Atração De Sangue. Victory Storm

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Atração De Sangue - Victory Storm

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tudo?».

      «Na verdade, também roubei dinheiro à minha tia para comprar cigarros, depois bati numa colega minha e por fim, também copiei no teste de biologia» concluí divertida ao ver a expressão chocada sobre o rosto do Dominick.

      Não consegui controlar o riso e isto tranquilizou muito o velho padre.

      «Fizeste isto tudo?» murmurou hesitante.

      «Mas achas que eu posso fumar com todos os problemas que tenho devido à minha anemia? Para além disso, nunca poderia roubar dinheiro à minha tia, que já faz mil sacrifícios para manter-nos. A renda que recebe mensalmente mal chega para nós e estamos com um atraso de duas semanas relativamente ao pagamento de Ahmed» esclareci com voz firme.

      «Mas bateste realmente numa colega tua?».

      «Nem de perto, apesar de não te negar que gostaria de o fazer. Patty Shue é a pessoa mais repugnante do mundo. Só porque é bela e simpática acredita que é superior aos outros» deixei escapar.

      «Já te disse que deves ignorar aquela rapariga».

      «Sim, mas não o consigo fazer, pois chateia-me sempre. Diz que sou cadavérica. Imagina o comportamento dos meus companheiros masculinos quando me veem na sua presença. Um fantasma meteria menos nojo!».

      «Esquece-a».

      Soltei um grande suspiro irritada. Bastava-me falar de Patty Shue para ficar de mau humor.

      «Pelo menos diz-me se é verdade que copiaste no teste» perguntou-me, tentando mudar de discurso.

      «Não, na realidade tive um quatro» confessei aflita.

      «A tia já sabe?»

      «Não sei como dizê-lo. Penso que desta vez, vou fazer de conta que não aconteceu nada» planeei.

      «Vera» voltou a olhar para mim com o olhar carregado de crítica.

      «Estou a brincar».

      «Fizeste mais alguma coisa, por acaso?».

      «Na realidade, sim» sussurrei com um fio de voz.

      «Que coisa?».

      «Anteontem, fiz uma hemodose às escondidas».

      O padre Dominick permaneceu petrificado pelo choque.

      «Já não te chega uma dose a cada vinte dias?» perguntou-me preocupadíssimo.

      «Sim, mas ultimamente esforcei demasiado o meu organismo e dei por mim com as energias baixas. Na escola tivemos um substituto de motora, que não conhece o meu problema, por isso fez-me fazer um monte de exercícios cansativos».

      «Mas porque não lhe disseste?».

      «Ia dizer-lhe, mas depois aquela idiota da Patty Shue começou a gritar para a professora que a “doentinha”, ou seja, eu não podia fazer isto e aquilo e fiquei irritada.

      Queria mostrar que podia fazê-los!»

      «Fizeste asneira!».

      «Tu não compreendes! De qualquer forma, a culpa do meu enfraquecimento também foi minha, porque anteontem de manhã perdi o autocarro e, uma vez que a tia já tinha saído com o Ahmed para a quinta dos McDowell comprar gado, andei cerca de cinco quilómetros a pé. Cheguei à escola com uma hora de atraso, mas não me arranjaram problemas porque contei que não me senti bem pelo caminho».

      «Imagino que a tia não saiba nada de toda esta história» comentou o padre consternado.

      «Não. Só o Ahmed sabe, porque viu que eu estava mal e contei-lhe o que me aconteceu» terminei.

      Entretanto a tia voltou ao salão com um grande sorriso estampado no rosto.

      «Do que estavam a falar?».

      «Nada» exclamamos em coro.

      «Bem, ao contrário eu tenho uma esplêndida notícia para a Vera. Ao falar com o senhor McDowell, soube que o seu filho Ron, é muito bom em ciências, por isso, perguntei-lhe se estava disposto a dar-te explicações» revelou satisfeita a tia.

      «Fizeste o quê?» explodi furiosa. Ron era um verdadeiro cérebro da matemática e das ciências, mas era presunçoso e intratável por causa do seu hálito com cheiro a ratos mortos.

      «Ouviste muito bem e ao que parece precisas muito delas, uma vez que me contou que, depois do teste de ontem, ficaste com uma média de três e meio» sussurrou a tia.

      Presunçoso, intratável e traidor! Maldito.

      Como se permite revelar a minha nota à minha tia?

      Eu não disse ao seu pai que o filho tinha uma necessidade extrema de rebuçados para refrescar o hálito.

      Estava furiosa.

      «Quando pensavas dizer-me que o último teste também tinha corrido mal?»

      «Não sei. Talvez numa outra vida» procurei brincar, mas a minha tia não parecia estar com muito sentido de humor.

      Não resisti a olhar o padre Dominick, que se ria a bom rir com a típica expressão “eu te avisei!”.

      Dei-me conta que era hora de sair em retirada.

      «Então, vou estudar» despedi-me timidamente.

      «É melhor» disse de novo a minha tia com tom de ameaça.

      «Bem. Então, adeus e boa continuação sem mim» dirigi-me a Dominick.

      «Até à próxima. Adeus, Vera» cumprimentou-me o padre, abraçando-me.

      Peguei na minha mochila e noutra fatia de tarte e fui para o meu quarto, que ficava no piso superior, para refletir.

      Posei a bolsa sobre a secretária vazia.

      Como gostaria de ocupá-la com um belo computador, mas infelizmente não podíamos permiti-lo.

      Troquei de roupa, tentando abrir com cuidado a porta estragada do guarda-roupa, na esperança que o Ahmed conseguisse repará-la, e sentei-me sobre a cama pensativa, mastigando as últimas migalhas de tarte.

      O relatório de história que devia fazer para o dia seguinte podia esperar. Naquele momento tinha definitivamente de encontrar um modo para livrar-me do Ron. Antes morta que fazer uma hora de biologia com ele.

      Podia dizer-lhe que a minha doença era contagiosa.

      De certeza que uma coisa deste género o faria fugir rapidamente.

      Estirei-me sobre a cama e comecei a planear mil soluções para evitar o Ron e, já que ali estava, para destruir aquela bruxa da Patty.

      Por fim, adormeci e não pensei em mais nada.

      Quando acordei era quase hora de jantar.

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