Paixão avassaladora. Amanda Browning

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Paixão avassaladora - Amanda Browning Sabrina

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de tapetes, um trabalho que era o seu orgulho. Luke mal visitava a família, só os via unicamente um par de vezes por ano, mas aquilo tinha chegado para manter viva a chama no interior de Ellie. Então, no Natal, os seus caminhos cruzaram-se numa festa benéfica em Londres e os seus sonhos tinham-se tornado realidade, finalmente.

      Ao olhar para ele, reparou que finalmente a via como uma mulher, não como a sua irmã mais nova. Quando utilizou as suas armas de sedução, ela rendeu-se a seus pés. Converteram-se em amantes. Luke tinha-lhe dito que sempre a tinha amado, mas que tinha esperado pacientemente que crescesse. Ellie sentiu que estava no paraíso. Somente mais tarde compreendeu que ele tinha planeado aquela campanha cuidadosamente e que tinha escolhido o momento exacto.

      No entanto, apesar de desde muito cedo ter comprovado que não era o que tinha esperado, tiveram que passar dois meses de infidelidades para que abrisse os olhos. Apenas a usava, jamais a tinha amado. Ela havia sido unicamente uma base segura no meio de muitas outras mulheres.

      Nesse momento, Ellie tinha reconhecido, por fim, que não o amava, que apenas tinha sido uma ilusão. Foi como uma revelação, aperceber-se que não se tinha apaixonado por aquele homem. Na realidade, tinha sido o seu amor-próprio que tinha exigido que pusesse fim à relação. Já não era uma adolescente, era uma mulher que tinha tirado os óculos cor-de-rosa que a enganavam.

      Quando disse a Luke que tudo tinha terminado, ele sorriu e disse-lhe que voltaria para ele porque lhe pertencia e os dois sabiam isso. Ela respondeu que não era o brinquedo de ninguém. Ele tinha ficado furioso. Não estava acostumado a que as mulheres o deixassem, era ele quem as deixavas. Desprezando-o mais que nunca, Ellie tinha-se afastado dele sem olhar para trás. E, a verdade é que, seis meses depois, não estava arrependida. Deixar Luke tinha sido a decisão mais acertada da sua vida.

      Levantou a mão para agarrar a medalha de esmeralda que pendia no seu pescoço e acariciou-a como se fosse um talismã. Não ia para nenhum sítio sem ela. Tinha pertencido à sua avó e era de supor que traria sorte no amor a quem a usasse, mas, até à data, tinha falhado. Começava a duvidar que tivesse algum poder.

      A notícia do compromisso de Luke deixara-a surpreendida. O Luke que ela tinha conhecido amava demasiado a liberdade para se prender a uma única mulher. Claro que, às vezes, aconteciam coisas estranhas, pensou. Talvez se apaixonasse a sério. Fosse qual fosse a razão, tinha que mudar os seus planos por culpa dele. Sabia que se não aparecesse, Luke pensaria que ainda sentia algo por ele e que estava magoada. Além disso, a família quereria saber por que não tinha comparecido a uma ocasião tão importante, por isso na noite anterior tinha telefonado para a casa de campo com a esperança que a sua mãe respondesse ao telefonema.

      No entanto, Paul era o único que estava na casa, o que era preferível em vez de ser Jack a atender o telefonema. Ellie chamava a Jack «a besta negra», porque estava sempre a atormentá-la e a gozar com a sua paixão de adolescente por Luke. Enfim, disse afastando-o da sua mente, Paul tinha ficado contente ao saber que ia ter com eles e tinha prometido que a ia buscar. Chegava um pouco tarde, disse Ellie olhando para o seu relógio, mas não era de estranhar. Paul era um perito em vulcões e, sem dúvida, estaria diante do seu computador recolhendo dados e tinha-se esquecido totalmente dela. Ellie sorriu com malícia.

      Não se importava de esperar. Colocou-se cómoda e passeou o olhar pelo porto. Durante as férias escolares iam para ali todos os anos e sempre tinha gostado daquele lugar.

      De repente, o ruído surdo de um motor irrompeu na calma do lugar. Ellie virou a cabeça. Um Ferrari preto estava a estacionar na baía. Os olhos da rapariga abriram-se de par em par ao ver sair o seu dono; um homem de cabelo escuro, tirou os óculos de sol e atirou-os descuidadamente sobre o tablier. Era o tipo de gesto que indicava riqueza e uma exagerada confiança em si mesmo, algo que a maioria dos homens ansiava, mas poucos chegavam a conseguir. Claro que, naquele homem, parecia algo natural, o que resultava tremendamente sedutor. Curiosa, Ellie levantou-se, ficando sentada para o observar melhor, mas estava demasiado longe para o ver bem, sobretudo com a bruma levantada à distância pelo calor do sol.

