A Casa Perfeita. Блейк Пирс

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A Casa Perfeita - Блейк Пирс

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quê exatamente?”, Eliza perguntou.

      “Finjo que algo pouco admirável que estou fazendo na minha vida não é assim um problema tão grande, porque admitir que é só me faria sentir pior.”

      “E o que você faz que é tão ruim assim?”, Eliza perguntou ironicamente.

      “Na semana passada, comi meia lata de batatas fritas de uma só vez. E depois gritei com as crianças por quererem sorvete como lanche da tarde. É isso.”

      “Você está certa. Você é uma pessoa horrível.”

      Penny mostrou a língua antes de responder. Penny era mestre em mostrar a língua daquele jeito.

      “Meu ponto é que, talvez, ao contrário do que parece, ele tenha consciência disso. Você já pensou em terapia de casal?”

      “Você sabe que não acredito nessa porcaria. Além disso, por que eu deveria ir a um terapeuta quando tenho você? Com a terapia da Penny e a ioga, eu me garanto emocionalmente. Falando nisso, ainda estamos combinadas para amanhã de manhã na sua casa?”

      “Absolutamente.”

      Pensando nisso agora, brincadeiras à parte, talvez a terapia de casal não fosse uma idéia tão ruim. Eliza sabia que Penny e Colton iam a cada duas semanas e eles pareciam estar mais fortes por isso. Se ela fosse, ela sabia que pelo menos sua melhor amiga não iria mais esfregar isso na sua cara.

      Elas davam apoio uma à outra desde a escola primária. Ela ainda se lembrava de quando Kelton Prew puxou suas tranças e Penny o chutou na canela. Isso tinha sido no primeiro dia da terceira série. Desde então elas se tornaram inseparáveis.

      Elas tinham ajudado uma à outra a passar por inúmeras dificuldades. Eliza tinha estado lá para Penny quando ela teve bulimia no ensino médio. Em seu segundo ano de faculdade, tinha sido Penny a convencê-la de que não tinha sido apenas um encontro ruim, mas sim que Ray Houson a estuprara.

      Penny tinha ido com ela à polícia do campus e esteve na sala do tribunal para oferecer apoio moral quando ela testemunhou. E quando o treinador de tênis quis tirá-la da equipe e terminar sua bolsa de estudos porque ela ainda estava tentando superar a situação meses depois, Penny foi até ele e ameaçou processar o cafajeste para ajudar sua amiga . Eliza permaneceu na equipe e venceu o troféu de melhor jogadora junior do campeonato naquele ano.

      Quando Eliza perdeu o bebê depois de tentar engravidar durante dezoito meses, Penny foi visitá-la todos os dias até que finalmente ela estivesse pronta para sair da cama. E quando o filho mais velho de Penny, Colt Jr., foi diagnosticado com autismo, foi Eliza quem fez semanas de pesquisa e encontrou a escola que finalmente o ajudou a começar a prosperar.

      Elas passaram por tantas batalhas juntas que gostavam de se chamar ‘Guerreiras de Westside’, mesmo que seus maridos achassem que o nome era ridículo. Por isso, se Penny estava sugerindo que ela reconsiderasse a terapia de casal, talvez ela o devesse fazer.

      Eliza foi arrancada de seus pensamentos por um toque no telefone de Penny. Ela se aproximou e o pegou, pronta para deixar sua amiga saber que alguém estava tentando contatar. Mas quando ela viu o nome na tela, abriu imediatamente a mensagem que tinha chegado. Era de Gray Longworth, o marido de Eliza. A mensagem dizia:

      Mal posso esperar pra te ver logo mais. Sinto falta do seu cheiro. 3 dias sem vc é muito. Eu disse a Lizzie que tenho um jantar de negócios. Mesma hora e lugar, certo?

      Eliza pousou o telefone. Sua cabeça começou subitamente a girar e ela se sentiu fraca. A caneca escorregou de sua mão, bateu no chão e quebrou em dezenas de cacos de cerâmica.

      Penny correu de volta lá para fora.

      “Tudo bem?”, ela perguntou. “Ouvi algo quebrar.”

      Penny olhou para a caneca com café espalhado por toda parte e depois para o rosto aturdido de Eliza.

      “O que está passando?”, ela perguntou.

      Os olhos de Eliza se moveram involuntariamente para o telefone de Penny e ela observou a amiga rastreá-los com os seus. Pelo olhar de Penny, Eliza notou que sua amiga tinha se dado conta do que havia acontecido, do que tinha espantado a sua mais antiga e querida amiga.

      “Não é o que parece”, Penny disse ansiosamente, dispensando qualquer tentativa de negar o que ambas sabiam.

      “Como você foi capaz?”, Eliza exigiu saber, mal conseguindo pronunciar as palavras. “Eu confiava mais em você do que em qualquer outra pessoa no mundo. E você faz isso?”

      Ela sentiu como se alguém tivesse aberto um alçapão por baixo dela e ela estivesse caindo em um buraco vazio. Tudo em que sua vida se baseava parecia estar se desintegrando diante de seus olhos. Ela pensou que poderia vomitar.

      “Por favor, Eliza”, Penny implorou, ajoelhando-se ao lado de sua amiga. “Deixe-me explicar. Aconteceu, mas foi um erro - que eu tenho tentado consertar desde então.”

      “Um erro?”, Eliza repetiu, sentando-se ereta em sua cadeira enquanto náuseas se misturavam com raiva, fazendo um caldeirão de bile subir do estômago até à garganta. “Um erro é tropeçar na beira da calçada e derrubar alguém. Um erro é confundir um número numa conta de subtração. Um erro não é acidentalmente deixar o marido da sua melhor amiga entrar em você, Penny!”

      “Eu sei”, Penny reconheceu, sua voz sufocando com arrependimento. “Eu não deveria ter dito isso. Foi uma decisão terrível, feita num momento de fraqueza, alimentada por muitos copos de vinho. Eu disse a ele que acabou.”

      “'Acabou' sugere que foi mais de uma vez”, observou Eliza, tentando se levantar. “Há quanto tempo exatamente você anda dormido com meu marido?”

      Penny ficou ali em silêncio, claramente ponderando se ser honesta faria mais mal do que bem.

      “Há cerca de um mês”, ela finalmente admitiu.

      De repente, o recente tempo do marido afastado da família fazia mais sentido. Cada nova revelação parecia desferir um novo soco no estômago. Eliza sentiu que a única coisa que a impedia de desmoronar era sua justa sensação de raiva.

      “Engraçado”, Eliza apontou amargamente. “Isso coincide com esses jantares de negócios de Grey pela noite adentro, que você me disse que ele provavelmente sentia mal por isso. Que coincidência.”

      “Eu pensei que seria capaz de me controlar...”, Penny começou a dizer.

      “Não venha com essa”, disse Eliza, interrompendo-a bruscamente. “Nós duas sabemos que você pode ser incansável. Mas é assim que você lida com isso?”

      “Eu sei que isso não ajuda”, insistiu Penny. “Mas eu ia acabar com tudo. Não falo com ele há três dias. Eu estava apenas tentando encontrar uma maneira de acabar com ele sem prejudicar você.”

      “Parece que você vai precisar de um novo plano”, Eliza disse bruscamente, lutando contra o desejo de chutar os pedaços de xícara de café em sua amiga. Apenas seus pés descalços a impediram. Ela se agarrava à raiva, sabendo que era a única coisa que a impedia de desmoronar completamente.

      “Por favor, deixe-me encontrar uma maneira de fazer

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