A Noiva Americana. Barbara Cartland

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A Noiva Americana - Barbara Cartland A Eterna Colecao de Barbara Cartland

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      —Mas é claro! Estou disposto a ouvir qualquer coisa que você tenha a me dizer— replicou Seldon, com a ligeira impressão de que a sugestão de Edith não deveria ser muito plausível.

      Ela colocou o cálice sobre uma mesinha de mármore italiano, ao lado do sofá.

      —É muito simples, Seldon: você tem que dar o golpe do baú!

      Ele nunca esperara ouvir aquilo de sua prima. Olhou para Edith completamente surpreso. Ela voltou a falar:

      —Acabei de chegar dos Estados Unidos e Nova York está cheia de mulheres ambiciosas querendo casar suas filhas com aristocratas ingleses.

      —Você não pode estar falando sério, minha cara!

      —Mas é claro que sim, Seldon!— replicou Edith rindo—, desde que Jenny Jerome casou-se com Lorde Randolph Churchill, em 1874, a ambição matrimonial das grandes anfitriãs da Quinta Avenida é ver suas filhinhas usando um título de nobreza.

      —Se o que você está falando é verdade, fique sabendo que não gosto nada da ideia. Ela me deixa doente!

      —Tinha certeza de que você me diria isso. Você viveu muito tempo fora do país e nem faz ideia do grande número de ingleses que não estão se importando muito em trocar seus títulos de nobreza por alguns milhões de dólares!

      —Mal posso acreditar no que está me dizendo— murmurou ele—, e é bom ficar sabendo, desde já, que a resposta para qualquer sugestão dessa natureza será «não».

      Edith pegou o cálice, bebeu mais um gole e falou com calma:

      —Tudo bem, Seldon, e eu o admiro muito por sua atitude. Mas, depois de tudo o que me disse, e que eu já sabia, gostaria de lhe fazer algumas perguntinhas, se você me permitir.

      —E quais são?

      —Sua tia-avó me escreveu uma carta, que recebi pouco antes de deixar Nova York, contando-me que, desde a morte de seu pai, não tem recebido a pensão.

      Edith esperou Seldon dizer alguma coisa, mas, como ele permaneceu em silêncio, continuou:

      —Seu pai costumava lhe dar setecentas e cinquenta libras por ano, e essa soma era tudo o que a pobre velhinha tinha para se manter. Ela vive com dois velhos e fiéis criados, numa casa de fazenda que aliás, está em péssimas condições; e como já tem mais de oitenta anos, duvido muito que consiga sobreviver sem essa pensão.

      Seldon continuava calado e Edith continuou:

      —E há mais um número enorme de velhinhos que sempre foram sustentados por seu pai. Tenho uma lista comigo, encabeçada por sua velha governanta. Você se lembra da Srta. Chamberlain, não é mesmo? Ela recebe só duzentas libras por ano, mas como tem sessenta e sete anos e sofre de reumatismo, não pode trabalhar, mesmo que o quisesse. Todos os antigos criados de seu pai, que hoje não podem mais trabalhar, recebiam dele uma pensão. Somando tudo, são três mil e quinhentas libras por ano. Se você parar de enviar esse dinheiro, será a morte deles.

      —Impossível! Onde você acha que poderei arrumar três mil e quinhentas libras por ano?

      Edith concordou com a cabeça.

      —Sei que é impossível, mas o que faremos com esses pobres coitados? Sem essas pensões, eles acabarão morrendo!

      Seldon foi até a janela e falou irritado:

      —Mas tudo isso é simplesmente intolerável! Quando penso no dinheiro que meu pai esbanjou com mulheres, cavalos e criados, perco a calma por completo!

      —Reconheço que é difícil aceitar tudo isso, meu caro, mas não podemos fazer mais nada! Está feito!

      —Sim, Edith. Mas agora a questão é: o que eu posso fazer para resolver tudo isso?

      —A não ser que você queira que todas as pessoas desta lista morram de fome, só há uma coisa a fazer!

      —Casar por dinheiro? Mas isso é degradante, obsceno, é pior do que ter escravos, ou comprar o corpo de uma mulher num bordel!— sua voz soou forte, quase raivosa. Percebendo o silêncio da prima, ele se acalmou—, desculpe, Edith, não devia ter falado deste jeito.

      —Entendo, Seldon— disse ela gentilmente—, posso avaliar o quanto é difícil, para uma pessoa de princípios rígidos como você, aceitar uma situação assim.

      Seldon suspirou desanimado e ela continuou:

      —Mas, por outro lado, primo, esse tipo de coisa acontece na sociedade inglesa há muito tempo. Olhe para as famílias que conhecemos e respeitamos. Qual delas não tiveram que celebrar um casamento de conveniência para incrementar alguma herança? E, aqui entre nós, um pouco de sangue vermelho, com certeza, não faria mal algum a nosso sangue azul, não é mesmo?

      —Não, minha cara. Um casamento por interesse seria impraticável para mim!

      —E por quê? Não acho impraticável e sim muito prático. Talvez por ter passado tanto tempo em Nova York, acho que até entendo o fato das mães norte-americanas desejarem tanto que suas filhas se casem com nobres ingleses— Edith percebeu que ele a escutava com atenção e continuou—, muitas moças americanas são bastante atraentes, educadas e têm muita personalidade.

      Seldon parecia um pouco em dúvida e ela recomeçou, antes que ele pudesse dizer qualquer coisa:

      —Os homens americanos são diferentes. Quando jovens, concentram todas as suas energias na ambição de conseguir mais e mais dinheiro. Existem poucos homens cultos nos Estados Unidos! Eles só se preocupam com dinheiro, dinheiro e mais dinheiro!

      —Bom, Edith, vamos mudar de assunto? Não quero mais ouvir falar sobre isso, está bem?

      —Quer sim! Estou lhe dizendo, Seldon, que a única chance de salvar o nome da família, o castelo e a vida de seus inúmeros dependentes é se casar com uma moça americana bem charmosa, dona de uma imensa fortuna que você administrará como quiser. E, em troca, meu caro primo, ela só vai querer usar o título de Duquesa de Otterburn!

      —Você fala como uma alcoviteira do século passado!

      Edith riu gostosamente.

      —Se você está pensando que me insulta com essas palavras, está muito enganado! Imagino o que deve estar sentindo, mas muitos idealistas, antes de você, deixaram de encarar o mundo como um sonho e enfrentaram a realidade. Sei que considera sujo esse tipo de casamento, mas verá que não será tão desagradável assim. Prometo escolher para você uma esposa atraente e muito maleável, duas qualidades que, tenho certeza, o agradarão muito.

      Ela suspirou e voltou a falar:

      —Você tem que se casar, mais cedo ou mais tarde. Se ficar esperando uma moça inglesa para torná-la sua esposa, vai se dececionar. As inglesas são tão insignificantes perto das americanas! Só se tornam charmosas e interessantes depois de casadas, nunca enquanto são jovens debutantes— Edith riu e continuou—, sua vida não seria muito animada se se casasse com uma inglesa. Mas pode ficar sossegado: vou lhe arranjar uma americana bem atraente! E, do jeito que é bonitão, estou certa de que será facílimo encontrar uma bem rica, que lhe trará bilhões de dólares!

      —Não

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