Interseção Com Nibiru. Danilo Clementoni

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Interseção Com Nibiru - Danilo Clementoni

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E posso lhes garantir que são notáveis — disse Azakis, dando um tapinha afetuoso nas costas do colega.

      — Em poucas palavras, é uma espécie de sistema antigravitacional. Tem base em um princípio que, como disse, ainda está sendo estudado, mas que posso tentar resumir em algumas palavras.

      — Acho que isso seria bem melhor — comentou Elisa. — Não se esqueçam de que pertencemos a uma espécie que, se comparada à sua, pode ser definida facilmente como subdesenvolvida.

      Petri assentiu ligeiramente. Então se aproximou da representação tridimensional do estranho objeto e calmamente continuou a explicação. — Isto – que vocês chamaram de "rosquinha" anteriormente – é geometricamente definido como toroide. O anel tubular é oco, enquanto o que poderíamos simplesmente chamar de "buraco central" contém o sistema de propulsão e de controle.

      — Até aqui, está tudo claro — disse Elisa, cada vez mais empolgada.

      — Muito bem. Agora vamos examinar o princípio de operação do sistema — Petri girou a imagem do toroide e mostrou a seção interna. — O anel é preenchido por um gás, geralmente um isótopo de hélio, que, refrigerado a uma temperatura perto de zero absoluto, muda de estado e se transforma num líquido com características bem particulares. Na prática, sua viscosidade se torna quase nula e pode fluir sem gerar nenhuma fricção. Chamamos essa característica de "superfluidez".

      — Agora estou ficando um pouco perdida — disse Elisa, lamentando.

      — Simplificando, esse gás, em estado líquido, adequadamente estimulado pela estrutura do anel, será capaz de viajar dentro dele, sem nenhuma dificuldade, a uma velocidade próxima à da luz, e conseguirá mantê-la por um período teoricamente infinito.

      — Fantástico — foi tudo o que Jack comentou, e não havia perdido nem uma sílaba de toda a explicação.

      — Ok, agora acho que entendi — acrescentou Elisa. — Mas como essa engenhoca vai combater os efeitos da força gravitacional entre os dois planetas?

      — É aí que as coisas começam a ficar mais complicadas — respondeu Petri. — Digamos que a rotação do superfluido a velocidades próximas à da luz, gerem uma curvatura de continuidade espaço-tempo em volta, provocando um efeito antigravitacional.

      — Meu Deus! — exclamou Elisa. — Meu velho professor de física estaria se revirando no túmulo.

      — E não somente ele, minha querida — acrescentou o Coronel. — Se entendi direito o que esses dois senhores estão tentando nos explicar, cá estamos conversando sobre a subversão de muitas teorias e conceitos que vários dos nossos cientistas passaram a vida inteira tentando analisar e estudar. O princípio de antigravidade foi teorizado mais de uma vez, antes que qualquer um fosse capaz de prová-lo completamente. Agora finalmente temos a prova aqui, diante de nós — e ele apontou para o estranho objeto — de que isso é realmente possível.

      — Eu teria um pouco mais de cuidado — disse Azakis, atenuando um pouco o entusiasmo do Coronel. — Sinto-me obrigado a informar-lhes que essa coisa nunca foi testada em grandes objetos como planetas, ou melhor, tentamos há dois ciclos mas não terminou exatamente como esperávamos. Além disso, eventos que não antecipamos podem ocorrer, e…

      — Lá vem você, trazendo má sorte como sempre — disse Petri, interrompendo seu colega. — O mecanismo já foi demonstrado antes. Nossa própria astronave usa parte desse princípio para propulsão. Vamos ser otimistas ao menos uma vez!

      — Porque realmente não existem outras alternativas, de qualquer jeito, ou estou errada? — perguntou Elisa, com uma voz decepcionada.

      — Infelizmente, creio que não — disse Petri desolado, levemente cabisbaixo. — Na verdade, a única coisa que realmente temo é que, dado o tamanho reduzido do nosso toroide, não seremos capazes de absorver completamente todos os efeitos da força gravitacional, e uma parte dos grávitons conseguirá fazer seu trabalho, de qualquer forma.

      — Está dizendo que essa coisa poderá não ser suficiente para impedir uma catástrofe, mesmo assim? — perguntou Elisa, aproximando-se do alienígena de maneira ameaçadora.

      — Talvez não totalmente — respondeu Petri, dando um pequeno passo para trás. — Pelos meus cálculos, diria que cerca de dez por cento dos grávitons poderiam ser liberados nesse tipo de manobra.

      — Então, tudo poderia ser esforço em vão?

      — Absolutamente — respondeu Petri. — Reduziremos os efeitos em noventa por cento. Sobrará muito pouco para manejarmos.

      — Vamos chamar de "Newark". — disse Elisa satisfeita. — Agora é melhor nos apressarmos. Sete dias passam rápido.

      Base aérea Camp Adder – O refúgio

      Os dois estranhos personagens, ainda vestidos de beduínos, acabavam de entrar em seu esconderijo na cidade, quando um fraco som intermitente do laptop, ainda funcionando na mesa da sala de estar, chamou-lhes a atenção.

      — Quem diabos será? — perguntou o magro, irritado.

      O sujeito gordo, que agora estava mancando mais do que antes, aproximou-se do computador, e depois de digitar uma senha decididamente complicada, disse: — É uma mensagem da base.

      — Eles vão querer saber se a operação obteve êxito.

      — Me dê um segundo para decodificá-la.

      Uma série de símbolos ininteligíveis apareceu na tela, então depois de digitar uma combinação de códigos em sequência, a mensagem começou a aparecer lentamente.

      General capturado e levado à base aérea Camp Adder. Requer operação imediata de resgate.

      — Santo Deus! — exclamou o gordo. — Eles já sabem.

      — Como diabos conseguiram?

      — Bem, eles definitivamente têm mais ligações diretas do que nós. Não deixam escapar nada.

      — E o que esperam que a gente faça?

      — Não sei. Apenas diz aqui que devemos ir libertá-lo.

      — Vestidos assim? Não acho uma boa ideia, de modo algum.

      O sujeito alto e magro puxou uma cadeira da mesa, girou-a 90 graus e então, balbuciando uma série de gemidos intermitentes, caiu nela. — Só faltava essa!

      Ele recostou um cotovelo na superfície polida e olhou distraidamente pela janela à sua frente. Notou que as janelas estavam realmente encardidas, e aquela à direita tinha uma rachadura que percorria quase todo o comprimento.

      De repente, levantou os olhos para o companheiro, e com um sorrisinho sardônico, disse: — Acabo de ter uma ideia.

      — Eu sabia, conheço esse olhar.

      — Vá pegar o primeiro kit de primeiros socorros e me deixe dar uma olhada nesse galo que você tem na cabeça.

      — Para ser sincero, estou mais preocupado com meu pulso. Queria saber se está quebrado.

      —

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