Novos Começos Encantados. Brenda Trim

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Novos Começos Encantados - Brenda Trim

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chinelo as duas áreas em termos de vida vegetal.

      A solidão silenciosa me cercava. Eu tinha me acostumado a viver sozinha, mas sempre havia barulho ao redor. Eu morava perto do centro da cidade, o que significava que ouvia veículos passando o dia todo. Nunca notei quanta poluição sonora havia onde eu morava.

      Abrindo a porta dos fundos, saí e cruzei até a mesa colocada sob um grande bordo. Sentada à mesa de ferro trabalhado, bebi meu café enquanto planejava meu dia. Eu precisava descobrir se havia algo que eu pudesse fazer na cidade. Era outra coisa que adorava sobre morar aqui.

      Havia uma rua principal cheia de lojas pitorescas. A padaria tinha o melhor creme de leite que já provei, e a livraria de Violet era muito bem abastecida. Talvez eu perguntasse se eles precisavam de ajuda na loja de bebidas. Eles possuíam uma seleção fabulosa de merlots.

      A empolgação com essa nova fase da minha vida ainda borbulhava em mim. Nunca antes passei tanto tempo pensando no que eu queria para mim mesma. Parecia decadente passar tanto tempo imaginando o que eu queria fazer com meu tempo agora. Até este ponto, as decisões sempre foram tão naturais. Escolher a faculdade que eu queria frequentar foi fácil e conheci Tim durante meu primeiro ano. As coisas simplesmente aconteceram a partir daí.

      Não que tenha sido amor à primeira vista, mas eu sabia que íamos nos casar. Quando ele fez o pedido no nosso último ano, foi mais uma formalidade do que qualquer outra coisa. Ter três filhos, uma carreira e um marido me mantiveram ocupada o suficiente que acabei não trazendo os meus gêmeos para visitar minha avó com muita frequência. A culpa por isso tirou um pouco da minha empolgação. Eu deveria ter visitado mais.

      Eu deveria ter feito um esforço para vir pelo menos a cada dois anos. Tinha que ter me esforçado, pois sabia que me arrependeria depois. Quando meus pais morreram em um acidente de carro durante meu segundo ano na faculdade, me arrependi de não ter escolhido uma faculdade mais perto de casa. Eu perdi muito dos últimos anos da vida deles.

      Isso me fez pensar na decisão de ficar aqui. Eu não veria muito meus filhos. Eu tinha dinheiro suficiente para comprar passagens de avião para eles uma vez por ano sem esgotar minhas economias, e muitas coisas aconteceriam em suas vidas entre as visitas.

      Pelo menos eu tinha Violet por perto. Ela e eu éramos amigas desde que eu conseguia me lembrar. Eu a conheci durante minhas primeiras visitas à minha avó e mantivemos contato ao longo dos anos. Ela era a primeira pessoa para quem ligava quando algo acontecia, e um grande motivo para minhas poucas visitas aqui em minha vida adulta.

      E então havia Aislinn. Eu não tinha passado muito tempo com ela na semana passada, mas ela apareceu várias vezes e eu a observei cuidar do jardim enquanto conversávamos. Eu gostei de como ela falava o que pensava, mesmo que ela fosse estranha e falasse sobre poções. Eu ainda estava me ajustando aos termos que o Ingleses usavam para remédios caseiros.

      Então havia o homem misterioso que eu tinha visto no dia em que meus filhos foram embora. Violet me informou que seu nome era Sebastian e que morava perto de Pymm's Pondside. Eu o vi espreitando várias vezes, mas ele nunca disse nada enquanto ficava lá parado me olhando.

      Meus olhos percorreram a floresta ao meu redor. O cara havia me assombrado quase todos os momentos em que eu estava acordada. Eu não sabia nada sobre ele, mas sua expressão séria e corpo sexy não me deixavam em paz, então continuei pensando no porquê. Eu odiava não compreender algo. Quando ganhava um quebra-cabeça, não conseguia largá-lo antes de resolvê-lo.

      Com um suspiro, levantei-me e fui pegar um biscoito para o café da manhã. No segundo em que entrei em casa, as batidas começaram, seguidas pelas escadas rangendo. Os cabelos da minha nuca se arrepiaram. Era a primeira vez que a escada fazia barulho.

