A novela gráfica como género literário. Alexandra Dias

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A novela gráfica como género literário - Alexandra Dias

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target="_blank" rel="nofollow" href="#ulink_61b30c7a-dbd4-56d8-8485-b015327430e9">23 Ibidem.

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      «La littérature en estampes a ses avantages propres : elle admet, avec la richesse en détails, une extrême concision relative. (…) Elle a aussi cet avantage propre d’être d’intuition en quelque sorte, et, partant, d’une extrême clarté relative».

      Rodolph Töpffer

      Foi no inverno de 1830 que Frédéric Soret, tradutor de Métamorphose des Plantes, fez chegar a Johan Wolfgang von Goethe, pouco tempo antes da sua morte, dois manuscritos narrando as aventuras humorísticas de um colecionador de borboletas e de um cientista errático, ambos envolvidos em episódios burlescos e de refinado humor, o primeiro, pela constante fuga da sua autoproclamada noiva, e o segundo, por ser terrivelmente distraído. Os manuscritos, respetivamente L’Histoire de M. Cryptogame, 1830, e Voyages et Aventures du Dr. Festus, 1829, da autoria de um discreto professor, Rodolphe Töpffer, antigo colega e amigo de Soret, foram desenhados num estilo solto e irreverente, que rejeitava o ideal romântico de fusão perfeita entre homem e mulher e ridicularizava o clero, os militares e os homens da ciência48.

      Goethe encontrava-se em luto pela recente perda do seu filho. Eckermann, seu secretário à época, que tinha conhecido Töpffer no regresso de uma viagem a Itália, encoraja Soret a trazer alguns dos trabalhos apreciados por si em casa do autor. Os divertidos diários de viagem e as histórias desenhadas plenas de humor pareciam o ideal para distrair o solitário octogenário49. Apesar de conservador e da sua antipatia para com os cultores da caricatura, Goethe apreciava estes pequenos álbuns que designava por «romances em caricaturas»50:

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      Rodolphe Töpffer, Histoire de Mr. Jabot, 1833.

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      Rien de plus fou! Rien de plus étrange! Mais il y a là-dedans les germes de beaucoup de talent et d’imagination; il y a, sous le rapport de l’art, tel croquis, telle esquisse, qui montrent tout ce que M. Töpffer pourroit faire s’il vouloit y mettre toute explication dont il est capable51.

      Na correspondência trocada entre os dois amigos52, Soret comunica a Töpffer que o poeta alemão permaneceu com os manuscritos durante uns dias, olhando para algumas páginas de uma só vez, descansando depois, porque, dizia ele, «corria o risco de ter uma congestão de ideias»53. Soret acrescenta ainda que Goethe prometera escrever algo sobre os álbuns, o que veio a fazer num texto publicado postumamente no jornal literário Kunst und Alterthum em 183254. O encorajamento de Goethe – entusiasta destes «estranhos pequenos livros»55

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