A volta do sedutor. Barbara Cartland
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Читать онлайн книгу A volta do sedutor - Barbara Cartland страница 5
Janet abaixou-se para ficar da mesma altura de Kathy.
—Estive admirando sua casa de bonecas. Também já tive uma quando tinha a sua idade, mas era bem menor do que esta.
—A minha é uma beleza. Mas eu gosto mais do cavalo.
—Qual o nome dele? Também tive um cavalo igual ao seu e o montava antes de ter um pônei de verdade.
Kathy não era nem um pouco tímida e olhou para Janet com interesse; esta aproveitou para conquistar-lhe a confiança.
—Creio que, se for para a Inglaterra, conforme sua mãe deseja que você faça, poderá ter um pônei de verdade só seu.
—Posso mesmo? Ah, isso seria maravilhoso! Eu queria um pônei, mas mamãe me disse que no jardim não há lugar suficiente para ele. Mas eu já montei de verdade quando estive do outro lado do mar.
—Montou mesmo? Em um cavalo ou um camelo?
Kathy riu.
—Nos dois! Foi muito divertido, muito engraçado montar no camelo!
—Ah, tenho certeza disso. Você vai me contar como foi. Se quiser ir até minha casa comigo, posso lhe mostrar fotografias dos cavalos que eu tinha quando morava na Inglaterra.
—Eu gostaria muito.
Janet olhou para o médico com uma pergunta tácita no olhar, e ele respondeu com um aceno de cabeça. Em seguida o Dr. Pirelli pediu a Giovanna que arrumasse algumas roupas para Kathy o mais depressa possível.
Tomando a mão da menina, o Dr. Pirelli desceu com ela a grande escadaria, e Janet seguiu-os.
Indo atrás dos dois, Janet notou que, ao deixar seu próprio quarto e passar pelo da mãe, Kathy ficou de repente muito quieta. A jovem sentiu-se comovida diante da atitude da criança: era de admirar que uma garota daquela idade tivesse aprendido a ser tão ponderada.
Só ao chegarem ao hall Kathy falou, em voz baixa, com o Dr. Pirelli:
—Posso subir e ver mamãe antes de ir com vocês?
—Creio que no momento sua mãe está dormindo, mas, se você der apenas uma espiada, acenar para ela e jogar-lhe beijos, poderá fazer isso.
—Prometo que terei muito cuidado e não farei barulho. Vou jogar muitos beijos para mamãe porque sinto tanta falta de beijá-la de verdade!
Janet compreendeu que a filha estava proibida de beijar a mãe devido aos riscos de contágio. Era uma pena ver aquela criança sozinha, tendo apenas a atenção dos criados.
Os três foram até a carruagem do médico, e este deu a Kathy uma caixa de amêndoas glaçadas.
—Obrigada! Muito obrigada!— ela agradeceu com entusiasmo e com muita naturalidade deu um beijo no rosto do Dr. Pirelli,
Abrindo a caixa a garota ofereceu doces ao médico, que não os aceitou, e então voltou-se para Janet, que serviu-se de um.
Kathy sentou-se na carruagem com a caixa de doces no colo e os foi comendo um após o outro.
—Estão deliciosos!— ela exclamou—, Giovanna disse que não devo comer muitos doces para não ficar gorda demais. Acho que mamãe deve comer bastante doces.
—Sua mãe está muito doente e não aprecia doces— o médico explicou-lhe.
—Ora, Dr. Pirelli, o senhor está demorando muito para deixar mamãe boa novamente— Kathy reclamou.
—Tenho feito o que posso— o médico respondeu, como se houvesse necessidade de colocar-se na defensiva.
—Sem poder ficar com mamãe tudo aqui fica tão aborrecido! Eu gostaria de ter um cachorrinho para brincar com ele. Mas o tio Diego sempre diz que um cãozinho iria ser um transtorno na villa.
—Tenho certeza de que você poderá ter seu cãozinho quando for à Inglaterra— Janet apressou-se em dizer.
Ela viu os olhos de Kathy se iluminarem e começou a ter esperanças de que a garota aos poucos iria se esquecer da mãe.
Janet adorava a mãe e a perdera; por essa razão podia avaliar como Kathy se sentiria quando se visse sozinha no mundo e como seria difícil ajustar-se num ambiente diverso do seu.
Ocorreu-lhe então, pela primeira vez, que, embora ela e a garota tivesse grande diferença de idade, ambas se encontravam numa situação bem parecida, nenhuma das duas tinha a quem se agarrar; estavam sós.
«Tenho certeza de que o pai passará a representar muito para Kathy», Janet pensou, otimista.
No entanto uma pergunta insistia em insinuar-se em sua mente, o Conde ficaria feliz tendo a filha de volta, depois de o terem privado de sua companhia durante seis anos?
Como aquela era uma questão que certamente não seria resolvida no momento, Janet deixou-a de lado.
Dentro de pouco tempo Giovanna voltava com uma maleta contendo algumas roupas de Kathy, além de um chapeuzinho e um casaco para a garota viajar.
—Agora posso subir e mandar beijos para a mamãe?— Kathy perguntou ao médico.
—Sim, mas primeiro converse com a enfermeira e diga o que vai fazer.
Kathy saltou da carruagem e correu para a villa, onde ficou apenas durante alguns minutos, e ao voltar trazia a boneca favorita nos braços.
—Tu já devias ter trazido Betsy comigo. Sei que ela vai gostar muito do passeio de carruagem.
—Não duvido que ela vá gostar disso e espero que você também aprecie nossa pequena viagem.
—Eu gostava tanto de passear de carruagem com mamãe! Ela costumava contar histórias sobre os lugares em que passávamos.
—Posso contar-lhe histórias também
— Janet observou.
—Você sabe histórias?
—Muitas! Muitas mesmo! Mas terá de contar algumas para mim.
—Histórias sobre o quê?
—Sobre tudo! Sobre as árvores, as flores, o mar, o céu! Na verdade, se você pensar bem nisso, verá que há lindas histórias em todos os lugares para onde olhamos!
—Que engraçado!— Kathy exclamou, rindo—, quero que me Conde todas as suas histórias.
—Quando estivermos indo para a Inglaterra terei tempo de lhe contar as minhas histórias— Janet prometeu—, mas você também irá contar suas histórias sobre a Itália, uma vez que está morando neste país há mais tempo do que eu.
—Histórias de fadas?
—Histórias de fadas, de cavaleiros andantes, de duendes e de garotas que gostam