Razão Para Se Apavorar. Блейк Пирс
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No caminho de volta para casa, Avery imaginou que era algo bom não ter matado o veado. Ela não tinha ideia de como tiraria o animal da floresta. Arrastaria até o carro? Amarraria em uma corda para trazê-lo até em casa? Ela conhecia o suficiente sobre caça para saber que era ilegal deixar um animal morto na floresta.
Em qualquer outro momento, ela teria achado a imagem de um veado no topo de seu carro hilária. Mas, naquela hora, pareceu apenas algo sem graça. Apenas mais um assunto indefinido em sua mente.
Prestes a chegar à estrada, Avery sentiu seu telefone tocando. Pegou-o e viu um número que não reconheceu, mas com um código de área que havia visto durante quase toda sua vida. A ligação vinha de Boston.
Cética, Avery atendeu, sabendo por conta de sua carreira que ligações de números desconhecidos geralmente traziam problemas.
- Alô?
- Olá, é a senhora Black? Senhora Avery Black? – uma voz feminina perguntou.
- Sim. Quem fala?
- Meu nome é Gary King. Sou o dono do lugar onde sua filha está morando. Seu nome está nos formulários dela e—
- Rose está bem? – Avery perguntou.
- Até onde eu sei, sim. Mas estou ligando por outro motivo. Primeiro, ela está com aluguel atrasado. Está duas semanas atrasado e é a segunda vez em três meses. Eu tentei ir até lá e falar com ela, mas ela não atende a porta. E ela não atende minhas ligações.
- Com certeza você não precisa de mim para isso – Avery disse. – Rose é uma mulher crescida e pode lidar com o dono do apartamento onde ela mora.
- Bom, não é só isso. Eu recebi ligações de uma vizinha reclamando de barulhos de choro alto à noite. A mesma vizinha diz ser bem amiga de Rose. Ela diz que Rose anda muito diferente ultimamente. Que ela fica falando que tudo é uma droga e que a vida não faz sentido. Ela diz que está preocupada com Rose.
- Quem é essa amiga? – Avery perguntou. Era difícil negar a si mesma que ela estava praticamente entrando no modo detetive.
- Desculpe, mas não posso dizer. É a lei.
Avery sabia que o senhor King estava certo, então não pressionou.
- Eu entendo. Obrigado por ligar, senhor King. Vou falar com ela agora mesmo. E vou me certificar de que você receba seu dinheiro.
- Tudo bem, obrigado... mas eu estou sinceramente mais preocupado com o que pode estar acontecendo com a Rose. Ela é uma menina do bem.
- Sim, é mesmo – Avery disse e encerrou a ligação.
Naquele momento, ela já estava a menos de um quilômetro de sua nova casa. Discou o número de Rose e telefonou ao pisar mais fundo no acelerador. Tinha certeza que sua filha não atenderia, mas ainda assim tinha uma ponta de esperança a cada toque.
Como esperava, a ligação caiu na caixa de mensagens. Rose havia atendido apenas uma de suas ligações desde a morte de seu pai, e fora quando ela estava muito bêbada. Avery optou por não deixar mensagens, sabendo que Rose não escutaria, muito menos retornaria a ligação.
Avery estacionou na calçada, deixando o motor ligado, e correu para dentro de casa apenas para vestir algo mais apresentável. Voltou ao carro três minutos depois, seguindo na direção de Boston. Ela tinha certeza que Rose ficaria brava com sua mãe indo até lá, mas sabia que não tinha outra escolha, dada a ligação de Gary King.
Quando a estrada começou a apresentar menos curvas, Avery aumentou a velocidade. Ela não sabia o que o futuro a reservava sobre seu antigo trabalho, mas sabia que sentia falta de uma coisa sobre trabalhar nas forças a lei: a permissão para quebrar os limites de velocidade sempre que precisasse.
Rose estava em apuros.
Ela sabia.
CAPÍTULO DOIS
Era pouco mais de uma hora quando Avery chegou à casa de Rose. Ela morava em um apartamento no térreo de um prédio em uma zona boa da cidade. Conseguia pagá-lo por conta das gorjetas que recebia como bartender em um bar chique—um trabalho que havia conseguido antes da mudança de Avery para a floresta. Seu trabalho anterior havia sido um pouco menos glamoroso, como garçonete em um restaurante simples, ao mesmo tempo que editava anúncios para algumas agências trabalhando de casa. Avery queria que Rose apenas estudasse e terminasse a faculdade, mas sabia que quanto mais pressionasse, mais Rose escolheria outro caminho.
Avery bateu na porta, sabendo que Rose estava em casa porque seu carro estava estacionado na rua. Mesmo sem aquela dica, Avery sabia que desde quando fora morar sozinha, Rose escolhera optar por trabalhar com horários à noite, para que pudesse dormir até tarde e ficar em casa durante o dia. Ela bateu mais forte na porta e quase chamou o nome de Rose. Decidiu não falar nada, percebendo que sua voz seria menos bem-vinda do que a do dono do prédio que queria cobrar o aluguel.
Ela provavelmente sabe que sou eu porque eu tentei ligar antes, pensou.
Por conta disso, Avery sabia que a melhor opção seria outra: negociar.
- Rose – disse, batendo novamente. – Abra. É sua mãe. Está frio aqui fora.
Avery esperou por um momento e não ouviu nada. Ao invés de bater novamente, ela aproximou-se da porta, o máximo possível. Quando voltou a falar, levantou a voz apenas o suficiente para ser ouvida, mas sem causar uma cena na rua.
- Você pode continuar me ignorando se quiser, mas eu vou continuar ligando, Rose. E se eu quiser fazer disso uma obsessão, lembre-se de qual era meu trabalho. Se eu quiser saber onde você está a qualquer hora, eu posso. Ou você pode facilitar as coisas para nós duas e só abrir a porta.
Ao dizer aquilo, Avery bateu novamente na porta. Dessa vez, foi atendida em alguns segundos. Rose abriu devagar. Ela colocou apenas a cabeça para fora, como se não confiasse na pessoa que estava do outro lado da porta.
- O que você quer, mãe?
- Entrar por um ou dois minutos.
Rose pensou naquilo por um momento e então abriu a porta. Avery fez o possível para não dar muita atenção ao fato de que Rose havia perdido peso. Bastante, na verdade. Ela também havia pintado o cabelo de preto e o alisado.
Avery entrou e encontrou o apartamento totalmente limpo. Havia um ukulele no sofá, algo que não parecia pertencer àquele lugar. Avery apontou para o instrumento com um olhar desconfiado.
- Eu queria aprender a tocar algo – Rose disse. – Violão consome muito tempo e piano é muito caro.
- Você já aprendeu algo? – Avery perguntou.
- Já sei fazer cinco notas. Quase posso tocar uma música.
Avery assentiu, impressionada. Ela quase pediu para ouvir a música, mas percebeu que estaria forçando as coisas. Então, pensou em sentar-se no sofá, mas não queria parecer intrometida. Ela sabia que Rose não estenderia o convite.
- Estou bem, mãe – Rose disse. – Se é por isso que você está