Para Todo o Sempre . Sophie Love
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Читать онлайн книгу Para Todo o Sempre - Sophie Love страница 3
“Daniel, pare de brincar!” ela exclamou. “Isso é sério. É meu primeiro hóspede e não acordei a tempo de preparar o café da manhã”.
Daniel meneou a cabeça e revirou os olhos, zombando dela com ternura.
“Não é grande coisa. Ele apenas deve estar tomando o café da manhã à beira-mar. Está de férias, lembra?”
“Mas meu terraço tem vista para o mar”, Emily balbuciou, sua voz cada vez mais fraca. Ela desabou no último degrau, sentindo-se pequena, como uma criança que tivesse sido posta de castigo, e então, segurou a cabeça com as mãos. “Sou uma péssima dona de pousada”.
Daniel abraçou-a pelos ombros. “Isso não é verdade. Você só está pegando o jeito. Tudo é estranho e novo. Mas está indo bem. Certo?”
Ele falou a última palavra num tom firme, quase paternal. Emily não pôde evitar se sentir consolada. Olhou-o nos olhos.
“Você gostaria, pelo menos, que eu lhe preparasse um ovo pochê?” perguntou.
“Isso seria delicioso”. Daniel sorriu. Segurou o rosto dela entre as mãos e a beijou.
Foram juntos para a cozinha. O ruído da porta se abrindo acordou Mogsy, a cadela, e seu filhote, Chuva, que tiravam sua soneca na área de serviço, bem ao lado das portas do celeiro. Emily sabia que manter os cães fora da cozinha e de qualquer parte da casa usada pela pousada era uma necessidade absoluta, se não queria ser fechada por razões de saúde e segurança imediatamente, mas se sentia mal ao manter os cães presos em uma parte tão pequena da casa. Lembrou a si mesma que era uma situação temporária. Conseguiu que quatro dos cinco filhotes de Mogsy fossem adotados por seus amigos na cidade, mas Chuva, o fraquinho, era mais difícil de conquistar alguém, e ninguém parecia remotamente interessado em ficar com a mamãe, que estava, para dizer de maneira gentil, meio acabada.
Assim que os cães foram alimentados do lado de fora, Emily voltou para a cozinha. No meio tempo, Daniel havia ido até a horta pegar os ovos daquela manhã postos por Lola e Lolly, as galinhas, e preparado o café. Emily pegou uma caneca com gratidão e sentiu o cheiro do café, então, voltou para o grande fogão Arga — mais uma relíquia do seu pai que ela havia restaurado — e começou a praticar como fazer ovos pochê.
De todos os cômodos da casa, a cozinha era um dos seus favoritos. Quando Emily chegou na casa, viu que a cozinha tinha sido devastada pelo tempo e pelo abandono, e então uma tempestade a castigou, causando mais danos, e depois, a torradeira explodiu, provocando um incêndio. A fumaça provocou muito mais estrago que o fogo em si; apenas uma prateleira e alguns livros de receitas foram queimados, enquanto que a fumaça conseguiu permear cada fresta e espaço vazio, deixando listras negras e o odor de plástico queimado por onde passou.
Em apenas seis curtos meses, tudo que podia ter dado errado com a cozinha aconteceu. Mas após algumas cansativas noites em claro trabalhando duro, finalmente estava agora re-re-restaurada e havia ficado um charme, com sua geladeira retrô e pia branca Victorian Belfast original, e superfícies de trabalho em mármore preto.
“Olha só”, Emily disse, colocando sua quinta tentativa de fazer um ovo pochê no prato de Daniel, “não sou uma cozinheira tão terrível, afinal”.
“Está vendo?” Daniel disse, cortando a clara e fazendo a gema dourada escorrer por sua torrada. “Eu lhe disse. Precisa me ouvir mais vezes”.
Emily sorriu, gostando do humor gentil dele. Ben, seu ex, nunca a fazia rir como Daniel. Também nunca conseguiu confortá-la em seus momentos de pânico. Com Daniel, parecia que nada nunca era grande demais para ser resolvido. Seja uma tempestade ou um incêndio, ele sempre a fez sentir como se tudo estivesse bem, que era gerenciável. A tranquilidade era uma de suas características mais atraentes. Assim como o mar, ele tinha a habilidade de acalmá-la. Mas ainda assim, nunca tinha certeza dos seus sentimentos, se sentia o mesmo que ela. O relacionamento deles era como uma correnteza que não podiam controlar, mesmo que quisessem.
“Então”, Daniel disse, mastigando feliz seu café da manhã, “depois de comer, provavelmente, deveríamos começar a nos preparar”.
“Para quê?” Emily perguntou, dando um gole na sua segunda caneca de café preto fumegante.
“Para o desfile do Memorial Day”, Daniel disse.
Emily lembrava-se vagamente de assistir à parada quando criança, e queria vê-la de novo, mas já havia pisado na bola hoje para ser permitir um passeio.
“Tenho muito a fazer aqui. Preciso arrumar o quarto de hóspedes”.
“Já está feito”, Daniel replicou. “Eu arrumei o quarto enquanto você estava com os cachorros”.
“Fez isso?” Emily perguntou, desconfiada. “Trocou as toalhas?”
Daniel assentiu.
“E os mini-xampus?”
“Sim”.
“E os sachêzinhos de café e açúcar?”
Daniel levantou uma sobrancelha. “Tudo o que precisava ser substituído foi substituído. Arrumei a cama, e, antes que você diga, sim, eu sei arrumar uma cama, morei sozinho por anos. Tudo está pronto para ele quando voltar. Então, você vai para o desfile?”
Emily balançou a cabeça. “Preciso estar aqui quando o Sr. Kapowski voltar”.
“Ele não precisa de babá”.
Emily mordeu o lábio. Estava nervosa em relação ao seu primeiro hóspede e desesperada para fazer um bom trabalho. Se não pudesse fazer isto funcionar, teria que voltar a Nova York com o rabo entre as pernas, provavelmente para dormir no sofá de Amy, ou, pior, no quarto sobressalente de sua mãe.
“Mas e se ele precisar de alguma coisa. Mais travesseiros? Ou...”
“... de mais bananas?” Daniel interrompeu, com um sorriso.
Emily suspirou, derrotada. Daniel tinha razão. O Sr. Kapowski não esperava que ela o estivesse aguardando como uma escrava. Provavelmente preferia que não interferisse muito. Afinal, estava de férias. A maioria das pessoas quer um pouco de paz e tranquilidade.
“Vamos”, Daniel insistiu. “Vai ser divertido”.
“Certo”, Emily disse, cedendo. “Eu vou”.
*
Para todo lado que Emily se voltasse, via bandeiras americanas. Sua visão se tornou um caleidoscópio de estrelas e listras de perder o fôlego. Havia bandeiras penduradas na janela de todas as lojas, e fileiras de bandeirolas indo de poste em poste. Havia até algumas presas atrás dos bancos. E isso não era nada comparado ao número de bandeiras nas mãos dos transeuntes. Todo mundo que caminhava pela calçada parecia ter uma.
“Papai”, Emily disse, levantando os olhos para seu pai. “Posso ter uma bandeira também?”