Para Sempre Natal. Софи Лав

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Para Sempre Natal - Софи Лав

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style="font-size:15px;">       “Tem cheiro de lavanda como o spa?”

      “Sim! E há arcos-íris.”

      “E animais?” perguntou Chantelle. “Não seria divertido se não houvesse animais para acariciar e brincar.”

      “Se você acha que deveria haver animais,” disse Emily, “Então há animais.”

      Chantelle assentiu. Mas seu sorriso logo desapareceu e ela voltou à sua expressão pensativa. “Mas isso é só faz de conta. Nós realmente não sabemos.”

      Emily abraçou-a com força. “Não. Ninguém sabe. Ninguém pode. Tudo o que temos é o que acreditamos. O que escolhemos acreditar. E eu acredito que é isso que está esperando pelo vovô. E é o que sua tia Charlotte tem, também. E ela olha para nós sempre que quer e nos envia pequenos sinais para que saibamos que ela está pensando em nós. O vovô fará o mesmo quando chegar a hora.”

      “Vou sentir falta dele,” disse Chantelle. “Mesmo que ele vá para algum lugar aconchegante e feliz, sentirei sua falta aqui.”

      Apesar de todas as suas garantias sobre a vida após a morte, Emily não podia evitar o que ela sentia profundamente no seu interior. Que ainda seria deixada sozinha, para viver sua vida sem ele. Ele se afastaria dela para sempre e, embora, para ele, fosse um passo maravilhoso para o desconhecido, para ela significaria dor, solidão e tristeza.

      Ela apertou Chantelle com força.

      “Eu vou sentir falta dele também.”

      CAPÍTULO QUATRO

      A luz vinda do interior da prefeitura se espalhava pelos degraus enquanto Emily subia. Mesmo a partir dali, ela podia ouvir inúmeras vozes vindas de dentro. Parecia que toda a cidade tinha resolvido aparecer para ouvir a decisão do conselho de zoneamento sobre a Pousada da Raven. Não deveria ser surpresa para Emily que todos os moradores viessem. Mesmo com o anúncio tardio e o agendamento de última hora, as pessoas de Sunset Harbor se importavam tanto com a cidade que arranjariam tempo para comparecer a todas as reuniões.

      Ela abriu a porta e viu que todos os lugares disponíveis estavam ocupados. Raven Kingsley estava na frente, conversando com o prefeito Hansen e sua assistente, Marcella. Isso não parecia nada bom, pensou Emily consigo mesma. Se Raven conseguisse seu apoio, seria apenas uma questão de tempo antes que o resto da cidade a apoiasse também.

      Ela sentiu um puxão no braço e virou-se para ver Amy e Harry.

      “Estou tão feliz que você veio,” disse Amy. “Ouvi rumores de que Raven vai conseguir a liberação hoje. O conselho de zoneamento vai permitir que ela derrube a antiga casa em favor de algo mais moderno. Parece que tudo vai depender dos moradores.”

       “Temos que lutar contra isso,” disse Harry. “Um hotel poderia significar um desastre para a pousada e meu restaurante. Quem vai querer vir até o nosso lado do porto quando houver algo mais novo e mais barato em um local mais central? Com vista para o mar? Pense em todas as reservas de negócios aleatórias que recebemos no momento. Perderíamos toda essa clientela, tenho certeza.”

      Os interesses de Harry fizeram Emily ficar ainda mais preocupada do que antes. Ela não queria ficar no caminho de Raven, especialmente depois que ela confidenciara sobre seu amargo divórcio. Mas não podia ficar parada e ter seu próprio sustento destruído dessa maneira. Raven, depois de tudo que ela ouvira, não era do tipo implacável. Ela tinha essa mentalidade empresarial impetuosa de Nova York – matar ou morrer. Emily não era do tipo lutadora. Ela realmente gostaria de ter Trevor ao seu lado agora!

       “Eu não sei o que devo fazer”, disse Emily. “Eu não quero impedi-la de fazer seu trabalho só porque estou com medo.”

