O Escritor (Português Do Brasil). Danilo Clementoni

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O Escritor (Português Do Brasil) - Danilo Clementoni

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Sim — acrescentou Petri. — Na verdade, enquanto vocês "crânios" estavam discutindo os mistérios do universo, baixei os dados do seu gravador pessoal.

      — Do que está falando? — perguntou Azakis, perplexo.

      — Para dizer a verdade, também me esqueci dele — continuou o Especialista. — Mas, antes de partir, ativei um sistema pessoal de gravação que deve ter guardado todas as ações de todos os membros da tripulação.

      — Sim... sim, agora me lembro. Está falando sobre essa coisinha que fixou aqui atrás de mim, não? — respondeu o capitão, enquanto ao girar o tronco, tentou apontar para um pequeno retângulo negro preso ao seu cinto cinza claro.

      — Exatamente, meu velho. E não pode imaginar o quanto funcionou. Consegui descobrir o que aconteceu com o seu sistema de controle remoto.

      — Ah, é mesmo? E o que aconteceu com ele?

      — Não vai adivinhar nunca!

      Pasadena, Califórnia – As notícias

      — E agora, o que vamos fazer com essa bugiganga? — perguntou o sujeito magro e enxuto, enquanto subia no volante do Chevrolet Corvette vermelho vivo e novinho em folha.

      — Está falando sobre o carro ou o objeto alienígena? — perguntou o comparsa gorducho, que com grande dificuldade, também tentava entrar no veloz carro esporte.

      — Estava falando sobre o controle remoto, embora ainda não entendi por quê decidiu comprar um carro como este, visto que não consegue nem entrar nele.

      — Eu diria que você também está tendo dificuldades, seu poste.

      — Exato. Não podíamos ter comprado algo um pouco mais confortável para nós dois?

      — Quando pisar no acelerador dessa fera, o motivo logo vai ficar claro — e depois de bater a porta de maneira um pouco violenta, acrescentou: — Anda, vamos.

      — Aonde?

      — De volta à base. Quero analisar detalhadamente os dados que o nosso amigo nerd nos deu e descobrir todos os segredos desse pedaço de equipamento alienígena.

      — Não vai me dizer agora que sabe mais do que ele. O cara me pareceu ter bastante conhecimento.

      — Devo dizer que o garoto fez um trabalho excelente, mas eu também fiz minha pesquisa.

      — Do que está falando? — perguntou o magrelo, perplexo.

      — O que acha que estive fazendo todas as noites durante o mês passado, na frente do computador, enquanto você roncava como um urso em hibernação?

      — Olhando sites pornográficos?

      — Mas onde fui achar você? Tenho me perguntado isso várias vezes ultimamente, sabe?

      — Foi o destino que nos uniu — respondeu o magrelo enquanto pisava fundo no acelerador, e o Corvette avançava, deixando duas marcas negras de pneu no asfalto.

      — Ei, vá devagar! — o gordo berrou, enquanto era jogado contra o assento pela aceleração repentina. — É melhor não destruí-lo logo de cara. Só paguei as duas primeiras parcelas.

      — Uau! — exclamou o magricela. — Anda como um míssil. Essa pequena joia é uma verdadeira besta.

      — Sabia que ia gostar. Mas agora, procure não atropelar essa velhinha — disse o grandão, apontando para uma frágil senhora que estava lentamente atravessando a rua. — Vamos deixá-la curtir um pouco mais a aposentadoria.

      — Relaxe, meu amigo. Está em boas mãos — respondeu o sujeito ao volante, enquanto com uma manobra abrupta, por pouco não atingia a velhinha.

      — Pois bem! — exclamou o grandão. — Você quase arrancou as roupas dela — depois ele se virou, e vendo a velhinha sacudir a bolsa, gritando todo tipo de coisas para ele, acrescentou: — Outra série de insultos como esse e será você quem não poderá desfrutar da aposentadoria — e caiu na gargalhada.

      — Esqueça. Não sou supersticioso.

      — Devia ser. E se ela praticar vodu? Você pode acabar pulando como um grilo enquanto a velha espeta agulhas no traseiro do seu bonequinho.

      — Vai parar com esse monte de besteiras e me dizer o que vamos fazer com essa coisa?

      — Ok, ok. Não fique irritado. Só estava brincando — o sujeito corpulento colocou o objeto alienígena na palma da mão esquerda novamente e disse: — O nerd pode muito bem conhecer um monte de gente, mas garanto, usei canais para a minha pesquisa que com certeza, ele não teve possibilidade de acesso.

      — Às vezes você me dá medo.

      — Quer ver uma coisa?

      — Bem, depende.

      — Nos vários arquivos que tive oportunidade de consultar a respeito dessa tecnologia alienígena, descobri que esse pequeno objeto, além de explodir espaçonaves, pode fazer um monte de coisas que são igualmente legais.

      — Mas tem certeza que realmente funcionou? — perguntou o sujeito ao volante, enquanto fazia uma curva em velocidade máxima, fazendo o passageiro esbarrar contra a porta.

      — Ei, pode ir mais devagar? Só faltava essa, a polícia nos perseguindo e nos prendendo de novo.

      — Tive uma ideia — disse o magrelo. — Ligue o rádio.

      — Acha que isso é hora de escutar musiquinhas?

      — Claro que não, seu imbecil. Coloque nas notícias.

      Embora um pouco incerto, o gordo resolveu não fazer mais perguntas, e tendo ligado o rádio, começou a navegar pelas estações até encontrar uma que estava transmitindo notícias mundiais.

      “Depois de invadirem o banco central, os quatro criminosos de máscaras, com armas e rifles automáticos, ordenaram os funcionários para encherem as sacolas de dinheiro. Toda a operação durou pouco menos que cinco minutos. Quando a polícia chegou, os assaltantes já tinham fugido. Barreiras foram montadas em todas as rotas para a cidade."

      — Que nos importa esse negócio? — perguntou o gordo, mais perplexo do que nunca.

      — Paciência, meu amigo, paciência.

      “E agora vamos voltar às manchetes. Aparentemente, temos algumas notícias interessantes. Vamos direto para o nosso correspondente em Washington, Fred Salomon."

      “Obrigado, Lisa. Estou na sala de reuniões da Casa Branca onde o Presidente acabou de chegar e está prestes a fazer uma declaração oficial. Vamos ouvir ao vivo.”

      Seguiram-se alguns momentos de silêncio e então a voz inconfundível do Presidente dos Estados Unidos da América chegou até os alto-falantes potentes do Corvette.

      “Senhoras e Senhores, primeiramente agradeço por se juntarem a nós hoje. Infelizmente, as notícias que acabei de receber não são nada animadoras. Aparentemente

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