Legado de paixões - O homem que arriscou tudo. Michelle Reid

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Legado de paixões - O homem que arriscou tudo - Michelle Reid Tiffany

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criatura pálida e abatida de há meia hora não tinha nenhuma semelhança com a beleza espetacular que tinha à sua frente. A blusa de lã feia, as calças de ganga gastas e o cabelo mortiço tinham sido substituídos por um vestido cinzento que deslizava sobre o seu corpo e acabava a meio das suas coxas torneadas e esbeltas. O resto das suas pernas estava coberto por umas meias finas e os seus tornozelos delicados elevavam-se sobre uns sapatos pretos.

      – Espero que saiba o que faz – resmungou Kostas a Anton em grego que, com a sua capacidade aguda de observação, percebera o efeito que Zoe tinha sobre ele.

      – Concentra-te no teu trabalho – replicou Anton.

      – É uma…

      – Penso que chegou o momento de dizer que sou bilingue – disse Zoe, num grego fluido, fixando neles os seus olhos azuis como dois dardos. – E espero que saibas o que fazes, Anton, porque se achas que estás a conseguir fazer com que me renda, estás muito enganado.

      Zoe viu o rosto de Kostas a toldar-se, enquanto Anton, sem se alterar, se apoiou em atitude relaxada contra o lava-loiça e pôs as mãos nos bolsos. O movimento ajustou o fato ao seu peito musculado, que estava coberto por uma camisa branca imaculada e reluzente de cuja gola pendia uma fina gravata de seda. Uma pontada sensual atravessou a barriga de Zoe à medida que deslizou o seu olhar pelas suas ancas estreitas e pelas suas longas pernas, que acabavam nuns sapatos de couro feitos à mão.

      – Então, não odeia todos os gregos? – perguntou ele, divertido, fazendo com que Zoe levantasse o olhar para os seus olhos pretos.

      Desviou o olhar com a respiração ligeiramente alterada.

      – Isso significaria odiar o meu pai.

      – E a ti própria, visto que tens sangue grego – disse ele. E sem mudar de tom, acrescentou: – Kostas, começa a trabalhar.

      Ele começou a mexer-se e, como se temesse ficar a sós com um animal selvagem, Zoe apressou-se a perguntar:

      – Posso indicar-lhe o que terá de levar? Está tudo no andar de cima, juntamente com a pasta com documentos pessoais.

      E saiu atrás de Kostas, deixando Anton, sozinho, com um sorriso a dançar-lhe nos lábios.

      Todo o rasto de humor abandonara-o quando se encontraram novamente no vestíbulo meia hora mais tarde.

      Kostas estava à frente da porta enquanto ele se encostava à parede e observava Zoe, que tentava abotoar um casaco preto com dedos trémulos. Toby, alheio à tensão que o rodeava, dormia na sua cadeirinha.

      Anton sentia um formigueiro constante nos dedos e o desejo de tocarem Zoe para a tranquilizar. Era evidente que agia contra a sua vontade, que na meia hora que passara a assaltara a dúvida e que a única razão por que não mudava de opinião era a perspetiva de um refúgio seguro.

      Kostas falou brevemente ao telefone e fez um sinal a Anton. Ele assentiu com a cabeça sem deixar de pensar que estava a mentir, mas desculpando-se na convicção de que fazia o melhor para Zoe e para o bebé.

      – O meu carro está estacionado à frente da porta – disse, num tom tranquilo. – Os meus empregados abrirão um corredor para que o alcancemos. Suponho que os jornalistas te assustam, mas o truque é manter o olhar fixo na porta do carro e dirigires-te para ela.

      Zoe cerrou os dentes e assentiu para lhe dar a entender que compreendia.

      – Tenta recordar que se irão embora assim que nós formos e que os teus vizinhos recuperarão a calma.

      Depois de olhar para Toby, que dormitava na sua cadeirinha, Zoe voltou a assentir.

      – Posso ocupar-me do teu irmão? – perguntou Anton.

      Ela olhou para ele e Anton viu que os seus olhos ardiam de ansiedade e de medo. Sem conseguir conter-se, pousou um dedo sob o seu queixo e levantou-lhe o rosto.

      – Confia em mim – disse.

      – Muito bem – disse ela, trémula.

      A expressão de Anton endureceu ao mesmo tempo que se baixava para pegar na cadeirinha de Toby. Ao levantar-se, olhou para Kostas que, depois dar algumas instruções por telefone, abriu a porta.

      Zoe sentiu o coração a acelerar, mesmo antes de sair. Kostas bloqueou a luz que se projetava sobre o alpendre. Anton passou-lhe um braço pelos ombros, puxou-a para si e saíram juntos com passo decidido e a cabeça encurvada. Zoe agiu como lhe tinha instruído e concentrou-se no homem que abria a porta da limusina.

      Viu flashes, ouviram-se gritos e sentiu uma multidão a formar redemoinhos.

      – O que sente por ser a neta de Theo Kanellis?

      – Anton, quando descobriu que não herdaria a sua fortuna?

      – É verdade que Theo Kanellis quer o bebé?

      Anton protegeu o corpo de Zoe até a deixar sentada, depois tratou da cadeira de Toby e sentou-se. O homem fechou a porta. Zoe abriu os olhos, angustiada e assustou-se quando as pessoas começaram a bater nos vidros, voltando-se para um lado e para o outro para evitar que os flashes a cegassem.

      O carro começou a andar, ao olhar para a frente, Zoe viu que o conduzia um motorista que estava separado deles por um vidro.

      – Meu Deus! – exclamou, quando ouviu o som das sirenes à frente e atrás. – Temos escolta policial?

      – Era a única maneira de sair – explicou Anton.

      Zoe agarrou a cadeirinha de Toby e olhou para Anton com os olhos esbugalhados.

      – És assim tão importante?

      – Somos – corrigiu ele.

      Zoe compreendeu pela primeira vez a volta que dera a sua vida. Virando-se, olhou para trás.

      – A imprensa vai seguir-nos.

      – Não poderão fazê-lo quando estivermos no ar.

      – No ar? – perguntou ela, perturbada.

      – Sim. Um helicóptero vai levar-nos ao nosso destino. Diz-me o que temos de fazer para que o teu irmão viaje seguro…

      «Manobra de distração.» Anton não se sentiu particularmente bem por usar táticas de negociação empresarial, mas tivera de renunciar ao seu sentido do jogo limpo quando tomara a decisão de não deixar a casa sem Zoe e Toby.

      Zoe concentrou-se na tarefa, centrando a cadeira do menino e pondo-lhe o cinto de segurança.

      – É um menino muito tranquilo – comentou Anton, que observava a manobra.

      – Só tem três semanas. Os bebés só comem e dormem, a não ser que se passe alguma coisa – disse ela, baixando-se para beijar o nariz do menino.

      Anton admirou mais uma vez a qualidade de ouro líquido do seu cabelo e os seus dedos longos e magros.

      – Quem é o homem que há na tua vida? – perguntou, deixando-se levar pela curiosidade.

      Zoe

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