Tess: O Voo Das Valquírias. Andres Mann
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Jacques e Thérèse
Jake e Claudine conceberam as crianças quando eles ficaram juntos depois do vaporoso caso de Tess com Vaughn Wentworth, um renomeado maestro com quem Tess tocou um concerto de piano em Moscovo, numa performance que ficou famosa pela sua demonstração de virtuosismo. Depois de muitas vicissitudes, Jake e Tess reconciliaram-se. Claudine acidentalmente conheceu Vaughn e logo depois casou-se com ele porque ela queria um pai oficial para as crianças. Jake não sabia sobre a situação até um ano depois. Ele veio a amar as crianças e prevaleceu com Tess para ver as crianças numa base regular. Durante as visitas, Claudine e Vaughn ficaram fora do caminho porque Jake nunca perdoou a Vaughn por seduzir Tess, mesmo que o caso tinha sido uma questão de atracção mútua.
Depois de visitar as crianças, Tess e Jake deixaram-nas com a ama e saíram antes de Claudine e Vaughn regressarem.
Mesmo que a Tess tenha criado a situação, ficou ressentida por a Claudine ter caçado Jake enquanto a Tess estava envolvida com o Vaughn. O raciocínio de Tess foi que Jake não deveria ter procurado a ajuda da Claudine, muito menos ter filhos com ela. No entanto, por insistência de Jake, eles conseguiram ver as crianças no fim de semana pelo menos de duas em duas semanas, mantendo Claudine e Vaughn à distância.
Enquanto faziam as malas de fim de semana, o smartphone da Tess tocou. Era Claudine, obviamente não uma das pessoas favoritas de Tess. Tess deslizou o ecrã do seu smartphone e respondeu à chamada.
– Olá, Claudine. Estamos a fazer as malas e vamos embora antes que vocês cheguem para ir buscar as crianças.
– Tess, se não importas, eu gostaria que ficasses para podermos conversar sobre uma coisa.
– Não pode ser, Jake está a voar para Baku, Azerbaijão esta noite.
– Isso é decepcionante. Eu gostava de o ter visto.
A Tess reprimiu o seu temperamento. – Se tens algo importante a dizer, eu posso ficar para trás, mas Jake precisa ir para o aeroporto.
– Tudo bem. Vou chegar daqui a 30 minutos.
– Vaughn está contigo?
– Não. Claro que o Vaughn teria adorado ver-te, mas infelizmente, ele tem de fazer um concerto em Londres.
Tess novamente tentou não expressar o seu aborrecimento.
– Tudo bem, eu fico à espera.
Jake tinha acabado de carregar as malas no seu Land Rover e entrou para dizer que eles estavam prontos para ir. Tess disse-lhe que a Claudine queria falar com eles.
– O Vaughn está com ela? – perguntou o Jake, a hostilidade manifestou-se na sua expressão. Ele não podia ficar na mesma sala que o homem.
– Não, ele está em Londres.
– O que quer a Claudine?
– Não sei, Jake. Ela diz que é importante. Tira minha bagagem do carro e vai para o aeroporto. Vou ficar para trás para saber o que a Claudine quer. Vou apanhar um táxi para ir para casa.
– Ok, estou a ir-me embora. Estou atrasado. – Jake beijou a Tess na bochecha e foi para a porta. – Mantém-me informado, por favor. Amo-te.
– Fica bem – disse a Tess.
Jake saiu, e dez minutos depois Claudine apareceu na entrada da garagem no seu belo Maserati cor de vinho de Borgonha.
Tess pegou nas crianças por cada mão e disse-lhes – Maman est arrivée – a mãe chegou.
As crianças gritaram como Claudine,com lindas de calças de couro bordéus da mesma cor que o carro, caminharam na direção dela. Ela agachou-se no chão e abriu os braços. Amor e beijos ao redor. Claudine pegou na pequena Thérèse e entrou na casa com Jacques a reboque.
As crianças agora queriam conferir os brinquedos que a mãe trouxe para elas. A ama tirou vários pacotes do porta-malas do carro e as crianças começaram imediatamente a rasgar o papel de embrulho das caixas.
– Você gostou dos meus filhos, Tess? Eles portaram-se bem?
Claudine não resistiu a virar a faca cada vez que lidava com a Tess, consciente de que, devido a um acidente, não podia ter filhos.
– Claudine, não tenho tempo para a tua gatinhice. Vamos ao que interessa. Sobre o que queres falar?
– Sinto muito, Tess. Eu não te queria aborrecer – Claudine disse, envergonhada. – Eu gostaria de explorar uma proposta de negócio contigo.
– Queres voltar para a SRD?
– Sim e não. Apenas ouve-me, e eu vou explicar.
– Ok, eu estou a ouvir.
– Na semana passada, Vaughn e eu jantamos na casa de um homem chamado Cristian Benoit. Ele possui vários aviões militares que a sua empresa usa para simular lutas de cães contra várias Forças Aéreas Europeias. Os militares americanos costumavam fazer esse tipo de coisas sozinhos, mas recentemente concluíram que seria muito mais barato terceirizar o papel de adversário para empresas especializadas nesse tipo de serviço.
– Ok, então os meninos gostam de brincadeiras de guerra. Eles usam jactos de guerra para voar e perseguem-se uns aos outros. Como podem os contratados fazer isso mais barato?
– Simples – elaborou Claudine. – Eles compram caças excedentes dos EUA, Europa Oriental e Israel. Eles contratam pilotos reformados da Top Gun e outros pilotos estrangeiros com as habilidades necessárias. Os contratados também criaram escolas para qualificar pilotos em várias aeronaves e tácticas de combate a cães estrangeiros, e quando eles voam, eles podem fazê-lo a um preço quatro vezes mais barato em comparação com os custos suportados pelos americanos. Outro benefício de trabalhar com os contratados é que os americanos não têm que desgastar os caças caros da primeira linha dos jactos para jogarem nos esquadrões hostis. Todo mundo ganha.
– Claudine, obviamente que sentes a falta de voar, mas agora tens uma carreira musical e dois filhos. É sensato saltar para uma nova e perigosa aventura? O que pensa Vaughn?
– Vaughn não é um factor. Francamente, estou pronta para o deixar. Eu fui divertida por um tempo, mas a gatinha dele está ficando um pouco demais.
– Claudine, tu sabias disso ao entrares. De qualquer forma, eu pensei que tinhas um casamento aberto e que fazias regularmente concertos com ele.
– Digamos que eu quero voltar ao jogo, Tess. Estou entediada.
– Quem vai tomar conta dos miúdos se alguma coisa te acontecer?
– Não há problema. Se alguma coisa acontecer, tenho certeza de que o Jake adoraria levar os bebés. De qualquer forma, não vamos entrar numa verdadeira guerra de tiroteios.
Tess ainda estava céptica. – Nós chegamos até aqui, mas tenho certeza que tens uma estratégia em mente.
– Eu pensei que tu nunca ias perguntar – disse Claudine. – Deixa-me partilhar o que estou a pensar.
Visitamos um ou dois dos contratados para descobrir como eles operam. Eles estão sempre à procura de pilotos