O Escritor (Português Do Brasil). Danilo Clementoni
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— Mas o quê... — o Coronel, perplexo, apenas conseguiu sussurrar.
Da mesma forma que surgiu, a luz anormal desapareceu e tudo parecia exatamente como antes. A Lua ainda estava ali, e o sol continuava preguiçosamente o seu descente por trás das silhuetas das dunas no horizonte.
— O que foi isso? — Elisa perguntou, com assombro.
— Não tenho a menor ideia.
— Por um instante, tive receio que a Lua tivesse explodido.
— Foi mesmo inacreditável — exclamou o Coronel, que com a mão aberta por sobre as sobrancelhas, verificava o céu límpido, procurando sinais.
— Azakis.... Petri... — Elisa disse, de repente. — Alguma coisa deve ter acontecido com eles, posso sentir.
— Ah deixa disso. Talvez foi apenas o efeito do arranque dos motores da nave deles.
— Não é possível. Aquilo foi como uma explosão real. Você deve conhecer essas coisas mais do que eu, não?
— Querida — o Coronel disse impaciente. — Para conseguir ver os efeitos de uma explosão como essa, de toda essa distância, seriam necessárias, pelo menos, cem bombas atômicas explodindo simultaneamente na Lua, ou talvez até mil.
— Mas então o que aconteceu?
— Poderíamos perguntar aos nossos amigos do exército. Afinal, ainda faço parte do ELSAD. Com todo o equipamento sempre posicionado para o céu, com certeza uma ocorrência desse tipo teria sido registrada.
— Até Lulu notou.
— Acho que essa gatinha é muito mais esperta do que nós dois juntos.
— Os felinos são uma raça superior — disse Elisa, ao apanhar a gatinha de novo. — Ainda não percebeu?
— É. Os antigos egípcios também os adoravam, quase como se fossem divindades.
— Exatamente, amor — disse Elisa, contente de que a discussão mudara para um assunto em que era bastante versada. — Por exemplo, Bastet era uma das divindades mais importantes e veneradas da antiga religião egípcia, representada como ou sob a aparência de uma mulher com cabeça de gato, ou diretamente como um gato. Inicialmente, Bastet era uma divindade do culto solar, mas com o tempo, tornou-se mais e mais uma deusa do culto lunar. Quando a influência grega se estendeu para a sociedade egípcia, Bastet se tornou permanentemente uma deusa lunar, quando os gregos a identificaram com Artemis, a personificação da "Lua Crescente".
— Ok, ok. Obrigado pela aula, Ilustríssima Professora — Jack disse com ironia, enfatizando a frase e se curvando levemente. — Mas agora vamos tentar entender o que diabos acabou de acontecer lá em cima. Vou fazer uns telefonemas.
— Não tem de quê, querido, pode contar comigo sempre — respondeu Elisa, elevando a voz gradualmente, enquanto o Coronel se afastava rumo à tenda do laboratório.
Tranquila novamente e de olhos fechados, Lulu estava desfrutando das carícias que a sua amiga humana lhe dispensava sem parcimônia.
Cápsula Espacial Seis - Inspeção lunar
Após a mão invisível de temor que lhe apertara o estômago finalmente desaparecer e deixar-lhe em paz, Azakis começou a caminhar agitado na ponte de comando da cápsula, murmurando sentenças ininteligíveis.
— Quer parar de andar em círculos como um pião? — Petri lhe deu uma bronca. — Vai desgastar o chão e vamos acabar à deriva no espaço como dois satélites velhos e abandonados.
— Mas como pode estar tão calmo? A Theos foi destruída, estamos a milhões de quilômetros do nosso próprio planeta, não podemos entrar em contato com ninguém e mesmo se conseguíssemos, seria impossível alguém vir nos buscar, e o que você está fazendo? Fica aí largado na poltrona como se estivesse de férias, sentado nas falésias do Golfo de Saraan, apreciando a vista ao pôr do sol.
— Relaxe, meu velho, relaxe. Vamos achar uma solução, você vai ver.
— No momento, não consigo pensar em absolutamente nenhuma, qualquer que seja.
— Por que está tão preocupado? São as ondas gama que o seu pobre cérebro cansado está emitindo, impedindo que raciocine com lucidez.
— Acha que é isso?
— Claro — Petri respondeu com um grande e belo sorriso. — Venha e sente-se ao meu lado, respire fundo algumas vezes e tente relaxar. Você verá, em breve tudo vai parecer bem diferente.
— Talvez tenha razão, amigo — disse Azakis, enquanto ao seguir o conselho do companheiro, jogou-se pesadamente na poltrona cinza do segundo piloto, — mas no momento, consigo fazer tudo, menos relaxar.
— Se prometer ficar calmo, vou deixar que fume uma daquelas coisas nojentas e fedorentas que sempre carrega consigo.
— Na verdade é uma boa ideia. Sei que ajudaria um pouco — Tendo dito isso, tirou do bolso um charuto enrolado à mão, longo e escuro, e após cortar as pontas com um estranho aparato multicolorido, colocou na boca e acendeu. Rapidamente tragou várias vezes, deixando pequenas nuvens azuladas de fumaça dispersarem na sala. Com um leve chiado, o sistema automático de purificação de ar foi acionado. Em poucos instantes, a fumaça desapareceu e com ela, o aroma doce e acre.
— Mas assim não tem graça — exclamou Azakis, que já estava de bom humor. — Tinha me esquecido da eficiência dos nossos sistemas de purificação.
— Foi você quem os projetou — respondeu Petri. — Não poderia ter sido de outra forma.
A tensão pareceu desvanecer lentamente.
— Vamos fazer um balanço da situação — propôs Azakis, enquanto com o charuto ainda entre os lábios, habilitava uma série de hologramas que se posicionaram em pleno ar, à volta dos dois alienígenas. — Temos quatro cápsulas operacionais, incluindo a nossa. A Theos-2 já aterrissou em Nibiru e as duas estão fora do alcance de ação do sistema de comunicação de vórtices ópticos — Ele expeliu mais algumas baforadas de pequenas nuvens de fumaça, depois continuou: — Combustível e estoques de comida estão a noventa por cento.
— Muito bem, vejo que está assumindo o controle da situação de novo. Prossiga — Petri insistiu, satisfeito.
— Todos os seis membros remanescentes da tripulação estão em perfeito estado. Os escudos e os equipamentos estão em eficiência máxima. O único problema é que não temos mais o H^COM para entrar em contato com os Anciãos e reportar sobre a situação.
— E é aí que você se engana — exclamou Petri.
— O que quer dizer?
— Ainda tem um H^COM funcionando.
— Mas o único que tínhamos foi destruído com a espaçonave.