      Algo na sua postura, com as mãos nas ancas, olhando em todas as direcções parecia procurar algo ou alguém. Ficou com uma estranha sensação no estômago. Talvez fosse a forma como as calças ficavam ajustadas às pernas, enaltecendo os músculos, ou a camisa azul de seda que trazia, com as mangas enroladas e os primeiros botões desabotoados.

      – Diabo! – exclamou em voz baixa. Indiscutivelmente, era o expoente perfeito da fisiologia masculina. Era a primeira vez que um homem, além de Luke, despertava nela tal interesse. Tinha pensado que não voltaria a sentir-se atraída por mais ninguém, mas era como se a sua sensualidade, à semelhança dos vulcões de Paul, não estivesse morta, mas sim adormecida. Foi como se uma nuvem negra se afastasse e deixasse passar a luz do sol no seu interior.

      O homem, ignorando que estava a ser observado, virou-se ao ouvir que alguém o chamava, dirigiu-se a um edifício próximo e desapareceu no seu interior. Ellie voltou a recostar-se com um sorriso nos lábios. Era estranho como tinha demorado tanto em voltar a reagir daquele modo perante um homem. Devia ter a verdadeira essência da masculinidade para ter acelerado o ritmo do seu coração. Tinha aparecido no momento exacto, quando tinha totalmente a certeza que Luke já não significava nada para ela. Era uma sensação fantástica. A sua resposta tinha sido instantânea, mas a sensação de formigueiro ainda permanecia no seu corpo.

      Ellie não recordava ter ficado tão atraída por alguém em toda a sua vida, nem sequer por Luke. Abanou a cabeça surpreendida. Um olhar para aquela pessoa e todo o seu corpo tinha ficado em estado de alerta. Sim, os instintos sobreviviam à civilização.

      Nesse preciso momento, a causa da aceleração do ritmo cardíaco saía do edifício e, despedindo-se com um aceno de mão e com sorrisos para quem estava dentro do edifício, começou a andar em direcção a ela. Fascinada e intrigada, Ellie admirou-o. A verdade é que, mesmo que quisesse, não conseguia afastar o olhar. A sua forma felina de caminhar atraía-a. Parecia um enorme leopardo. Nunca tinha visto alguém com tanto magnetismo, nem sequer Luke. Quem seria aquele homem?

      À medida que o homem se aproximava, conseguiu vê-lo com mais clareza e a incredulidade apoderou-se dela. Conhecia o rosto dele. A barba no queixo indicava a força do seu carácter e havia um certo humor nos seus olhos e nos seus lábios, mas, durante anos, a única coisa que tinham mostrado era brincadeira.

      Jack Thornton? Não, o destino não podia ser tão cruel. Tinha-se sentido irresistivelmente atraída por… ele? Seguramente cedo acordaria para a realidade e iria aperceber-se de que tudo não passara de um pesadelo. No entanto, estivesse acordada ou a dormir, não conseguiu despegar os olhos dele até que o ruído de uma motocicleta, arrancando em algum lugar, assustou-a e rompeu o feitiço. Pestanejou e voltou a focar o olhar no homem, mas não estava a sonhar.

      Provavelmente, não a tinha apanhado a olhar para ele, uma vez que a pala do chapéu escondia os seus olhos, mas de todas a formas baixou o olhar. Os pensamentos giravam na sua mente como um tornado. Aquilo não podia estar a acontecer com ela, era impossível. A última vez que tinha visto Jack, no Natal, não tinha acontecido nada de especial. Ela ainda estava presa pelo que pensava ser amor pelo seu irmão Luke. Por que é que tinha reagido assim?

      Fosse qual fosse a causa, o resultado era terrível. Por sorte trazia um chapéu para poder ocultar o rosto, porque tinha-o devorado literalmente com o olhar. Por amor de Deus! Se a tivesse apanhado não poderia suportar a vergonha. Aquele deslize tinha que permanecer em segredo a qualquer preço. Ele sempre a deixara furiosa. A sensação que tinha sentido era totalmente descabida, não ia permitir que tudo voltasse a acontecer. Concentrou-se em dominar os seus instintos.

      Observando entre as pestanas, apercebeu-se que Jack tinha parado a uma curta distância dela. O seu coração deu um salto. Estivesse

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