Um Mar De Escudos . Морган Райс

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Um Mar De Escudos  - Морган Райс Anel Do Feiticeiro

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da costa, sinos tocam ao redor deles, avisando navios da aproximação do nevoeiro.

      "Eu posso ver em primeira mão as condições com que você está lidando," diz Reece quando eles finalmente passam a caminhar. "Eles não são fáceis. Você conseguir controlar coisas aqui por muito mais tempo que muitos teriam conseguido, eu tenho certeza. Você fez seu trabalho muito bem, e pode estar certo de que direi isso a rainha."

      Srog acena com a cabeça, agradecido.

      "Fico feliz em ouviu isso," ele fala.

      "Qual é a razão do descontentamento deste povo?" Pergunta Reece. "Eles são livres, afinal de contas. Não lhes desejamos mal algum – na verdade, nós oferecemos apenas suprimentos e proteção."

      Srog balança a cabeça.

      "Eles não vão descansar até Tirus ser libertado. Eles consideram isso uma afronta que seu líder tenha sido preso."

      "No entanto, eles estão com sorte que ele esteja apenas na prisão, e não tenha sido executado por sua traição."

      Srog assente.

      "É verdade. Mas essas pessoas não entendem isso."

      "E se o libertarmos?" Pergunta Reece. "Isso resolveria os problemas?"

      Srog balança a cabeça.

      "Eu duvido. Acredito que somente lhes daríamos motivos para encontrar outra fonte de descontentamento."

      "Então, o que deve ser feito?" Pergunta Reece.

      Srog suspira.

      "Abandone este lugar," ele afirma. "E o mais rapidamente possível. Eu não gosto do que vejo. Sinto uma revolta sendo acalentada."

      "No entanto, estamos em muito maior número de homens e navios."

      Srog balança a cabeça.

      "Isso é apenas uma ilusão," declara ele. "Eles são bem organizados e estamos no seu terreno. Eles têm um milhão de maneiras sutis de sabotagem que não podemos antecipar. Estamos sentados aqui em um covil de cobras."

      "Exceto por Matus," diz Reece.

      "É verdade," responde Srog. "Mas ele é o único que se salva."

      Há uma outra pessoa, Reece pensa. Stara. Mas ele guarda seus pensamentos para si. Ouvir tudo aquilo o faz querer resgatar Stara, levá-la para longe daquele lugar o mais rápido possível. Ele promete para si mesmo que o faria, mas primeiro ele precisa voltar e resolver seus assuntos. E então, ele poderia voltar para ela.

      Assim que eles pisam na areia, Reece olha para cima e vê seu navio diante dele, com os homens à sua espera.

      Ele para diante do navio e Srog vira para ele e aperta seus ombros calorosamente.

      "Vou dividir tudo isso com Gwendolyn," Reece promete. "Eu vou contar a ela sobre suas preocupações. No entanto, eu sei que ela está decidida em relação a estas ilhas. Ela as vê como parte de uma estratégia maior para o Anel. Por enquanto, pelo menos, você deve tentar manter a harmonia aqui. O que for preciso. O que você precisa? Mais navios? Mais homens?"

      Srog balança a cabeça.

      "Todos os homens e navios do mundo não vão conseguir mudar os habitantes daqui. A única coisa capaz disso é o fio da espada."

      Reece olha para ele, horrorizado.

      "Gwendolyn nunca mataria pessoas inocentes," declara Reece.

      "Isso eu sei," responde Srog. "É por isso mesmo que eu suspeito que muitos de nossos homens morrerão."

      CAPÍTULO NOVE

      Stara caminha nos parapeitos do forte de sua mãe, uma fortaleza de pedra quadrada tão antiga quanto a ilha, o lugar onde Stara vivia desde que sua mãe havia morrido. Stara vai até a beirada, grata que o sol havia finalmente surgido naquele dia dramático, e olha para o horizonte, com excepcional visibilidade, e observa quando o navio de Reece começa a se afastar à distância.  Ela assiste seu navio se separar da frota, e acompanha o máximo que consegue à medida que o navio segue em direção ao horizonte, ficando cada vez mais longe dela.

      Ela seria capaz de assistir o navio de Reece durante todo o dia, se soubesse que ele estava lá dentro. Ela não suporta vê-lo partir, e sente como se uma parte de seu coração, uma parte de si mesma, estivesse deixando a ilha.

      Finalmente, após todos aqueles anos tão solitários, naquela ilha terrível e estéril, Stara se sente tomada pela alegria. Seu encontro com Reece a tinha feito se sentir viva novamente. Ele havia restaurado um vazio dentro dela que ela sequer havia percebido estar corroendo o seu coração durante todos aqueles anos. Agora que ela sabe que Reece iria cancelar seu casamento, que voltaria para ela, e que os dois se casariam e finalmente ficariam juntos para sempre, Stara sente que tudo vai ficar bem. Toda a miséria que ela teve que aturar em sua vida tinha valido a pena.

      Obviamente, ela tem que admitir, uma pequena parte dela se sente mal por Selese. Stara nunca quis ferir os sentimentos de outra pessoa, mas, ao mesmo tempo, Stara sente que sua própria vida está em jogo, seu futuro, seu marido – e ela acredita que aquilo é tudo é justo. Afinal de contas, ela, Stara, conhecia Reece desde criança, e tinha sido o primeiro e único amor de Reece. Essa nova garota, Selese, mal conhece Reece, e apenas por pouco tempo. Certamente ela não o conhece como Stara conhecia.

      Stara deduz que Selese logo superaria aquilo e encontraria alguém. Mas se Stara perder, nunca seria capaz de superar a perda. Reece é sua vida. O destino dela. Eles tinham sido feitos um para o outro, tinha sido assim a vida toda. Reece tinha sido seu primeiro, e pela forma como ela analisa as coisas, é Selese quem está errada. Stara está apenas pegando de volta o que é dela por direito.

      Independentemente disso, Stara não poderia ter tomado uma decisão diferente mesmo se tivesse tentado. Independentemente do que fosse certo ou errado, ela não se importa. Toda a sua vida, todos ao seu redor – e sua própria razão, – haviam lhe dito que era errado primos ficarem juntos. E mesmo assim, ela não tinha sido capaz de ouvi-los. Ela absolutamente ama Reece, e nada que alguém pudesse dizer ou poderia mudar isso. Ela tem que ficar com ele. Não há outra opção em sua vida.

      Enquanto Stara fica ali observando o navio ficar cada vez menor no horizonte, ela ouve passos bruscos de alguém no telhado do forte, e ao se virar encontra seu irmão, Matus, caminhando rapidamente em direção a ela. Ela fica feliz vê-lo, como sempre. Stara e Matus eram praticamente melhores amigos desde pequenos. Rejeitados pelo restante da família e pelos habitantes das Ilhas Superiores, Stara e Matus desprezavam seus irmãos e seu pai. Stara pensa em si mesma e em Matus como sendo mais refinados e mais nobres do que os outros; considera os outros membros da família traiçoeiros e indignos de confiança. É como se ela e Matus tivessem sua própria pequena família dentro da família.

      Stara e Matus moram no forte de sua mãe, separados dos outros que vivem no castelo de Tirus. Agora que seu pai estava na prisão, sua família estava dividida, e seus outros dois irmãos, Karus e Falus, os culpam. Ela sabe que pode confiar em Matus para defendê-la, embora ela também esteja disposta a fazer o mesmo por ele.

      Eles sempre conversavam sobre abandonar as Ilhas Superiores, e irem até o continente para se juntarem aos outros MacGil.  E agora, finalmente, toda aquela conversa está finalmente começando

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