Casamento de compromisso. Emma Darcy

Чтение книги онлайн.

Читать онлайн книгу Casamento de compromisso - Emma Darcy страница 6

Автор:
Серия:
Издательство:
Casamento de compromisso - Emma Darcy Sabrina

Скачать книгу

mão de Nicole estava a tremer quando a agarrou. Será que ela sentia a mesma coisa que ele? Uma parte de Matt desejava que sim, mas outra queria negar que havia qualquer poder de atracção a operar ali, de qualquer um dos lados.

      Ele observou-a a guardar o bilhete e os mapas na carteira, pálpebras baixas, o vermelho dos cabelos tão vibrante que ele teve de apertar as mãos para controlar a vontade de os tocar.

      Ainda tinha o chapéu nas mãos. Mas era uma loucura pensar que podia segurar a sua refém com um chapéu. A pressa de fechar a carteira e de a pendurar no ombro dizia que ela queria ir embora. E ele deveria deixá-la ir. Qualquer outra atitude colocá-lo-ia directamente no banco dos perdedores.

      Ela conseguiu dar um passo, aumentando a distância entre eles. Então virou-se para o encarar.

      – O meu chapéu…

      Matt poderia tê-lo estendido para ela. Era a resposta mais simples. Mas um instinto perverso incitou-o a colocá-lo sobre os cabelos provocantes. Deu um passo e aproximou-se e colocou-lhe o chapéu, atento em deixar o girassol na mesma posição em que estava quando Nicole entrara.

      Uma mulher desconhecida que ele pretendera que continuasse desconhecida em qualquer assunto pessoal. A não ser o facto do seu corpo inteiro estar de súbito alerta perante o dela, à quase frágil feminilidade daquele corpo. O amarelo do girassol, lembrando-lhe o vestido dela… de botões frontais, que poderiam ser facilmente desabotoados…

      – Obrigada.

      Nicole respirou profundamente. Estivera sem fôlego?

      O pensamento excitou-o. Ganhara alguma coisa da ruiva. Com uma sensação de triunfo, Matt deu um passo atrás e sorriu.

      – Tenha cuidado com o calor daqui.

      As faces de Nicole estavam a reflectir um calor interno que o colocou nas alturas quando andou para abrir a porta da sala. Ela caminhou com passos firmes, o olhar fixo na porta. Assentiu com um gesto de cabeça para o conselho, quando passou por ele.

      Matt riu-se quando fechou a porta atrás dela.

      Definitivamente mexera com Nicole Redman.

      E de repente sentiu um imenso interesse em conhecê-la melhor. Não casar-se com ela, assegurou a si mesmo. Casamento não estava nos seus planos. Mas algumas noites quentes com a exótica menina Nova Orleães não seria nenhum sacrifício. Porque não… se ela gostava dos trópicos? Não debaixo do nariz da sua avó, claro, mas se Nicole iria fazer todos os passeios turísticos de autocarro, mais cedo ou mais tarde, teria de fazer o trajecto até ao parque Kauri King, onde as frutas exóticas cresciam.

      Empenhar-se-ia para estar lá naquele dia.

      E então ver como se sentia em relação a ela.

      Capítulo 4

      Conforme era hábito, Isabella Valeri King tomou o chá da tarde na esplanada ao lado da fonte. O som das águas era tranquilizante. Havia sempre uma brisa marinha àquela hora do dia para aliviar o calor. Gostava de estar ao ar livre com muito do seu mundo à vista, a troca de cores, de luzes, a sensação de fazer parte daquilo, de estar viva, embora não com muito tempo ainda pela frente.

      Olhou para a mulher sentada ao seu lado.

      Nicole Redman…

      Tão diferente de Gina e Hannah, tanto na aparência quanto na natureza, ainda assim compartilhava com elas a qualidade que Isabella mais admirava: a força interior de tomar decisões difíceis na vida e segui-las. O livro sobre o pai dela revelara muito sobre Nicole. Uma criança que carregara nos ombros a responsabilidade de um adulto, concentrando-se nas vantagens, deixando de lado as perdas. Uma visão muito madura para alguém tão jovem.

      Embora tivesse sofrido perdas.

      Assim como Isabella sofrera.

      As duas últimas horas passadas na biblioteca, a reviver os anos da Segunda Guerra Mundial através de fotografias e cartas, tinham-na deixado com o coração pesado. Perdera tanto o marido quanto o seu único irmão naquele horroroso conflito.

      O pai de Isabella tentara tudo para apaziguar aquela dor na comunidade de refugiados de guerra, na sua maioria imigrantes italianos, oferecendo terras que possuía para o seu povo, conversando com o departamento florestal para fornecer plantas e árvores a fim de se construir uma floresta tropical, e ao mesmo tempo mantendo os refugiados de guerra ocupados pelo trabalho. Melhor do que uma detenção inútil. Alguma coisa boa viria disso para todo mundo.

      – Após a guerra, tu e Edward podem construir uma casa lá em cima, Isabella – dissera o seu pai.

      Mas Edward não voltara da guerra e o parque Kauri King, conforme passou a ser conhecido, nunca fora o seu lar. Agora era de Matteo e Nicole, embora ainda não tivessem ido lá. O que a lembrou da jovem mulher que estava com ela há quase três semanas.

      Apenas um encontro com Matteo.

      Era uma pena ela não ter podido observar.

      Talvez não houvesse nada para observar. A beleza que via em Nicole podia não ter apetecido a Matteo. Ele não fizera nenhuma tentativa de a rever. Nem Nicole fizera algum comentário que revelasse um interesse pessoal pelo seu neto.

      Isabella pensou que não se podia forçar uma atracção mútua. A química corporal era ordenada pela natureza e ninguém de fora poderia fazer aquilo acontecer.

      De qualquer forma, era curioso que Nicole tivesse explorado informações sobre muitos dos autocarros de Matteo, e ainda assim não tivesse escolhido seguir numa das suas visitas que a pudesse colocar em contacto com ele. Porque estaria a adiar?

      Na mente de Isabella aquilo soava como uma fuga. O que poderia significar que Matteo tirara Nicole da sua zona confortável. Uma reacção negativa? Será que ele a ofendera de alguma forma?

      O seu neto mais novo não era normalmente uma pessoa agressiva. Possuía uma personalidade alegre, uma companhia agradável para a maioria das pessoas. Era mais tranquilo do que os seus dois irmãos.

      Alessandro… o pilar forte de responsabilidade.

      António… a força da competitividade.

      Matteo… o sagaz dançarino entre os outros dois, fingindo patinar através da vida como se ela fosse um jogo. Mas importava-se realmente com responsabilidades e era tão competitivo quanto António. Apenas expressava isso de forma diferente.

      Talvez alguma coisa tivesse acontecido entre Matteo e Nicole que nenhum dos dois quisesse reconhecer. Uma inesperada química poderia ser desconfortável, perturbando o controlo de ambos sobre as suas vidas. Matteo geralmente tinha controlo sobre si mesmo, enquanto que Nicole… estava sentada com um ar de tranquilidade que era provavelmente questionável, dado a tudo que estivera a pensar. Uma tempestade de sensações podia interferir na paz desejada.

      Isabella reprovou-se a si mesma. Qualquer que fosse a situação, o projecto da história tinha que estar nos trilhos e era hora de Nicole ver o que elas tinham acabado de falar.

      – Amanhã, devo passar uma boa parte do dia na organização de um casamento – declarou ela. – A noiva e a mãe virão para decidir todos os detalhes

Скачать книгу