      Precisava de um telhado novo, de substituir dúzias de janelas, de mudar as madeiras podres do chão, de arranjar as lareiras e reparar os danos causados pela humidade, de uma instalação elétrica nova, de canalização, de tinta, de aquecimento…

      A lista

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