      “Então faça isso por sua família,” disse Harry. “Por seus amigos e pela cidade. Ninguém quer um prédio feio na nossa orla, e não queremos que nossa amada pousada também vá à falência. Não é bom para ninguém”.

      “O que a maioria das pessoas diz?” perguntou Emily.

      Amy apontou para o canto, para os Patels. “Contra, é claro.” Em seguida, para os Bradshaws. “Contra.” Ela apontou depois para Birk e Bertha. Birk era dono do posto de gasolina e foi a primeira pessoa que Emily conheceu em Sunset Harbor. “Eu acho que eles são a favor. Mais carros chegando à cidade significa mais clientes, no que diz respeito a eles.”

      Emily mordeu o lábio, consternada. A realidade de uma nova pousada rival chegando à cidade estava começando a parecer muito real para ela. A maneira como o prefeito Hansen estava rindo de algo que Raven acabara de dizer a fez sentir-se ainda pior.

      Então Harry a cutucou. “Olha, a reunião está prestes a começar.”

       Ela se virou para o palco e o pequeno pódio de madeira. A sala ficou em silêncio quando o prefeito Hansen assumiu sua posição. Ele bateu o martelo, desnecessariamente, considerando que todo mundo já estava prestando atenção.

      “Bem-vindos”, disse ele. “Estamos aqui para as discussões adiadas sobre a proposta de Raven Kingsley de limpar o terreno dilapidado na orla e ali construir um novo hotel. Talvez vocês já saibam que o conselho de zoneamento se reuniu no início desta semana e votou unanimemente para que os planos tivessem continuidade.”

      Emily olhou para Harry e Amy. Ambos faziam careta. Emily sentiu seu próprio rosto espelhando suas expressões. O prefeito Hansen continuou. “É claro que somos uma cidade pequena e as visões de nossos moradores são tão importantes quanto as do conselho. Mais ainda, na verdade, agora que perdemos nosso querido amigo Trevor Mann.”

      Ele pressionou a mão em seu coração. Houve uma onda de riso alegre através da plateia enquanto todos recordavam o protecionismo feroz, às vezes ameaçador, de Trevor sobre a cidade.

      “Acredito que muitos de vocês tiveram a oportunidade de falar com Raven durante o feriado,” concluiu o prefeito Hansen. “Então, espero ouvir todas as suas opiniões. Sugiro ouvir Emily Morey primeiro, já que uma nova pousada teria o maior impacto para ela. Emily, você gostaria de tomar a palavra?”

      Todos os olhares se voltaram para ela. Emily teve aquela sensação familiar de se sentir pressionada. E ela realmente estava em uma situação difícil. Não queria destruir o sonho de Raven só porque isso poderia tornar as coisas um pouco mais complicadas para ela. Não era do seu feitio. Mas, ao mesmo tempo, as expressões tensas de Harry e Amy ao seu lado a lembraram de que havia pessoas contando com ela. Toda sua equipe, sua família. Eles expandiram a pousada massivamente, tendo o luxo de não ter concorrência. No mínimo, o novo empreendimento de Raven significaria alguns cortes para a pousada de Emily, incluindo redução de pessoal.

       “Eu...” começou Emily, sentindo sua garganta ficando seca.

       Ela olhou para Raven sentada no palco ao lado de Marcella. Pela segunda vez desde que a conhecera, Emily viu um sorriso genuíno em seu rosto. Assim como Emily quando chegou pela primeira vez, Raven encontrou hostilidade e desconfiança dos moradores locais. Emily era provavelmente a única pessoa que ela contava como um conhecido amigável.

      “Eu sou a favor,” Emily de repente deixou escapar. “Acho que há um mercado que a pousada de Raven poderia capturar. Ela atende aos negócios e ao lado corporativo do mercado, com conferências e afins. Eu atendo mais para o lado familiar, casamentos e festividades. Há espaço para nós duas.”

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