Um Quarto De Lua. Massimo Longo

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Um Quarto De Lua - Massimo Longo

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a vaca de aço é certamente confortável e veloz para viajar e a cidade está cheia de coisas curiosas. Estou feliz de cá estar!

       - Acomoda-se, com certeza estás cansado. Posso oferecer-te um gelado? - perguntou ainda Giulia.

      - Sim, obrigado tia, eu adoro os gelados - aceitou com todo o gosto Libero - mas onde é que se meteu Elio?

      - Elio está no seu quarto, estará ele a chegar - disse Carlo chateado com o filho que não se dignava em passar para saudar o primo que tinha feito aquela viagem apenas para vir buscá-lo e dirigiu-se para o seu quarto.

      - Não, não tio - o pediu para deixar estar Libero - vou eu, quero fazer-lhe uma surpresa. Mostra-me apenas onde fica o seu quarto.

      Assim que Carlo lho indicou, Libero lançou-se para o quarto onde ouviram-se os seus gritos de felicidade enquanto o saudava.

      Nem sequer Elio, não obstante a sua frieza, conseguiu escapar ao abraço envolvente.

      Gaia olhou surpresa a mãe e lhe sussurrou: não o imaginava assim pateta!

      - Não digas isso - prontificou-se em repreendê-la Giulia - é um extraordinário rapaz e é também muito bom.

      - Sim, mas… tem a certeza que conseguirá levar-nos ao destino? - perguntou perplexa Gaia.

      - Claro que sim! - a tranquilizou Carlo - Não o subestime, juntamente com a mãe toma conta da fazenda. É forte e formidável.

      Chegou a hora do jantar e foi muito elegre, com todas as cores trazidas do campo pelo Libero, naturalmente para todos excepto Elio.

      - Não vejo a hora de mostrar-vos tudo - concluiu Libero, no fim da descrição da fazenda, dirigindo-se aos primos.

      - Tens certeza que não queres ficar alguns dias antes de partir? - procurou saber Giulia.

      - Não posso deixar a mamã sozinha neste período, há muito trabalho por fazer.

       - Tens razão Libero, és na verdade um excelente rapaz - elogiou Carlo dando-lhe uma palmadinha nas costas.

      - Sabes tio, questionava-me sobre uma coisa no carro, antes de chegar na cidade pensava que a buzina nos automóveis servisse apenas em caso de perigo…

      - Claro - respondeu Carlo - por quê?

      - Porque parece que aqui a usam todos para fazer festa, não cessam por acaso de tocá-la!

      Todos, excepto Elio, rebentaram de tanto rir questionando-se no fundo dos seus corações se Libero estivesse a zombar ou se era realmente assim…

      Terceiro Capítulo

      Apercebendo-se do seu terror, começou a rir

      Na manhã seguinte a fazer cair da cama a Giulia foi Libero, tropeçando no tapete do corredor. É assim, ele e a tia, encontravam-se a tomar o pequeno-almoço antes que todos os outros acordassem. quando o cheiro do café inundou o quarto de Carlo juntou-se ele também e, junto da esposa, pôs-se a contar aquilo que estava a suceder a Elio.

      - Nao fiquem assustado - lhes tranquilizou o rapaz - esta experiência fora de casa será benéfico para ele e depois a mamã já preparou um plano de ataque!

      Na estação Giulia não fazia outra coisa que advertir os rapazes, para que se comportassem bem na casa da tia.

      Gaia não estava mais na pele pela emoção e pela curiosidade, no momento em que, por hábito, via-se a uma légua como Elio tivesse sido arrastado naquela história. puxava a pesada mala de Gaia porque Libero o tinha forçado: “As senhoritas não carregam coisas pesadas!”, na verdade aquele seu primo o tinha cansado.

      Libero, de jeans e camiseta, trazia também um chapeuzinho amarelo-escuro da proteção civil que para os primos parecia fora do lugar e levava todo o resto das bagagens como se tratasse de malas vazias.

      O comboio deixou a estação na hora exacta. apenas eles os três ocupavam o compartimento. Libero arrumou as malas na apropriada prateleira e propôs:

      - Gaia aproxima, vamos para o vagao-restaurante tomar outra vez o pequeno-almoço, chegaremos tarde na fazenda e tens de manter-se forte. Elio ficará a tomar conta das malas, has-de ver que ninguém vai se aproximar das nossas coisas. se for o caso rosna! - disse sorrindo dirigindo-se ao primo - E se não fazer cara feia vamos trazer alguma coisa comestivel tambem para ti…

      Os dois primos sairam do compartimento para o grande alivio de Elio, desejoso para ficar sozinho.

      fixava a paisagem fora a partir da janelinha sempre igual e si mesmo, mal tinham saido da zona industrial e eis finalmente viam-se os primeiros campos cultivados e mais ainda campos e mais campos e colinas e mais ainda colinas e campos.

      De repente viu, um reflexo no vidro da janelinha, um senhor que estava sentado no assento da fila ao lado da sua, apenas depois do corredor.

      Entrara quando no compartimento? Não ouvira a porta abrir-se.

      O fulano estava vestido de preto e tinha uns pequenos óculos estranhos no nariz, estava a ler um livro encadernado em couro preto com as páginas de papel de seda, que parecia antigo por uma centena de anos. Tinha na cabeça um chapéu com abas largas que lhe cobria o rosto e é preciso dizer que metia inquietação.

      Elio não virou, continuava e tê-lo de olho reparando o seu reflexo no vidro da janelinha. criava-lhe medo estar ali sozinho com aquele fulano. no momento quisera que o primo, muito robusto, regressasse o mais rápido para o compartimento, mas dele e de gaia nem sequer uma sombra.

      no entanto o fulano continuava a ler, interrompia-se de vez em quando para reparar um antigo relogio que extraía do bolsinho do colete, vestido por baixo do seu fato completo de uma elegancia dos outros tempos.

      Isto enervava posteriormente a Elio que se questionava do que estivesse à espera, devia ser certamente algo de importante para continuar a reparar o relogio todo o tempo.

      depois, de repente, o fulano, depois de ter reparado mais uma vez o seu relogio, fechou o livro e baixou para pegar algo numa bolsa preta encostada no pavimento entre as suas pernas. as calças ligeiramente levantadas mostravam uns tornozelos pretos e subtis e umas estranhas peúgas que pareciam de pêlo preto.

      Elio não conseguia conter a sua inquietação e começou a tremer. Eis que o fulano, apercebendo-se do seu pavor, começou a rir enquanto continuava a revistar na bolsa. Era uma risada profunda e lúgubre que ecoava nas suas orelhas e para não ouvi-la mais tapou os seus típanos com as mãos. Fechou os olhos para não ver no vidro o reflexo daquele homem e dentro de si rezou: “Faça que volte Libero, faça que volte Libero”.

      A porta do compartimento abriu-se de repente.

      - Elio, mas o que estás a fazer? Apanhaste sei lá uma otite da cidade? Nao quererás por acaso acabar connosco pobres campesinos com este virus dos citadinos!

      Elio teve um sobressalto, depois, reconhecida a voz jocosa do primo, voltou-se e viu na porta Libero que fartava-se de rir com uma saqueta e uma bebida na mão, atras dele estava Gaia que dava dentadas a um croissã enorme.

      Do fulano nenhuma peugada, como tinha aparecido assim tinha desaparecido. desaparecido ele, o

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