A Cidade Sinistra. Scott Kaelen

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A Cidade Sinistra - Scott Kaelen

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e quase tão vazios quanto estavam na morte enquanto ela assentia. Entregando o arco comprido para Wayland, ela saiu correndo para recuperar a flecha.

      Enquanto Eriqwyn suspirava, Wayland disse baixinho, “Ah, Qwynie. Você é muito dura com a garota. É verdade que ela não é o peixe-lua mais brilhante no espelho d’água, mas ela não é sem habilidade.”

      “Uma habilidade que está abaixo da Primeira Guardiã de Minnow’s Beck para perder tempo em encontrar.”

      “E quanto a mim? Linisa e eu estamos somente em segundo lugar em relação a você como protetores da aldeia. Está abaixo de uma Guardiã ajudar uma jovem a se tornar uma caçadora? É claro que não. É assim que o ciclo continua e a aldeia permanece forte.”

      Eriqwyn sugou o ar através dos dentes. “Não há necessidade de me dar um sermão, velho amigo. Sei tudo isso. Mas esta garota…” Ela olhou com cara feia para Demelza que retornava. “Amaldiçoada no dia em que nasceu. Há algo sobre ela que eu não gosto nem confio. E com que frequência coelhos simplesmente caem mortos de medo?”

      “Acontece.”

      “Mas duas vezes em duas semanas? Com a mesma garota?” Ela virou-se e olhou atentamente para Wayland, mas suavizou quando encontrou seu olhar tranquilo. “Continue com seu treinamento, mas, por favor, seja econômico com seus relatórios de progresso. Não tenho nenhum desejo em saber quão mal ela está indo nem para quantas criaturas ela conseguiu fazer cara feia até a morte.”

      Wayland sorriu e virou-se para a garota quando ela parou na frente deles, a flecha na mão. “O que você aprendeu até agora hoje?” ele perguntou a ela.

      Os olhos arregalados de Demelza olharam de Wayland para Eriqwyn e de volta novamente. Sua boca trabalhou silenciosamente antes de responder. “Aprendi…”

      Eriqwyn franziu o cenho. “Sim, garota?”

      “Aprendi que…”

      Oh, pelo amor da deusa, Eriqwyn pensou.

      “Considere a pergunta,” Wayland disse, sua voz cheia de paciência.

      Demelza olhou para o coelho na mão de Wayland e após um longo instante, ela balançou a cabeça e disse, “Aprendi que o coelho não é tão esperto quanto a Melza.” Eriqwyn reprimiu um suspiro e girou nos calcanhares. Enquanto se afastava, ela ouviu Demelza acrescentar, “Contudo, ainda está morto.”

      “Um pântano,” Oriken resmungou enquanto puxava a bota do pântano com um barulho molhado. Ele olhou para a vista à frente, para a planície aberta, as árvores tortas e escassas, os tufos de bambus e feno salgado que pontilhavam toda a paisagem. “É exatamente o que precisávamos.”

      Nuvens haviam se reunido e o ar estava se tornando nublado com a chuva fina. O pântano estava intransitável a não ser que eles quisessem correr o risco de atravessá-lo, o que, para a mente de Oriken, não iria acontecer. Nosso sexto dia na estrada e não estamos nem na metade do caminho para o nosso destino, ele pensou, franzindo o cenho para a bota coberta de lama. Mesmo assim, primeiro obstáculo até agora, se você não incluir aqueles malditos primatas. Sob a atadura em seu antebraço, o arranhão da garra do cravante estava começando a coçar.

      “Vamos ter de fazer um desvio,” Jalis disse, abaixando-se para os remanescentes cobertos de vegetação da antiga estrada e tirando seus sapatos. “Você disse sul e oeste, certo?”

      “Uhuh.” Oriken esfregou um dedo no queixo barbudo para evitar coçar o braço cicatrizando. “A costa é muito mais perto do oeste do que do leste. A partir daqui, calculo trinta e dois quilômetros, mais ou menos.”

