Eu Sou. Aldivan Teixeira Torres

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Eu Sou - Aldivan Teixeira Torres

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no cardápio posto na mesa.Escolhem macaxeira com charque,algo barato,de bom gosto e regional.

      Fazem então o pedido e enquanto esperam,a conversação rola solta.

      —De onde vocês são mesmo?(Rafaela Ferreira)

      —Sou natural de Arcoverde-PE.Eu sou um cara que acredita no trabalho,nas pessoas e em principalmente nas forças benignas que me acompanham.(O filho de Deus)

      —Eu sou da serra do Ororubá,na região de Mimoso.Lá,eu e minha mãe adotiva- A guardiã da montanha sagrada- vivemos com dignidade,doçura e em plena comunhão com a natureza.(Renato)

      —Sou um dos sete arcanjos que estão sempre na presença de Deus.No entanto,tenho uma missão especial aqui na terra junto a vocês e espero corresponder á altura á força criadora.(Rafael)

      —Eu também sou um anjo com objetivo único de cuidar do meu amo e senhor,o filho de Deus.Agradeço ao pai por isso.(Uriel)

      —Eu nasci e me criei em Arcoverde-pe.Apesar de serem estranhos,algo me diz para confiar em vocês.Muito obrigado por se importarem comigo.(Rafaela Ferreira)

      —À vontade,amiga.Estamos aqui para auxiliá-la.(O vidente)

      —Obrigada.(Rafaela)

      —E o que faz da vida,Rafaela?(Renato)

      —Atualmente só estudo.Mas devo ser sincera que atualmente não tenho tido vontade para nada.(Rafaela)

      —Deve ser a doença.(Renato)

      —Que doença?Eu estou apenas deprimida.(Rafaela)

      —Isto o que você sente chama-se depressão.Se não tiver acompanhamento adequado, pode levar a pessoa á loucura ou até ao suicídio.(Rafael)

      —Era exatamente no que estava pensando quando vocês apareceram:Jogar-me na primeira ponte.Eu não quero mais sofrer.(Rafaela)

      —Deus não permitiria nem eu porque vos amamos,Rafaela.A solução para seus problemas está no meu pai e em meu nome.Você crê?(O vidente)

      —Ah,ta bom!Faça-me um milagre para que eu creia!(Rafaela)

      —Se a mim fosse permitido,eu faria,Rafaela,por amor a você.Mas pense bem:Só de estarmos aqui já não é um milagre?Há quanto tempo você não conversava francamente numa roda de amigos?(O filho de Deus)

      —Olhando por esse lado,você está certo.(Rafaela)

      —O tempo dos grandes milagres já passou.Estamos no período de apostasia,onde o materialismo e o egoísmo do ser humano é preponderante.Sinta-se feliz por ter a oportunidade que está tendo agora.(Uriel)

      —Ok.Desculpem-me a grosseria e a tentação.(Rafaela)

      —Não se preocupe.Estou pronto para compreendê-la.(O vidente)

      A refeição chega.A partir daí,o silêncio predomina somente atrapalhado pelos locais que começam a chegar.O grupo passa cerca de trinta minutos em completa harmonia degustando o almoço e ao final dele,pedem algo para beber.Após,pedem a conta ,saem do estabelecimento e ligam novamente para o motorista que os trouxera.Esperam mais vinte minutos e com a chegada do táxi,embarcam com destino á querida Arcoverde.O destino os esperava.

      Durante o curto trajeto realizado entre Ipojuca e Arcoverde,nenhuma anormalidade aconteceu.Entre interações e visualizações,eles mantinham-se entretidos a maior parte do tempo.Nem parecia que cada vivia um drama particular:O vidente,que ainda não se firmara como artista que merecia ser,Rafael e Uriel pelo fato de ainda não terem concluído sua missão,Renato por ainda não ter sido eficaz e por último,Rafaela Ferreira,a qual enfrentava uma crise depressiva severa.Pelo menos,nenhum deles perdera a fé por completo.Havia ainda uma esperança e isto algo que Aldivan costumava enfatizar.

      Neste ambiente de tranqüilidade eles retornam á capital do sertão pernambucano,descendo nas imediações do bairro boa vista.Eram 12:30 Hs e ficam a esperar lotação numa das vias.

      Enquanto esperam,aproveitam para tomar um pouco de sol e escutar uma música vindo das imediações.Estava tudo perfeito.A música para,a autolotação chega,eles adentram no veículo,uma besta azul,e então é retomada a viagem.

      Numa velocidade regular,chegam na rodovia que no momento encontra-se bastante movimentada.Seriam mais dezesseis quilômetros até o povoado Riacho do meio,onde o vidente com sua turma iria visitar amigos.

      Como sempre,aproveitam o tempo no carro para fazer amizades entre os passageiros e o motorista.Todos eram bem conhecidos na região por fazerem aquele percurso freqüentemente.

      De notícias gerais a política e a religião,os temas são bem explorados e provocam bastante gargalhadas em todos.Como era bom viver,ter amigos,papear e esquecer as preocupações por alguns instantes.Isto era extremamente necessário para saúde mental de todos.

      E assim vão avançando no percurso,descem a serra,passam pelo sítio quinze metros e algum tempo depois finalmente chegam ao povoado que se localiza na divisa entre Arcoverde e Pesqueira.Descem próximo ao pomar de cajueiros,pagam a passagem,despedem-se,pegam a trilha e entram no pequeno povoado.

      Com mais alguns passos,chegam a única rua principal e avançam pela direita até chegar na quinta casa,que é estilo casa,8x4 m,porta e janela de cedro,com uma pequena área na frente.O vidente então começa a bater e gritar:

      —Dona Eulália!Cheguei!

      No mesmo instante,ouve-se um ruído de passos e de dentro da modesta casa,sai uma senhora de meia-idade,branca queimada do sol,1,65 m de altura,magra.Ela sai mostrando um sorriso no rosto ao reconhecer aquele rapaz o qual conhecera certa vez na lotação e que a fizera acreditar que era importante.Que bom que ele estava ali,pensa interiormente.Ela então entra em contato:

      —Aldivan,você aqui?E quem estas pessoas que o acompanham?

      —Sim,sou eu,Dona Eulália.Estes são meus companheiros de aventura.Chamam-se Renato,Rafael,Uriel e Rafaela—Disse o filho de Deus apontando para cada um deles.

      —Ah,muito prazer.Sejam bem vindos.Entrem,por favor!

      —Obrigado (Todos).

      Aceitando o convite,um a um vão entrando na pequena casinha de alvenaria.A casa é composta de sala única,quarto,área de serviço,cozinha e banheiro.Eles chegam na sala e acomodam-se no sofá de cinco lugares e o que sobra numa cadeira ao lado.

      A anfitriã é a primeira a tomar a palavra:

      —Muito bem.Eu estava exatamente pensando em você agora,meu filho.Quando nos encontramos pela primeira vez,suas palavras me fizeram um bem enorme.Hoje,estou tranqüila,vivendo da minha aposentadoria.Vez ou outra,meus netos vem visitar-me e quando acontece isso é aquela festa.

      —Que bom que eu pude ajudá-la de alguma forma.Eu trouxe esta jovem aqui (apontando para Rafaela) para que troquem algumas palavras.Ela sofre de depressão.(O vidente)

      —Será um prazer.Como vai,Rafaela?(Eulália)

      —Estou

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