Os Dois Cães. Rotimi Ogunjobi
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Читать онлайн книгу Os Dois Cães - Rotimi Ogunjobi страница 2
Lucky começou a se zangar com este cachorro mal-educado.
- Parece feio? Olha quem fala! Sugiro que se olhe no espelho antes de chamar alguém de feio, amigo. Bateram em sua cara para ela ficar assim? Seu dono deve ser muito cruel! - Lucky repreendeu Bonzo.
- Sou um buldogue. Ninguém bateu em minha cara. É assim que nós, os buldogues, somos - Bonzo respondeu presunçosamente.
- Neste caso, sou grato por não ser um buldogue! Pois está parecendo que buldogues são cães desagradáveis de se conviver. Além do mais, não dá para saber se você é um cachorro ou um boi em miniatura! E, ainda por cima, quer zoar com o meu nome! Definitivamente, não é assim que se trata um estranho! - disse Lucky a Bonzo.
- Também não precisa me insultar! Porque você queria me ver? Porque você me chamou? - Bonzo perguntou formalmente, surpreso com a resposta irritada.
- Nenhuma razão em particular. Notei que você é novo por aqui, então decidi ser legal e te dar as boas-vindas, te dar um oi.
- Ser legal? O que te faz pensar que é legal? Sou melhor do que você de todas as maneiras! Tenho uma educação refinada. Meu dono é mais rico do que o seu, e os lugares onde estive você não pensaria em ir nem em seus sonhos! Você sabe quem eu sou? Meus pais são de origem britânica pura. Fui criado e desmamado em uma bela casa no Condado de Surrey, de onde o Sr. Johnson, que para sua informação é o meu dono, me comprou e me trouxe para cá. Não sou um cão comum, sou um cachorro premiado!
- a indignação de Bonzo era evidente.
- Que história interessante a sua! No meu caso, confesso que nasci no centro da cidade, em uma ninhada de seis filhotes de uma cadela que pertencia a um amigo do meu dono. De qualquer maneira, ambos somos cães e agora vizinhos, então vamos tirar o melhor proveito desta situação! Por favor, conte-me mais sobre os lugares onde você esteve, Bonzo.
- Para sua informação mais uma vez, não sou um cão comum, e a única chance de nos tornarmos amigos é se você parar de me irritar. Quanto as minhas viagens, estive em Londres, Paris, Nova Iorque, Frankfurt e em muitos outros lugares maravilhosos. Certamente você não esteve em nenhum desse lugares, não é mesmo? - Bonzo rosnou, claramente sem disposição para fazer amizade.
- É verdade - concordou Lucky. - Estou por aqui todos os dias. Tempos Difíceis é tudo o que conheço. Vou vivendo de sobras, se houver, e vivendo de esperanças, se não houver sobras. É a vida de um cão.
- Não faça declarações generalizadas. Já te disse que não pertencemos à mesma categoria canina. Portanto, nunca diga coisas como se fosse a vida de todo cachorro. Sua vida não é igual a minha vida. Nunca será. Consegue entender? - Bonzo rosnou novamente com raiva.
- Pense da maneira que quiser, mas goste ou não, nós dois somos cães - Lucky deu de ombros.
- Realmente gostaria que você não persistisse em me irritar. Como disse antes, não faça declarações generalizadas. Não sou o mesmo tipo de cão que você. Você é um cachorro comum, eu sou um cão puro-sangue. Diga-me, quantos idiomas você sabe falar? - explicou Bonzo.
- Ué, eu falo a língua dos cachorros! - Lucky respondeu com um latido suave.
- Viu? Nisso também sou melhor do que você! Eu também posso falar em inglês, francês, alemão, chinês, russo e tagalo. E agora, você pode me dizer o que o torna igual a mim?
- Isso não é possível! Não tem como latir de outra forma além do idioma canino - discordou Lucky.
- Neste caso, seu tolo ignorante, apenas me ouça latir - Bonzo disse a ele. Recuando, ele soltou um latido profundo e rouco, no qual assustou Lucky.
- Agora quero ouvir você tentar. Tenho certeza de que não conseguirá - desafiou Bonzo. Lucky tentou, mas tudo o que conseguiu foi um latido alto e estridente. Bonzo riu do esforço malsucedido dele.
- Agora entendeu o que quis dizer? Esse é o latido de um cachorro da ralé, sem educação, comum. Diga-me, você já foi à escola? - provocou Bonzo.
- Receio que não tenho muita escolaridade. Não tive essa vantagem na vida - Lucky respondeu em um tom de derrota. Bonzo riu dele.
- Espere um momento, já volto - Bonzo trotou para dentro de sua casa e voltou com uma grande bolsa. Ele colocou a bolsa no chão, abriu o zíper e tirou dela alguns certificados de aparência muito impressionante.
- Veja isto. Este é um Certificado de Obediência. Este aqui, um Certificado de Uso de Banheiro. Já este, de Agressão Passiva. E este aqui, de Afirmação Vocal.
- Ei, espera aí um momento! Que raios seria Afirmação Vocal? - Lucky não se permitiria ser enganado.
- Realmente você é um cão sem instrução. Cachorros ignorantes como você chamariam de "latido" - explicou Bonzo com arrogância.
- E para que todos esses certificados? Tudo o que você precisa é fazer como eu faço: ficar de guarda no quintal e ser alimentado como recompensa - Lucky não se impressionou com tais certificados.
- Então é isso? Admito que a sua ignorância é tanta que me surpreende. Diga-me, como você descreve o seu trabalho? - perguntou Bonzo, o que deixou Lucky confuso novamente.
- Perdoe-me, mas eu não sei do que está falando. O que quer dizer com descrever o meu trabalho? - Lucky perguntou de forma honesta.
- Quero dizer quais são os seus deveres, o que faz da vida - explicou Bonzo.
- Tenho certeza que mais ou menos igual você - murmurou Lucky.
- Você imagina isso? Ainda persiste em suas declarações generalizadas? Você diz que é mais ou menos igual a mim, mas você tem alguma esperança de ir tão longe como cheguei com o meu trabalho? Sabe onde fui nas férias do ano passado? Fui para um lugar cujo nome você provavelmente não saberia pronunciar. Era um lugar muito exótico - provocou Bonzo.
- Bonzo, esse seu papo está ficando muito chato! Você pode ter um monte de certificados, latir em várias línguas, mas no final, aonde isso te levará na vida? Tenho certeza que não mais longe do que a mim, não mais do que cuidar do quintal do seu dono - repreendeu Lucky.
- Eu também te faço o mesmo tipo de pergunta. Quão longe você irá na vida sem esses certificados? Deixe-me dizer uma coisa: o Sr. Johnson, o meu dono, logo vai me arranjar uma companheira. E você, o que tem a me dizer?
- Infelizmente, nada. Mas por que eu precisaria de uma companheira? Por que precisaria de outra boca para dividir comida já escassa? - confessou Lucky.
- Foi exatamente o que pensei de você. Como terá o luxo de ter uma companheira quando nem ao menos sabe como cuidar de uma? - Bonzo zombou dele.
- Embora o que disse não esteja incorreto, não é exatamente assim como você está pensando.
- Como você diria então? Obviamente, a verdade é que você é miserável e sem esperança. Quem em sã consciência se sentiria atraído por você e se tornaria sua companheira? Diga-me novamente: o que ganha mesmo com o seu trabalho? - Bonzo certamente estava determinado a ser mais desagradável.
- Admito que não muito. As ordens do Sr. Salame para mim