O playboy implacável. Miranda Lee

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O playboy implacável - Miranda Lee MINISERIE SABRINA

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demorou a ler a lista e voltou a deixá-la no atril, antes de pegar no maço de madeira, observá-lo e experimentá-lo, fazendo com que ecoasse na sala vazia. Os empregados levantaram a cabeça, mas Alice não. Já não estava na mesa próxima da porta. Questionou-se se não teria sido uma desculpa para não estar mais com ele do que o estritamente necessário. Cerrou os dentes enquanto saía do palco e se dirigia para a saída. Na verdade, começava a sentir-se incomodado e perturbado. Porque não gostava dele? As mulheres gostavam sempre dele e nunca o tratavam com essa displicência.

      Depressa percebeu que Alice também não estava na zona das bebidas. Já tinham começado a chegar pessoas, mas a sala não estava cheia e um cabelo loiro como o dela destacava-se em qualquer lugar.

      – Jeremy Barker-Whittle! – exclamou um homem, atrás dele. – É uma alegria ver-te aqui.

      Jeremy virou-se, contrariado. George Peterson fora seu cliente quando era assessor de investimentos. Era dono de vários estacionamentos e confiara nele para que transformasse as suas economias consideráveis numa carteira de valores que lhe permitisse reformar-se antecipadamente. Felizmente, conseguira agradá-lo. George tinha cinquenta e muitos anos, como a esposa, e gostava que não tivesse trocado a esposa por uma modelo, como muitos homens que tinham começado do zero faziam.

      – No outro dia, estive a falar com a Mandy sobre ti, não foi, querida? – George sorriu de orelha a orelha. – No mês passado, estive muito nervoso porque vendi todas as minhas ações e participações e pus o dinheiro no banco.

      – Fizeste bem, George, está tudo muito volátil, mas o dinheiro não vai crescer no banco. Talvez devesses pensar comprar alguma propriedade.

      – Vês? O que te disse, querida? O Jeremy sabe sempre o que está a acontecer. O que fazes agora, rapaz? Já tens uma namorada como é devido ou continuas a andar de flor em flor?

      Foi um acaso que Alice aparecesse naquele momento com uma taça de champanhe na mão direita, sorrindo e falando enquanto percorria a sala. Os seus olhares encontraram-se e Jeremy sorriu. George virou o rosto corado para ver quem estava a sorrir.

      – Muito bonita – comentou George. – É a tua acompanhante para esta noite?

      – Não – reconheceu Jeremy. – É a mulher que organizou tudo isto. Chama-se Alice Waterhouse. Alice! – chamou-a. – Vem conhecer uns amigos muito bons.

      Jeremy sorriu porque ela já não conseguiria evitá-lo.

      – Conheço a Alice – interveio Mandy. – Falei com ela ao telefone quando recebi a primeira mensagem por causa deste evento. Quando lhe contei como gostava dos livros do Kenneth Jacobs, disse-me que me poria na mesa dele.

      Alice esboçou um sorriso forçado e foi conhecer os amigos de Jeremy. Jeremy apresentou-lhos e ela lembrou-se depressa da sua conversa com Mandy.

      – Lamento imenso, mas o senhor Jacobs não vai poder vir esta noite. Tem uma constipação horrível.

      Alice alegrou-se por poder falar com alguém que não fosse o fastidioso Jeremy, que continuava a sorrir com aquele ar petulante, como se houvesse uma relação secreta entre os dois.

      – No entanto – continuou ela –, vamos continuar com o leilão do seu prémio. O editor dele aceitou, muito amavelmente, fazer as honras como leiloeiro.

      Alice esboçou um sorriso açucarado que não se refletiu nos seus olhos.

      – O quê? – George esbugalhou os olhos. – Está a falar de ti, Jeremy?

      – Efetivamente.

      – Desde quando és editor?

      – Desde pouco depois de deixar os bancos.

      – Há dinheiro nisso…?

      – Certamente, não – respondeu Jeremy, com franqueza –, mas, como costuma dizer-se, o dinheiro não é tudo.

      Alice reparou, embora não se importasse, que os olhos de Jeremy tinham parado de brilhar por um segundo.

      Aproximou-se um empregado com uma bandeja com bebidas e ofereceu-lhes taças de champanhe ou copos de sumo de laranja. Todos escolheram champanhe, menos Alice, que já tinha uma taça. Não podia beber demasiado se tivesse de lidar com esse Don Juan toda a noite. A sua tentativa de o evitar até ao jantar fracassara.

      – Tenho de me misturar – interveio Alice. – Vejo-vos durante o jantar, estamos todos na mesma mesa.

      – Que bom! – exclamou Mandy.

      – Eu acompanho-te – ofereceu-se Jeremy.

      – Não é preciso – replicou Alice. – Devias ficar com os teus amigos.

      – Podemos ficar sozinhos – replicou George. – Vão à vontade.

      Alice apercebeu-se do olhar de cumplicidade que George lançava a Jeremy. Preferia não imaginar o que lhe contara.

      – Porque é que o George olhou assim para ti? – perguntou ela, enquanto abriam caminho entre a multidão crescente.

      – Como?

      Ela parou e observou-o com raiva.

      – Como se estivesse a fazer de casamenteiro.

      – Não percebi…

      Alice suspirou com desespero.

      – O George é um pouco romântico – continuou Jeremy. – Não faças caso.

      Ela estava a tentar encontrar alguma coisa para dizer quando um casal, um executivo da televisão e a esposa, chamou a atenção de Jeremy. Isso foi o que aconteceu durante os quarenta minutos seguintes. Os convidados competiam para monopolizar a sua atenção como se fosse uma celebridade e presumiam que ela era a namorada dele, algo que ele nunca negou. Embora isso também não impedisse que as mulheres o seduzissem nem que ela se sentisse ridícula e irracionalmente ciumenta.

      Alice, irritada e perplexa, mal conseguia manter a sua calma habitual. Mal conseguiu conter a vontade de gritar com uma loira muito maquilhada e com umas pestanas falsas tão grandes que estavam prestes a cair. Respirou fundo, virou-se para Jeremy e sorriu com desinteresse.

      – Lamento muito, Jeremy, mas tenho de ir à casa de banho antes de começar o jantar. Vemo-nos na mesa, a nossa é a número um.

      Sentiu um alívio enorme ao afastar-se dele, mas olhou-se ao espelho e viu que tinha os olhos demasiado brilhantes, algo preocupante. Tinha de ter cuidado, muito cuidado.

      Jeremy encontrou George e a esposa quando entrou na sala de baile às oito e vinte e cinco e foram a conversar até à mesa número um, que era à frente do palco. Não via Alice e essa ausência constante desesperava-o. Como não gostava de desperdiçar energias, começou a aceitar que era possível que Alice não se sentisse atraída. No entanto, se fosse verdade, porque reagira negativamente quando algumas mulheres o tinham seduzido? Percebera a irritação na sua linguagem corporal, sobretudo, quando essa loira começara a babar-se.

      Estava a pensar nos motivos que Alice podia ter para o evitar quando apareceu no palco e se dirigiu lentamente para o atril. Estava impressionante e não

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