Entrevistas Do Século Breve. Marco Lupis

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Entrevistas Do Século Breve - Marco Lupis

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no período de três ou cinco anos poderia-se ensinar às pessoas daqueles locais como se tornar criadores de informações, gerenciar e tratá-las. Isso permitiria transformar, com um esforço modesto, a economia de muitos países, dando-lhes a possibilidade de passar da economia agrícola àquela baseada na informação. Seria, sem dúvida, positivo.

      

      

       Quais são os seus projetos futuros?

       Umas férias ( ri ). Há muitíssimos meses que estamos em um tour. Paramos algumas vezes, mas acho que preciso me desligar. No tour, existe sempre o estresse do tempo, da viagem... e depois a impossibilidade de praticar esporte. Eu jogo muito tênis, por exemplo. No que se refere ao trabalho, estou pensando em uma outra coisa como o CD-ROM. Por enquanto, acabei o meu novo álbum “Secret World Live”, um cd duplo gravado ao vivo no curso, exatamente, deste longuíssimo tour. É, na verdade, um resumo do que eu fiz até hoje, uma espécie de antologia com uma só música que poderia ser definida semi-inédita, “Across the River”. No fundo, o álbum é também um modo de agradecer àqueles que tocaram comigo neste tour massacrante. Dos “habitués” como Tony Levin ou David Rhodes à Billy Cobham e Paula Cole, que me acompanharam também para Milão, o primeiro na bateria e o segundo como vocalista.

      

      

       Tem um desejo, um sonho?

       Gostaria que existisse já os Estados Unidos da Europa.

      

      

       Por quê?

       Porque afinal está claro que na economia mundial os países pequenos não podem mais ser importantes. É preciso um organismo que os represente perante o resto do mundo, dos mercados futuros, tutelando a sua identidade cultural. Existe a necessidade de ter uma representação econômica compacta, uma união comercial para sobreviver, para competir principalmente com aqueles lugares onde a mão de obra custa pouco. E depois fazer esta divisão do mundo em dois modelos, o da Europa branca, histórica e aquele dos países pobres a desfrutar. Seria preciso celebrar as diferenças entre as pessoas de cada país, não tentar tornar todos iguais.

      

      

       3

      Claudia Schiffer

      

      

       A mais bela de todas

      

      

      

      

      

      

      

      

       Foi a mais bonita do mundo, a mais bem paga e, tudo somado, também a mais castigada. «Sou a única modelo da qual nunca se viu nem o seio» declarava orgulhosa. Até o seu contrato bilionário com a Revlon a proibia de mostrar-se sem véus.

       Pelo menos até que dois fotógrafos espanhóis da Agência Korpa derrubaram também este baluarte e o mundo inteiro pode admirar o seio perfeito ao vento da famosa Claudia Schiffer. Aquelas fotos rodaram o mundo inteiro e a imprensa internacional deu amplo espaço ao acontecimento . Só o jornal semanal alemão Bunte a colocou na capa vestida. Salvo depois dedicar-lhe, com hipocrisia, muitas páginas internas, com as fotos com os seios desnudos. E a nova Bardot protestou furiosa, anunciando queixas e pedidos de danos astronômicos.

       Graças a alguns contatos privilegiados com o ambiente da moda, decidiu aproveitar a onda de atenção provocada pelas “fotos-escândalo” para tentar entrevistá-la para o jornal semanal Panorama . Foi muito complicado, muitos telefonemas e depois longas tratativas com a sua agente, que impedia cada tentativa de aproximação jornalística. Mas a minha constância é repagada e, finalmente, em agosto de 1993, conseguiu o encontro: Claudia estava de férias com a família, nas Baleares e, deste modo, para entrevistá-la eu deveria ir lá.

       Tratava-se de um autêntico scoop , uma entrevista absolutamente exclusiva: a bela Claudia nunca tinha concedido entrevistas à imprensa italiana e, principalmente, nenhum jornalista nunca tinha colocado os pés na sua casa de férias, na intimidade da sua família. Além do mais, exatamente no local onde tinham sido tiradas as fotos-escândalo, Puerto de Andratx , na ilha de Maiorca, uma discreta baiazinha ao sul de Palma onde a família Schiffer possuía, há muitos anos, uma casa de férias.

       Aquele ano, Claudia tinha um motivo a mais para ir para lá e repousar. Tinha acabado de gravar a si mesma em um longo filme-documentário dedicado à sua vida: Claudia Schiffer special, dirigido por Daniel Ziskìnd, ex-assistente de Claude Lelouch, e rodado na França, Alemanha e Estados Unidos. As gravações tinham acabado recentemente e todas as televisões do mundo já estavam disputando para adquirir os direitos.

      

      

       Pouco antes de partir, conversando com um meu caro amigo da época, muito rico , da família proprietária de uma famosa empresa que produz ferramentas de trabalho, deixei escapar (talvez me orgulhar um pouco...) que estava para viajar para Palma de Maiorca para encontrá-la. Quando o meu amigo me disse para não reservar nenhum hotel: «eu tenho lá o meu iate» (um magnífico trinta e dois metros a vela), me disse logo. «Há cinco marinheiros além do cozinheiro sem fazer nada, por minha conta, no porto de Palma. Vá então, os faço trabalhar um pouco’!». «E quando estiver lá, peça para o levarem para Puerto de Andratx de barco, assim vai fazer também um belo cruzeiro!».

       Não deixei que repetisse duas vezes e assim no dia acertado para a entrevista desembarquei no pequeno porto, a duas horas de navegação de Palma de Maiorca, descendo do barco do meu amigo. Saudando os marinheiros, fui para o local do encontro previsto para as três e meia, no Cafè de la Vista , em frente ao cais cheio de iates.

       Certamente, a entrada em cena mais espetacular da qual tenha jamais desfrutado um jornalista, para fazer uma entrevista!

      

      

       *****

       Um pouco antes da hora marcada, chega um Audi 100 com placa de Düsseldorf: são eles. Na frente, dois homens, no banco posterior, a inseparável agente, Aline Soulier. Um pouco de desilusão: onde está ela? É só um rápido instante. Uma nuvem loura aparece atrás de Aline e se inclina para frente no banco. «Olá, sou Claudia» diz, estende a mão

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