A noiva escolhida pelo xeque. Дженни Лукас
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– Não disse exatamente isso. Disse que só se casaria com ela se todos os seus nobres concordassem.
– E eles não concordam.
– Mas podem mudar de opinião.
– Não mudarão – replicou Omar, incomodado. – Mas surpreende-me que a Laila se tenha rebaixado a vir.
– Tal como Sua Majestade, a rapariga põe as necessidades de Samarqara à frente das suas – afirmou o vizir. – O pai dela chateou-se muito quando soube do mercado de noivas, mas Laila tranquilizou-o dizendo-lhe que lhe parecia bem e que ela também apoia as velhas tradições. Veio por motivos diplomáticos, pelo bem da nação.
Omar pensou que o milhão de dólares também não lhe cairia mal; sobretudo, tendo em conta que ganharia mais um a cada dia que ficasse. Mas, naturalmente, calou-se.
Afinal, a sorte estava lançada. Tinha trinta e seis anos e, se lhe acontecesse algo, não teria nenhum herdeiro ao trono. A sua família reduzia-se ao próprio Khalid e a um primo longínquo que nem sequer era um Al Maktoun, mas um Al Bayn. Precisava de filhos. Não conseguia arriscar-se a que Samarqara voltasse a sofrer uma guerra civil como a que tinha sofrido nos tempos do avô.
Mas também não podia arriscar-se a casar-se por amor.
Não, não voltaria a cair na armadilha da paixão. Já não era um jovenzinho inexperiente, mas um homem adulto; e, quando era assaltado por dúvidas, concentrava-se no seu trabalho e esquecia-as. Não era difícil. Os assuntos de Estado tomavam muito tempo.
Em qualquer caso, estava condenado a tomar uma decisão sobre o processo que ele mesmo pusera em marcha, o mercado de noivas. Teoricamente, os membros do Conselho tinham a última palavra a esse respeito; mas a mulher que escolhessem seria mais que uma rainha: também seria a sua esposa, a sua amante e a mãe dos seus filhos.
Omar tentou não pensar no aviso do seu vizir, que estava convencido de que casar com uma desconhecida era condenar-se a uma vida de pesares. Além disso, a opinião dos seus conselheiros não o preocupava; no pior dos casos, não escolheriam pior do que ele tinha feito quinze anos antes.
Tenso, ficou a caminhar de um lado para o outro. O protocolo ditava que não poderia ver as pretendentes até que passassem a primeira seleção. A espera estava a dar-lhe cabo da cabeça. Por isso tinha ido ao jardim, em busca de sossego. Mas, em lugar de encontrar a paz que procurava, encontrou uma mulher tão sensual quanto desconcertante.
Omar sentiu-se violentamente atraído pela beleza daquele corpo exuberante, cujas curvas desafiavam a resistência de um vestido demasiado pequeno. E, se para o caso da sua aparência física não ser tentação suficiente, a sua franqueza e naturalidade tinham feito o resto.
Durante uns minutos, tinha-se esquecido de todos os seus problemas. Estava a divertir-se. Até ela mencionar a Laila, a meia-irmã da sua falecida noiva.
Será que não conseguia escapar ao seu passado?
Omar olhou para a lua, abalado. Na altura, a ideia de organizar um mercado de noivas parecera-lhe uma forma segura de começar do zero; mas o destino empenhava-se em recordar-lhe a sua primeira tentativa de casar-se.
Tinha sido desastroso. Uma tragédia.
Por fim, cansou-se de caminhar e dirigiu-se para o salão, seguindo os passos da suposta Edith Farraday. Ao chegar, deteve-se nas sombras para que não o vissem e dedicou-se a olhar para o objeto do seu desejo, que estava a conversar com Khalid.
Os seus olhares encontraram-se ao fim de uns segundos e ele soube que tinha descoberto a sua identidade porque os seus olhos brilhavam com fúria.
Longe de incomodar-se, Omar admirou o seu sinuoso corpo com redobrado interesse. As suas últimas relações amorosas tinham sido de carácter estritamente sexual; mas quase sempre com mulheres ambiciosas e frias que não o satisfaziam plenamente. Não se pareciam nada com Ferida al Abayyi, a morena de olhos negros que morrera antes de ele poder casar com ela.
E agora, a sorte levava-o a cruzar-se no caminho de outra mulher apaixonante.
Omar observou-a demoradamente. Tinha uma cara linda, de lábios grandes, sardas no nariz e cabelo entre o castanho claro e loiro. Desgraçadamente, a escuridão do jardim impedira-o de descobrir a cor dos seus olhos e, como ela estava no extremo oposto da sala, também não conseguia decidir-se agora; mas aqueles olhos olhavam-no de tal maneira que se sentiu excitado.
Enquanto admirava as suas curvas, pensou que o vestido que levava deveria ser proibido. Não se admiraria se a peça se rompesse pelas costuras e ela ficasse nua à frente do vizir. Era uma bomba, uma verdadeira provocação. Vestida assim, conseguia fazer o que quisesse de qualquer homem; ou, pelo menos, dele.
Não conseguia pensar noutra coisa que não fosse levá-la para a cama. Só lhe tocara uma vez, no jardim, quando lhe pôs uma mão no ombro; mas a sua pele parecera-lhe suave como seda, e ardia de desejo de comprovar se o resto do corpo era igual.
Lamentavelmente, não a conseguiria seduzir. Um mercado de noivas não era um lugar adequado para isso, por muito que a ela lhe parecesse uma espécie de reality show. Era uma tradição tão antiga quanto séria.
Se queria que ela fosse dele, teria de pedi-la em casamento; mas não por poderia fazê-lo por ela ter um corpo pecaminoso, mas pelas suas habilidades. E, nesse sentido, também se destacava das outras. Afinal, a doutora Farraday estava a tentar curar o mesmo tipo de leucemia infantil que matara o seu irmão mais velho.
No entanto, a mulher com quem tinha estado a conversar não encaixava com a descrição do seu currículo. Não parecia a pessoa que se licenciara em Harvard aos dezanove anos e que, aos vinte e seis, já estava a dirigir uma equipa de investigadores em Houston. Não parecia a profissional que, segundo lhe tinham contado, nunca saía do seu laboratório.
Comportava-se como se fosse outra pessoa. Era divertida, amável e calorosa. Era-o de tal maneira que a desejava com toda a sua alma. Ou talvez a desejasse pela simples e pura razão de que não tinha nada a ver com as mulheres a que estava habituado.
De repente, ouviu-se um rumor de cochichos, o que só podia significar uma coisa: que o resto das candidatas o tinha visto e reconhecido. Omar deu meia volta então e, sem dizer uma palavra, voltou ao jardim e foi para os seus aposentos.
Já entrada a noite, Khalid bateu à porta e entrou. Omar estava à janela, a olhar para as vinte mulheres que, nesse preciso momento, entravam nas suas limusinas para regressarem ao luxuoso hotel Campania, da avenida Montaigne.
– As coisas que tenho de fazer por si, Majestade – disse o recém-chegado. – Já tomou a decisão certa? Casar-se-á com a Laila?
Omar ignorou a pergunta e respondeu com outra.
– Já escolheu as dez?
– Sim, mas não foi fácil – respondeu o vizir. – Todas são igualmente perfeitas. Todas menos a última que entrevistei, a menina Farraday. Não acho que seja o seu tipo de mulher.
– O meu tipo de mulher? – perguntou Omar, incomodado. – Por que toda a gente acha que tenho um tipo de mulher?
– Porque tem.