      Minha respiração ficou presa na garganta quando peguei uma faca do faqueiro de madeira. Segurando-a na minha frente, procurei por um intruso. Saindo da cozinha na ponta dos pés, eu enfiei minha cabeça pela abertura da porta. Não havia nada nas escadas.

      Um grito deixou-me quando uma das portas do armário da sala de estar abriu sozinha. Este lugar é definitivamente assombrado! — Vovó, é você? Me desculpe por não ter vindo mais vezes nos últimos dez anos. — Minhas bochechas coraram e eu revirei os olhos para mim mesma.

      O lugar não era assombrado. Mas eu adoraria poder falar com a vovó novamente. Ela sempre tinha resposta para tudo e no momento a única coisa da qual tinha certeza era que eu estava esquecendo algo, mas não tinha ideia do quê. Subi as escadas correndo e chequei os cômodos do andar de cima. Não tinha ninguém na casa.

      De volta à sala eu parei ao lado do sofá desgastado com as mãos nos quadris. — Eu não sei o que está acontecendo, mas esta é a minha casa agora e eu não vou tolerar mais essa merda. Isso significa que você pode parar com os ruídos e ficar abrindo portas. Eu sou uma Shakleton e eu não vou a lugar nenhum.

      Eu expirei lentamente, mas antes que pudesse dar a volta e ir pegar a minha comida, fui tomada por uma onda de eletricidade. Aquilo me atingiu em cheio, me levando a ter uma taquicardia. Eu não conseguia erguer o braço para checar meu pulso, mas tinha certeza que meu batimento cardíaco era bem mais que duzentos e trinta por minuto. Foi tão rápido que não consegui recuperar o fôlego.

      Tentei dar um passo e no começo, achei que não tinha conseguido me mover um só centímetro. Então meu braço bateu em algo que me fez cambalear para trás. Eu saltei quando senti algo atrás de mim logo em seguida. Meus olhos estavam bem abertos, mas não vi nada na minha frente. Poderia jurar que havia um campo de força invisível me cercando e eu podia ver os motes de poeira caindo ao seu redor. Garota, você precisa dar um tempo de Guerra nas Estrelas e parar de falar consigo mesma Está começando a soar como uma louca.

      A eletricidade virou energia que tomou todas as células do meu corpo. Senti como se elas passassem de passas enrugadas para uvas gordas em segundos. Nunca percebi que estava desidratada ou esgotada até ser restaurada. Só que não foram os fluidos que me encheram… Poder. Eu tremi quando a palavra passou pela minha mente.

      Tinha que ser uma reação retardada à cafeína, essa era a única explicação. Já os sons da casa, minha mente analítica me dizia que o encanamento era a razão daqueles barulhos, mas o encanador me garantiu que os canos da minha casa estavam em uma condição impecável. Foi quando a influência da minha avó subiu para minha cabeça e eu conjurei espíritos como a verdadeira razão.

      Será que eu irritei o fantasma? Será que fiz isso enquanto falava comigo mesma e declarava que a casa provavelmente me deixou louca, mas é que a minha mente reagia antes de ter tempo de censurar o que saía da minha boca. Rangendo meus dentes contra a contínua inundação de energia, eu me recusei a recuar. A casa era minha, assim como tudo nela. Tinha a herdado da minha avó e pretendia me orgulhar por isso.

      As luzes piscaram ao meu redor e parecia que eu tinha passado por um funil. Tornou-se ainda mais difícil respirar. Eu estava sofrendo um ataque cardíaco? Mas eu não sentia como se fosse isso. Os sintomas de uma mulher sofrendo um infarto agudo do miocárdio são: náusea, azia, tontura, suores frios e ficar extraordinariamente cansada.

      O suor que escorria pelas minhas costas estava tão quente quanto o rabo de um diabo, e eu não estava sentindo vontade de vomitar. Quando dei por mim, manchas negras dançavam na minha visão como a pressão construída no meu corpo. Meus olhos se fecharam lentamente e a escuridão tomou conta de mim.

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      * * *

      — Fiona! Fiona, você está bem? Você tem que acordar.

      —

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