O playboy implacável. Miranda Lee
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Mesmo assim, soltou o braço assim que pôde e lançou-lhe um olhar que lhe transmitiu, taxativamente, a mensagem de que não voltasse a tocar nela. Não ia permitir que ele tivesse o controlo da noite… ou dela.
Jeremy dominou a vontade de revirar os olhos, mas a verdade era que parecia a protagonista de um romance vitoriano. Não lera nenhum, mas conseguia imaginar como seria essa mulher: Rígida, afetada, que olhava por cima do ombro para os homens, sobretudo, os que ousavam pôr um dedo na sua pele virginal.
Alice teria encaixado perfeitamente nesse papel, à exceção de três circunstâncias. A primeira era aquele vestido. Não tinha alças e era tão justo que lhe dava uma imagem evidente de como seria nua. Teria uns seios duros, uma barriga plana e atlética, uma cintura de vespa, umas pernas compridas e bem formadas e as ancas e o rabo perfeitos para serem acariciados. A segunda era como olhara para ele quando chegara ao hotel. Não fora o olhar de uma virgem dissimulada. Comera-o com o olhar e deixara muito claro que o achava atraente. A terceira fora esse arrepio que lhe percorrera todo o corpo quando lhe tocara na nuca, embora tivesse sido sem querer. Não tinha o costume de tocar dissimuladamente numa mulher. Nunca precisara, mas fora muito eloquente que Alice tivesse reagido dessa forma.
Durante o breve trajeto de elevador, chegou à conclusão de que Alice Waterhouse era uma farsante, que se fazia de princesa de gelo com ele, mas que era apenas uma representação. Não sabia o que havia por trás, mas estava disposto a descobrir.
Capítulo 3
Alice já sabia que a sala de baile era no primeiro andar. Estivera lá naquela manhã para verificar se tinham seguido as suas instruções. Também se ocupara pessoalmente de pôr os cartões com os nomes no seu lugar e tentara satisfazer os desejos dos convidados. Cada cartão tinha o nome do convidado à frente e um número para o leilão atrás.
Saiu primeiro do elevador para que Jeremy não a agarrasse pelo cotovelo outra vez. Odiava ser brusca, mas seria se tivesse de ser e teria de ser se continuasse a tratá-la daquela forma. O seu contacto fazia-lhe coisas no corpo em que não suportava pensar.
– Por aqui – indicou ela, enquanto se apressava pelo corredor.
Alcançou-a com dois passos. Era muito mais alto e tinha as pernas muito compridas. Além disso, ela não conseguia andar muito depressa com uns saltos de dez centímetros e uma saia tão justa.
O corredor acabava por se abrir para um espaço maior onde dois empregados estavam a dar os últimos retoques numa zona paralela a uma parede e reservada para o bar.
– As bebidas prévias ao jantar estão programadas a partir das sete e meia – comentou Alice, enquanto abria a porta dupla que dava para a sala de baile. – O jantar começa oficialmente às oito e meia. Pedi-te para vires às sete para que tivesses tempo de ler a lista de lotes que vão leiloar-se e para que comentássemos como queres… proceder.
– Proceder…? – repetiu ele, enquanto se inclinava para a frente para lhe segurar a porta.
Alice conteve um suspiro. Tinha umas maneiras perfeitas. Parte dos seus recursos para seduzir seria fazer-se de cavalheiro com as mulheres. Afastaria as cadeiras da mesa, abriria as portas dos táxis… e usaria sempre preservativo.
Conseguiu, por pouco, não ficar boquiaberta. Podia saber-se porque lhe acontecera aquilo? Efetivamente, Jeremy Barker-Whittle parecia-lhe atraente, como a todas as mulheres, porque era impressionante, mas o facto de lhe parecer atraente não tinha nada a ver com querer ir para a cama com ele. No entanto, quando olhou para aqueles olhos azuis lindos e para aquela boca tão sensual, não pôde evitar questionar-se como seria ir para a cama com ele. Tinha de ser bom se a irmã de Fiona não parara de o elogiar. Conhecera a irmã de Fiona, uma verdadeira foliona que, segundo Fiona, fora para a cama com todos. De acordo com isso, também teria ido para a cama com Jeremy.
– O gato comeu-te a língua? – perguntou ele, com ironia.
Alice pestanejou, engoliu em seco e esboçou um sorriso forçado.
– Lamento muito, mas pensei em algo terrível e distraí-me.
– Alguma coisa que deva saber?
– Não. Estive um pouco obcecada com a posição dos convidados para o jantar e pensava que tinha cometido um erro numa das mesas. Mesmo assim, pode corrigir-se. O que queria dizer com «proceder» era se queres que se leiloem todos os lotes depois do jantar ou se preferes que se leiloem alguns entre os pratos.
– Claramente, é melhor leiloar entre os pratos. Isso vai manter o interesse dos convidados e evitar que se aborreçam.
– Estou de acordo. Segue-me.
Jeremy seguiu-a e desfrutou muito mais da visão do seu rabo do que da sua atitude. A sua voz e o seu olhar eram frios, mas ainda faltava muito para que pudesse conversar com ela e satisfazer a sua curiosidade.
Alice levou-o por um bosque de mesas circulares com toalhas de linho branco, faqueiro de prata, copos de cristal e uns cartões lindos com os nomes dos convidados.
– Parece tudo fantástico – comentou ele.
– Sim, é verdade – concordou, gélida.
Jeremy franziu o sobrolho e interrogou-se o que incomodaria a linda menina Waterhouse. Não podia comportar-se assim com todos os homens que conhecia. Era algo contra ele ou era outra coisa? Talvez tivesse discutido com alguém. Podia ser um namorado ausente…
– Organizaste tudo?
– Quase tudo – respondeu ela, laconicamente. – Naturalmente, o pessoal do hotel ajudou-me muito.
Chegaram ao palco, que era ao fundo da sala de baile e que podia usar-se para diferentes eventos: Concertos, entregas de prémios, apresentações… Naquela noite, tinha um atril com um microfone e uma mesa muito comprida por trás com uma variedade de objetos e um computador portátil aberto num extremo. Aquele seria o lugar de Alice, que lhe daria os objetos e iria anotando os números dos vencedores.
Jeremy olhou para o atril e pensou que não era o melhor lugar para um homem nervoso. Ele, felizmente, não o era, mas interrogou-se como Jacobs teria aguentado. Embora também não o conhecesse muito bem. Que ele soubesse, Kenneth podia ser, no fundo, um exibicionista. Ser preguiçoso não significava que fosse tímido.
Havia três lances de degraus para chegar ao palco. Alice parou a meio e, finalmente, virou-se para olhar para ele. Estava corada, mas os olhos continuavam a ser gélidos.
– Deixei a lista dos lotes no atril. Podes dar-lhe uma olhadela enquanto vou verificar os lugares.
– Está bem.
Observou-a enquanto abria caminho entre as mesas. Não parou até chegar à que era mais perto da porta. Ele encolheu os ombros e foi para o palco.
A lista era comprida e variada. Havia lembranças de eventos desportivos e de espetáculos, jantares para dois em restaurantes exclusivos, um fim de semana familiar numa casa de hóspedes de Weymouth, umas férias breves para dois em Espanha, bilhetes preferenciais para um concerto de rock, voos de ida e volta para diferentes capitais da Europa, um retrato a óleo da duquesa de Cambridge pintado por um artista