      Dagra bufou. “E que bem isso nos faz?”

      Oriken deu de ombros, agarrou a copa do seu chapéu e tirou-o. “Se formos para o leste poderíamos acabar acrescentando dias ou uma semana inteira a nossa viagem. Além disso, prefiro atravessar a costa rochosa ou praias do que atravessar um pântano.”

      “Então é o oeste,” Jalis disse, tirando suas botas da mochila e calçando-as. “Não faz sentido adivinhar a distância que o pântano cobre. Vamos seguir sua borda o mais próximo que pudermos.” Ela estendeu uma mão para Oriken e ele ajudou-a a ficar em pé.

      “E se isso levar diretamente para o oceano?” Dagra perguntou. “Nada de útil é o que fará por nós.”

      Oriken passou uma mão pelo cabelo e recolocou seu chapéu, girando de leve a aba. “Neste caso, voltamos e vamos para o leste. Por que você tem de presumir o negativo, Dag? Nenhum de nós está feliz com isso. Você precisa relaxar um pouco.”

      Dagra murmurou baixinho e encarou a charneca cheia de pântano.

      “O que foi que você disse?”

      “Nada. Esqueça.” O rosto de Dagra era uma máscara taciturna enquanto ele saía enfurecido para o oeste ao lado do pântano.

      Enquanto seguiam atrás, Oriken olhou para Jalis. “Ele está muito tenso. Se houvesse algum maldito santuário para a Díade por aqui, nós o teríamos de bom humor em pouco tempo.”

      Jalis concordou. “Estou começando a ver o quanto pedimos a ele para se juntar a nós. Não apreciei sua preocupação na taverna.”

      “Ele vai mudar de ideia. Sua fé é mais forte do que qualquer um que eu conheço, para meu aborrecimento ao longo da vida. Fará com que ele sobreviva.”

      “Espero que você esteja certo,” Jalis disse, “embora me pareça que você está colocando fé na fé de Dagra.”

      Oriken deu uma risada baixinha. “Você me pegou aí.”

      A tarde se prolongou. A chuva continuava leve, mas implacável. Jalis e Dagra usavam suas capas curtas com os capuzes puxados para cima e Oriken tinha vestido sua capa de couro de nargute. Ele estava quente, mas seco. Dagra juntou-se a eles e caminhou para o outro lado de Jalis enquanto os três caminhavam ao longo da beirada do pântano. A conversa era escassa e Oriken se viu imaginando o que havia realmente à frente deles. Eles estavam apenas alguns dias além da civilização, mas apesar da paisagem familiar de Himaera, a Colina Scapa tinha uma atmosfera própria. A vastidão da região fazia com que ele se sentisse não confinado, mas também desconfortável como se a própria região estivesse ciente da presença deles e os considerasse intrusos. O que, claro, era bobagem.

      Talvez o humor de Dag esteja me contagiando, ele pensou, em seguida balançou a cabeça. Nenhum deles era estranho a viajar e ver somente deserto de um dia para o outro, mas saber que eles se dirigiam cada vez mais profundo em uma região vasta e despovoada – uma região evitada pelos vivos e abandonada ao passado – ele não conseguia afastar a apreensão que estava começando a se infiltrar. Havia realmente uma cidade no outro lado das Terras Mortas? Se sim, então certamente era uma casca de lugar, desmoronando ao chão e consumido pela vegetação.

      Enquanto ele se arrastava, a chuva aumentou e começou a tamborilar na aba do seu chapéu. Com Jalis e Dagra caminhando ao seu lado em seus próprios pensamentos silenciosos, Oriken analisou a lenda de Lachyla. A cidade estava envolta em uma história vaga e estórias embelezadas, mas há quatro anos Oriken ouviu a melhor contada por um Tecelão de Histórias que passava por Alder’s Folly. O homem tinha parado para passar a noite no Mascate Solitário na época quando Oriken e Dagra eram novatos na guilda e novos moradores em Alder’s Folly, vivendo na casa da guilda

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