Na cama errada. Penny Jordan

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Na cama errada - Penny Jordan Sabrina

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entanto, Jeremy Discroll continuava a bater na mesma tecla. Queria convencer Leo a voltar atrás.

      – Deve haver um meio de te persuadir. Eu sei que podemos chegar a um acordo. Há um bar que acabou de abrir na cidade, com pista de dança e tudo. Estão a precisar de um executivo para montar uma sociedade. É o tipo de negócio que tem tudo para correr bem aqui. Que tal se passarmos por lá para dares uma vista de olhos, sem compromisso? Depois, voltamos a conversar, quando estiveres mais descontraído.

      – De maneira nenhuma.

      Leo ouvira boatos sobre Jeremy, que davam conta de que era uma pessoa de carácter duvidoso, que tentava sempre resolver as coisas à sua maneira, nem que para isso tivesse de recorrer a propostas indecentes.

      A princípio, Leo resolvera dar a Jeremy o benefício da dúvida, no entanto, depois de o conhecer, entendeu que os rumores tinham fundamento. A falsa generosidade daquele homem era irritante.

      Jeremy chegara ao ponto de oferecer a Leo serviços de acompanhantes. Era o tipo de coisa que Leo abominava. Para ele, qualquer lugar onde o sexo fosse comprado, onde o ser humano tivesse que se vender para dar prazer a outra pessoa, não tinha qualquer valor. Quando ouviu a proposta de Jeremy, não fez a menor questão de esconder o desprezo que sentia por aquilo.

      Mas Jeremy Discroll não se dava por vencido.

      – Não? Preferes divertir-te com mais privacidade. Bem, nesse caso, podemos arranjar-te uma mulher só para ti.

      A frieza da resposta de Leo, no entanto, provocara uma expressão de descontentamento no rosto do insistente rapaz.

      – A verdade é que a possibilidade de vires a fechar uma das fábricas está a criar muita polémica por aqui, Jefferson. Um homem com a tua reputação…

      – Garanto-te que a minha reputação sobreviverá a isso.

      Leo percebia que a sua segurança desagradava ao rapaz, assim como notara a inveja nos olhos de Jeremy, ao vê-lo chegar no seu Mercedes topo de gama. Leo viu, nesse momento, com o canto dos olhos, que o grosseiro Jeremy Discroll continuara a ler o jornal, fingindo ignorar a sua presença.

      Na página aberta, havia uma reportagem sobre um político local que tentara, sem sucesso, processar algumas pessoas por invasão de privacidade. A visita de tal político a uma casa de massagens fora o rastilho do escândalo, e o júri não se convencera da sua inocência no caso.

      – Eu não teria tanta segurança quanto à tua reputação se estivesse no teu lugar – insinuara Jeremy, continuando a olhar para o jornal, enquanto falava.

      Leo mediu-o de alto a baixo, antes de se ir embora.

      Ao entrar na sua suite, Leo franziu a testa. Não mudaria de ideias por nada neste mundo. Trabalhara duramente, durante muito tempo, para construir o seu negócio a partir do nada. Devagar e com muito sacrifício, fora construindo o seu pequeno império.

      Primeiro, deixara para trás os concorrentes e, depois, à medida que crescia mais e mais, passara a adquirir as fábricas que competiam com os seus produtos.

      Era o caso da família Discroll, que tinha duplicado a capacidade de produção das suas empresas. Agora, seria natural que Leo fechasse algumas das quatro fábricas que acabara de adquirir. Por enquanto, ainda não decidira qual delas seria fechada.

      Mas a insistência de Jeremy Discroll quase o levara à loucura.

      Cansado, entrou na suite, sem se dar ao trabalho de acender as luzes. Sendo mês de Junho, o céu ainda estava suficientemente claro, embora, a cortina fechada impedisse que a lua cheia iluminasse todo o ambiente.

