A noiva escolhida pelo xeque. Дженни Лукас
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Beth quase que lhe disse o seu nome, mas lembrou-se de que estava a substituir a irmã e respondeu:
– Edith Farraday. Doutora Edith Farraday. Ele sorriu.
– Ah, a menina prodígio que investiga o cancro em Houston.
– Efetivamente. E suponho que você será um empregado do xeque, certo?
Ele voltou a sorrir.
– Sim, algo assim – respondeu com humor. – Por que não está no salão?
– Porque estava aborrecida e estava um calor horrível.
O homem baixou o olhar e observou-a demoradamente. Beth corou e subiu um pouco o decote, que não conseguia esconder os seus generosos seios.
– Já sei que o vestido me fica pequeno – prosseguiu. – Não tinham nenhum para o meu tamanho.
– Ah, não? – perguntou ele, surpreendido. – Deviam tê-los de todos os tamanhos.
– E tinham, mas só para mulheres com corpo de modelo – explicou Beth. – Era vestir este vestido ou apresentar-me com as calças de ganga e camisola desportiva que tinha esta manhã. Infelizmente, molharam-se quando saí para passear, porque começou a chover.
– Não ficou no hotel, como as outras?
– Para quê? Para arranjar-me e pôr-me mais bonita quando me apresentassem ao xeque? – disse, trocista. – Sei que não sou o tipo de mulher que ele gosta. Só vim porque queria conhecer Paris.
– Por que tem tanta certeza assim de não ser o tipo de mulher de que ele gosta?
– Porque os empregados não sabem o que fazer comigo. Estou há várias horas no salão e o xeque não se dignou a apontar-me com o seu dedo.
Ele franziu o sobrolho.
– Foi mal-educado para si?
– Não, não diria tanto. Mas, de qualquer modo, ele também não me agrada.
– Como sabe? É evidente que não o investigou antes.
Desta vez foi Beth quem franziu o sobrolho. Como sabia que não se tinha dado a tal trabalho?
– Sim, sou consciente de que deveria tê-lo pesquisado na Internet – admitiu. – Mas recebi o convite há dois dias, e estava tão ocupada que…
– Ocupada? – interrompeu-a ele. – Com o quê?
Beth tossicou. Tinha estado a trabalhar sem descanso porque, caso contrário, o dono da loja se teria recusado a conceder-lhe uns dias livres. Mas não podia dizer-lhe a verdade.
– Com a minha investigação, claro – respondeu.
– Compreendo. O seu trabalho é certamente importante.
Ele olhou para ela com intensidade, como se esperasse que aprofundasse um pouco o suposto trabalho. Mas Beth, que não se lembrava de nenhum dos detalhes técnicos que a sua irmã lhe tinha dado, só conseguiu dizer:
– Sim, claro. O cancro é uma coisa muito má.
– Pois é – disse ele, arqueando uma sobrancelha.
Beth apressou-se a mudar de conversa.
– Então, trabalha para o rei? – interessou-se. – Que está aqui a fazer? Por que não está no salão?
– Porque não quero estar lá.
Beth estranhou que respondesse com uma evidência que não explicava nada. Mas não foi a sua estranheza nem a súbita brisa que lhe acariciou os braços nus que causaram o seu estremecimento posterior, mas o poderoso e perfeito corpo do homem que estava à sua frente.
Nunca se tinha sentido tão atraída por alguém em toda a sua vida. O simples facto de estar ao seu lado era avassalador. Era tão alto e forte que exalava poder por cada poro. E, se o seu corpo a entontecia, que dizer daqueles olhos negros que refletiam a escassa luz do jardim e a incitavam a mergulhar neles como que num mar escuro, profundo e traiçoeiro.
As suas emoções eram tão intensas que teve de fazer um esforço para desviar o olhar.
– Bom, vou voltar para dentro e esperarei que o rei me aponte com o dedo – disse, soltando um suspiro. – Afinal, pagam-me para isso.
– Pagam-lhe?
Ela olhou para ele com surpresa.
– Sim, claro. Todas recebemos um milhão de dólares pelo simples facto de virmos cá e, se nos convidarem a ficar, outro milhão por cada dia.
– Isso é completamente inadmissível – replicou ele, irritado. – A possibilidade de ser rainha de Samarqara deveria ser pagamento suficiente.
– Se o diz… Embora eu tenha a impressão de que o dinheiro tem algo a ver com o facto de elas cá estarem – ironizou Beth. – Até as celebridades precisam de dinheiro.
– E você? Também veio por causa disso?
– Claro – respondeu ela baixinho.
Beth não saía do seu assombro. Era a primeira vez que um homem lhe prestava tanta atenção, e não se tratava de um homem normal e corrente, mas de um que parecia saído de um conto de fadas.
Quando olhava para ela, o seu coração batia mais depressa. Quando se aproximava um pouco, a respiração acelerava-lhe de tal maneira que os seus seios subiam e baixavam perigosamente sob o corpete do justo vestido vermelho, ameaçando saírem pelo decote.
Que teria acontecido se se tivesse aproximado mais?
– Portanto, está aqui apenas pelo dinheiro… – disse ele.
– A investigação sobre o cancro é muito cara.
– Sim, imagino. Mas não sabia que pagavam milhões a essas mulheres pelo simples facto de virem.
– Ah, não?
A ignorância do impressionante desconhecido levou-a à conclusão de que não devia ter uma relação próxima com o xeque. Sentiu-se imensamente aliviada. Estava tão deslocado quanto ela, por isso não diria ao seu chefe que se tinha cruzado com Edith Farraday e que lhe tinha parecido uma tonta trémula e ofegante.
– Que relação tem com o rei? – perguntou com curiosidade. – É um dos seus secretários? Um guarda-costas talvez?
Ele abanou a cabeça.
– Não, nada disso.
– Oh, vá, é um familiar? Nesse caso, rogo-lhe que me desculpe. Como já disse, tenho tido tanto trabalho que não pude pesquisar. Poderia ter-me ligado à net no avião, mas estava esgotada. E como fui passear por Paris…
Beth odiou-se a si mesma por estar a