A Espera . Блейк Пирс
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Talvez não tenha importância, Pensou Riley.
Lembrou-se o que o médico-legista dissera acerca da probabilidade de Janet ter morrido de uma overdose de anfetaminas.
Se isso fosse verdade, ela teria ficado tremendamente assustada.
E agora Riley observava o momento parado no tempo em que aquele terror fatal tinha começado.
Estremeceu perante aquele pensamento.
Crivaro apontou para a foto e disse a Charlie, “Aumenta tudo. Não só esta, todas as fotos, cada centímetro quadrado.”
Charlie coçou a cabeça e perguntou, “Estamos à procura de quê?”
“Pessoas,” Disse Crivaro. “Qualquer pessoa que encontres. Janet Davis parecia pensar estar sozinha, mas estava enganada. Alguém estava à espreita à espera. Talvez – apenas talvez – o tenha apanhado numa foto sem se aperceber. Se encontrar alguém, queremos uma imagem o mais nítida possível dessa pessoa.”
Apesar de não o dizer em voz alta, Riley estava cética.
Será que Charlie encontrará alguém?
Ela tinha um pressentimento acerca do assassino – de que ele era demasiado sorrateiro para se deixar fotografar acidentalmente. Ela duvidava que sequer uma busca microscópica das fotos revelasse qualquer traço dele.
Naquele momento, o telefone de Crivaro tocou. Disse, “Tem que ser o McCune.”
Riley e Crivaro saíram da sala escura, e Crivaro afastou-se para atender a chamada. Parecia estar entusiasmado pelo que quer que McCune lhe estava a dizer. Quando terminou a chamada, disse a Riley…
“O McCune localizou a loja de disfarces onde Janet Davis tirou algumas fotos. Estava a caminho e diz que nos encontramos lá. Vamos embora.”
*
Quando Crivaro parou na loja Costume Romp, o Agente McCune já lá se encontrava à espera no seu próprio veículo. Saiu e juntou-se a Riley e Crivaro quando se aproximaram da loja. A princípio pareceu a Riley uma modesta loja de rua. As janelas das montras estavam repletas de disfarces, é claro – desde um vampiro e uma múmia, até fatos que sugeriam séculos passados. Também havia um fato de Tio Sam para o Quatro de Julho que se aproximava.
Quando Riley seguiu Crivaro e McCune ao interior, ficou alarmada com a amplidão do interior, preenchido com prateleiras carregadas do que pareciam ser centenas de disfarces, máscaras e perucas.
Riley ficou sem fôlego com tudo o que a rodeava. Os disfarces incluíam piratas, monstros, soldados, príncipes e princesas, animais selvagens e domésticos, extraterrestres e muitas mais personagens que se possa imaginar.
Riley ficou confusa. Afinal, o Halloween só acontecia uma vez por ano. Haveria realmente mercado durante todo o ano para aqueles disfarces? Em caso afirmativo, para que é que as pessoas precisavam deles?
Calculo que se devam realizar muitas festas do género.
Ocorreu-lhe que não deveria estar surpreendida, tendo em consideração os horrores de que começava a ter conhecimento agora. Num mundo onde aconteciam coisas tão horríveis, não era de admirar que as pessoas quisessem fugir para mundos de fantasia.
Também não era surpreendente que uma fotógrafa talentosa como Janet Davis gostasse de tirar fotos naquele local, no meio de uma tão rica gama de imagens. Não havia dúvida de que ali utilizava rolo e não uma máquina digital.
As máscaras e disfarces e monstros lembravam Riley de um programa de televisão a que assistira nos últimos anos – a história de uma adolescente que combatia e matava vampiros e outros tipos de demónios.
Contudo, nos últimos tempos achara o programa menos apelativo.
Depois de ter conhecimento da sua capacidade de entrar na mente dos assassinos, a saga de uma rapariga com super poderes e super obrigações começou a parecer-lhe demasiado familiar e desconfortável.
Riley, Crivaro e McCune olharam à sua volta mas não viram ninguém.
McCune chamou, “Olá… está aqui alguém?”
Um homem surgiu por trás de uma das prateleiras.
“Posso ajudar-vos?” Perguntou.
O homem tinha uma figura impressionante. Era alto e extremamente magro, usava uma T-shirt de manga comprida com a impressão de um smoking. Também usava óculos à “Groucho” – daqueles com um enorme nariz branco, óculos de armação preta e sobrancelhas abundantes e um bigode.
Obviamente apanhado algo desprevenido, Crivaro e McCune mostraram os seus distintivos e apresentaram-se.
Parecendo nada surpreendido por receber a visita do FBI, o homem apresentou-se como sendo Danny Casal, o dono da loja.
“Tratem-me por Danny,” Disse ele.
Riley deu por si a esperar que ele tirasse aqueles óculos. Mas ao olhar mais atentamente para ele percebeu…
São óculos graduados.
As lentes eram muito grossas. Danny Casal usava sempre aqueles óculos e certamente que sem eles era completamente míope.
McCune abriu uma pasta.
“Temos fotos de duas mulheres,” Disse ele. “Precisamos de saber se alguma vez as viu.”
As sobrancelhas, nariz e bigode falsos sacudiram-se quando Danny anuiu. Pareceu a Riley um homem peculiarmente sério para estar a usar tal traje.
McCune mostrou uma foto e segurou-a para que o dono da loja a visse.
Danny olhou para a foto através dos seus óculos.
Disse, “Não é uma cliente habitual. Não posso garantir que nunca tenha estado na loja, mas não a reconheço.”
“Tem a certeza?” Perguntou McCune.
“Absoluta.”
“O nome Margo Birch diz-lhe alguma coisa?”
“Uh, talvez das notícias. Não tenho a certeza.”
McCune mostrou outra foto. “E esta mulher? Cremos que veio à sua loja tirar fotografias.”
Também Riley observou a fotografia atentamente. Aquela devia ser Janet Davis. Era a primeira vez que via o seu rosto vivo e sem pinturas – sorridente, alegre e inconsciente do terrível destino que a esperava.
“Ah, sim,” Disse Casal. “Ela esteve cá não há muito tempo. Janet qualquer coisa.”
“Davis,” Disse Crivaro.”
“Exatamente,” Disse Casal com um aceno de cabeça. “Uma senhora simpática com uma bela máquina – eu próprio sou apreciador de fotografia. Ela ofereceu-se para pagar para tirar as