      Por certo, fora a empregada quem as fechara, deixando o quarto na penumbra, mas a lâmpada da casa de banho estava acesa, e a porta, aberta. Leo franziu a testa, intrigado, e caminhou até lá para verificar.

      Olhou para o espelho, passou a mão sobre o queixo e decidiu barbear-se.

      A arrogância de Jeremy Discroll zangara-o a tal ponto que Leo acabara por concluir que os rumores a respeito daquele homem tão desagradável eram a mais pura das verdades.

      Apertando os olhos cinzentos, que herdara do pai e que eram temidos por todos os que tentavam enganá-lo, graças à sua extrema capacidade analítica, fez uma careta. Precisava de cortar o cabelo, que já se enrolava sobre o colarinho. Mas naquele momento, qualquer coisa que não estivesse relacionada com o trabalho ficava para segundo plano.

      Os seus pais costumavam dizer que não entendiam onde é que Leo arranjara tamanha determinação e ambição. Para eles, a pequena agência de notícias que possuíam bastava para que fossem felizes. Agora, estavam reformados e moravam na cidade natal da mãe, em Itália.

      Leo comprara-lhes uma propriedade perto de Florença, como presente das bodas de prata. Fora visitá-los em Maio, no aniversário da mãe.

      Ao lembrar-se do olhar que recebera dela quando lhe perguntara se não existia ninguém especial na vida dele, Leo parou a máquina de barbear. Dissera-lhe, com bom humor, que não havia, e que não tinha a menor intenção de encontrar alguém especial no futuro.

      Com uma aspereza pouco usual, a sua mãe respondera que iria até à vila à procura de uma curandeira que conhecia tudo sobre ervas e que, dizia-se, sabia fazer uma incrível poção mágica de amor!

      Leo rira muito ao ouvir tal coisa. Afinal, não tinha uma amante, porque não queria. Várias mulheres, jovens e atraentes, apareceram como candidatas. Umas discretas, e outras sem muito tacto, afirmaram que gostariam de compartilhar com ele a sua vida, a sua cama e, claro, a sua conta bancária…

      Mas Leo jamais se esquecera da época em que ganhara uma bolsa de estudos num colégio feminino e de como as meninas olhavam para ele com menosprezo, por causa do uniforme comprado em segunda mão.

      Aquela experiência ensinara-lhe uma lição que jurara não esquecer pelo resto dos seus dias. É claro que tivera namoradas, mas descobrira, para espanto da maioria das pessoas, que possuía uma verdadeira aversão ao sexo sem compromisso. Isso significava que…

      Sem querer, Leo lembrou-se da reacção explícita do seu corpo ao ver aquela mulher à entrada do hotel, quando saíra, à tarde. Pequena e cheia de curvas. Pelo menos, era assim que a imaginara sob as roupas que usava.

      Como todas as raparigas de Itália, a mãe de Leo tinha um estilo pessoal muito forte em tudo o que fazia. Por isso, ele aprendera a distinguir muito bem a mulher que sabia vestir-se com elegância. E aquela rapariga não primava pelo bom gosto.

      Nem ao menos fazia o tipo dele. Preferia as loiras, elegantes e sóbrias, mas não para a cama. Leo nunca se desviava do rumo que traçava para si, e muito menos por causa de uma mulher.

      Com um suspiro de desgosto, tirou a roupa começou a tomar banho. Quando terminou o banho, foi para a cama. Estava mais escuro, mas ainda havia luminosidade suficiente, graças à lua, que brilhava atrás das cortinas.

      Puxando as cobertas, deitou-se. Para sua surpresa, percebeu que a cama estava ocupada!

      Acendeu a luz da cabeceira e, furioso, olhou, sem acreditar naquilo que via. Sobre a almofada ao lado, espalhavam-se cachos de cabelos, com certeza uma cabeleira feminina, que ele logo reconheceu. O nariz aquilino de Leo, uma herança italiana, detectou o cheiro a álcool que

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