Entrevistas Do Século Breve. Marco Lupis

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Entrevistas Do Século Breve - Marco Lupis

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público internacional, episódios recentes, que são ainda muito recentes e dolorosos na memória de todos.

      

      

       Você é a mulher chinesa mais popular no mundo. Sente a responsabilidade deste seu papel de embaixadora?

       O termo embaixadora me amedronta um pouco... me parece um título grande demais para mim. Digamos que me sinto, na verdade, através dos meus filmes, uma ponte entre a nossa cultura e aquelas do Ocidente. Isto sim: porque, de fato, penso que entre vocês, não se conhece muito da realidade da China atual. E se um meu filme pode servir para fazer compreender ao Ocidente algo a mais sobre a nossa vida, sobre o nosso povo, sobre nós, então disto me sinto realmente orgulhosa.

      

      

       Ultimamente, porém, a imagem da China no mundo não é das melhores: execuções em massa, orfanatos da morte... Tudo isto corresponde à verdade?

       A China tem muitos problemas, isto é verdade. Principalmente, quando se olham só os eventos negativos, esquecendo aqueles positivos. Se de um país se conhecem só as distorções, é claro que a imagem que se tem é incompleta. O meu país é grande, somos mais de um bilhão de pessoas e por isso existem diferenças enormes no interior da China. E não é fácil fazer julgamentos.

      

      

       Quando decidiu aceitar o papel de Ruyi em Temptress Moon?

       Foi quase um acaso. Ou um destino profético, porque foi uma «tentação» também para mim. Propuseram-me no último momento, com as gravações já iniciadas, depois que uma atriz de Taiwan tinha decidido não continuar. Sabe que os críticos chineses compararam Temptress Moon com O vento levou ?

      

      

       Ah, e por quê?

       Não pelo conteúdo. Pela escolha dos atores. Chen viu dezenas de atores para o meu papel, assim como para O vento levou foi descartada uma atriz depois da outra antes de escolherem Vivian Leigh para o papel de Scarlett O'Hara. Assim, eu cheguei com o filme já iniciado. E não foi fácil. Queriam que interpretasse um personagem completamente diferente daqueles que faço habitualmente: aqui devo ser uma garota rica e viciada.

      

      

       Hoje, o cinema chinês atravessa um momento mágico. Mérito de diretores como Kaige e de atores como você. Mas também de nomes como John Woo ou Ang Lee, que trabalham em Hollywood .

      

      

       Penso que a razão esteja no fato que os diretores chineses unem uma técnica cinematográfica irrepreensível àquele fascínio e ao estilo únicos que pertencem à nossa cultura.

      

      

       Como começou a representar?

       Absolutamente, por acaso. Quando eu era pequena, gostava de cantar. Um dia, o meu professor de canto me disse para ir com ele ver as gravações de um roteiro para a televisão em Shandong. A diretora era uma mulher, me lembro. Quando me viu, decidiu que tinha que fazer uma parte, assim me deu para ler o roteiro. Era uma pequena parte. Mas ela disse que eu era uma atriz nata. Disse assim para a minha mãe: «Sua filha deve ser atriz». Conseguiu convencê-la e depois de dois meses entrei na escola de atuação de Pequim. Estudava duro, me lembro, comecei a fazer pequenos papéis e depois...

      

      

       Você vive entre Pequim e Hong Kong. E os jornais falam da sua nova história de amor com um homem de negócios de Hong Kong. Pensa em se transferir definitivamente para lá?

       Não creio. Gosto de Hong Kong porque é frenética. E é bom para fazer compras. Mas a acho aborrecida. Pequim é diferente. As pessoas se encontram pelas ruas e falam com você, conversam. Em Hong Kong, pensa-se só em fazer dinheiro.

      

      

       O interesse da imprensa pela sua vida particular a incomoda?

       Penso que seja inevitável. É, principalmente, a imprensa asiática que escreve com frequência coisas desagradáveis ou inventadas. Os jornais ocidentais são mais corretos.

      

      

       Na China também é importante ser bonita, para uma atriz?

       Você acha que eu sou bonita?

      

      

       No Ocidente, é considerada um símbolo sexual .

       Bem, isso me deixa satisfeita. Eu, porém, não me sinto um símbolo sexual. Talvez, possa representar a personalidade ou o fascínio da mulher chinesa, que são tão diferentes das mulheres ocidentais.

      

      

       Que projetos têm para o futuro?

       Gostaria de me casar e ter filhos, penso que a família seja muito importante na vida de uma mulher. E sem uma família, não se pode levar no próprio trabalho a verdade de cada dia.

      

      

       E os projetos cinematográficos?

       Por enquanto, não. Estou lendo muitos roteiros, mas não encontro nada que me convença. Não acho que se deva aceitar um papel só para fazer alguma coisa.

      

      

       Trabalharia com um diretor ocidental?

       Se tivesse uma parte adequada para mim, adequada a uma mulher chinesa, por que não?

      

      

       Existe um italiano com quem gostaria de trabalhar?

       Claro, Bernardo Bertolucci!

      

      

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