As Chamas Gémeas. Catherine Labbe

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As Chamas Gémeas - Catherine Labbe

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vários dias a meditar e a consciencializar-me sobre o que estava errado, que não me satisfazia, o que me poderia ferir em relação ao Amor em geral e à noção de “casal” mais precisamente.

      O que é o Amor, na realidade?

      Eu não me sentia realizada no Amor, nem dentro da relação. Apercebi-me que não tínhamos as mesmas expetativas, nem a mesma conceção de relação amorosa. Tinha a sensação constante de estar a dar muito, mas não receber de forma equivalente e satisfatória. Com o tempo, comecei a sentir que tinha de corresponder às expetativas do outro, às suas necessidades, para manter ou ganhar a sua atenção e o seu Amor. Tinha a sensação que era preciso apagar-me e não me respeitar para ser aceite e corresponder às expetativas dos outros.

      Naturalmente, por vezes, eu tinha necessidades que não eram atendidas, o que me deixava frustrada. Não me sentia realmente alinhada e em harmonia comigo e com o outro enquanto casal. Queria mudar isso, queria encontrar o equilíbrio e o alinhamento perfeitos.

      Observei o meu comportamento, os meus padrões, bem como a relação comigo mesma, com o outro e com o Amor, simplesmente.

      Foi o passo necessário para me compreender e ser capaz de fazer as transformações necessárias para um melhor alinhamento.

      Mas o que é que eu procurava no Amor afinal?

      Desejei já estar e viver em alinhamento comigo mesma, porque era frequente colocar-me um pouco à beira do caminho ou desaparecer. Queria viver o Amor sagrado em todas as suas dimensões e diferentes facetas.

      O Amor pode existir e expressar-se de tantas formas, não apenas numa relação amorosa.

      Já não queria viver esta falta de Amor, a frustração de não ser alimentado em pleno. Queria encontrar esta plenitude.

      No que diz respeito ao relacionamento no casal, eu desejava viver uma relação profunda, espiritual e autêntica. Não possuía nenhum critério específico à exceção desses.

      Formulei o meu pedido à Vida e à divina Consciência, para que me ouvisse e me acompanhasse nesta missão pelo Amor com A maiúsculo, se é assim que tem de ser.

      Foi então que, nos dias seguintes, tive um sonho durante o qual ganhei consciência, como se tivesse levado um choque elétrico, de que tinha de mudar.

      A mensagem expressava que eu não devia continuar à espera do Amor dos outros e do mundo exterior, porque já está tudo lá, em mim e na minha vida. A única coisa que eu tinha de fazer para aceder ao Amor pleno e completo era conectar-me com a frequência certa. Eu tinha de “ser” e, consequentemente, encarnar o Amor e “fazer do Amor a arte de viver a vida quotidiana”.

      A partir desse dia, senti um impulso intenso e tentei praticar diariamente o Amor como arte de viver em mim amo-me (não é um erro gramatical, gosto de escrever “amo-me” quando se trata de eu própria, tu próprio..., para sublinhar a importância do amor próprio, tanto na vida pessoal como profissional).

      Rapidamente restabeleci ligação com aspetos de mim mesma que tinham sido esquecidos. Comecei uma jornada profunda e íntima com a minha essência, com a minha alma. Tudo isto foi possível, pois todos os dias fiz pequenas mudanças, ações para me aproximar “de quem eu sou” e do que estava em sintonia com a minha alma.

      Mas havia um vazio cada vez maior que aumentava em relação à minha vida e aos relacionamentos anteriores. Tinha de me atrever a tomar decisões, a fazer escolhas sobre os meus relacionamentos, a minha vida pessoal e também a minha vida profissional.

      A mudança está longe de ser simples e confortável, mas tem sido necessária e benéfica para mim, para abrir caminho para uma nova vida e um “novo eu”.

      Eu estava a experienciar o princípio do renascimento, que era apenas o princípio de uma grande e intensa transformação. Eu sabia que havia algo à minha espera. E estava longe de imaginar o que era e como lá chegar.

      Mas senti-me acompanhada e apoiada ao longo da jornada por algo maior que eu, da ordem do Divino, o que me deu confiança e inspiração para seguir em frente.

      Quanto mais avançava, mais praticava o “Amor como arte de viver” com o que eu chamo de “bússola interna” e mais eu sentia com todo o meu ser o Amor sagrado absoluto.

      Consegui estabelecer ligação com uma vibração mais elevada de Amor, que era parte de mim, que me circundava e que formava um Todo.

      Este Amor absoluto nutria a alma. Era pleno e completo. Eu tinha acesso a este Amor sem ter de esperar ou merecer de outros. Tornei-me consciente e alcancei uma nova dimensão de Amor.

      Ao procurar conhecer-me, acabei por conhecer um Amor maior. Eu seguia o caminho da transformação através de uma nova dimensão de Amor.

      E, enquanto pensava que já tinha dado muitos passos e chegado tão longe, estava prestes a ter outro encontro que iria mudar tudo novamente e impelir-me muito mais longe...

      Era a minha alma gémea, a minha Chama Gémea.

      Enquanto avançava na minha jornada pessoal e espiritual e praticava o “Amor como arte de viver”, senti-me bem acompanhada. Nem sempre era fácil, era igualmente desconfortável por vezes..., com frequência. Não sabia onde ir, como lidar, onde começar, nem o que fazer concretamente.

      Então liguei a minha “bússola interna” para encontrar o meu rumo, fazer escolhas e seguir a minha intuição. Estava dividida entre sentimentos de excitação e medo do desconhecido, mas gostava.

      A criação da minha atividade como terapeuta foi um dos passos e das novas transformações que estavam a ganhar forma na minha vida.

      Um dia, uma vidente minha conhecida deixou um Post-it na caixa do correio com o nome e o apelido de um homem, um tal de Ludovic. Dizia apenas que ela sentia que eu devia entrar em contacto com ele e que estava relacionado com a minha atividade profissional.

      Demorei vários dias a entrar em contacto com este homem, pois não sabia qual a razão ou como fazê-lo.

      Encontrei a foto e o contacto na Internet. De imediato, senti uma impressão estranha, uma energia que fluiu através de mim e por todo o meu ser enquanto olhava para a foto.

      Senti-me compelida a contactá-lo e rapidamente combinámos um encontro como parte de um projeto profissional.

      Lá no fundo, eu sabia que não estava a conhecer um qualquer naquele dia. Mas não esperava o que estava para vir e o que a Vida tinha orquestrado para mim... Para nós.

      Estava prestes a conhecer e a experienciar a reconexão com a minha Chama Gémea, pois Ludovic era a minha alma gémea, o meu outro eu, na versão masculina. E acreditem que este tipo de reconexão desestabiliza toda uma vida.

      As almas que experienciam a reconexão subtil e/ou terrena com a respetiva Chama Gémea experienciam um processo específico a este vínculo entre almas chamado “processo PUREtm”. Trata-se de uma jornada composta por várias etapas, experiências e fenómenos atípicos específicos. É a transformação profunda do ser, poderosa e complexa.

      Neste livro, iremos abordar duas facetas do Amor intimamente ligadas, pois formam um todo: o “Amor Absoluto” e a “ligação entre as Chamas Gémeas”.

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