Atração De Sangue. Victory Storm

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Atração De Sangue - Victory Storm

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aberto de manhã para o pequeno-almoço.

      Ia a descer as escadas quando ouvi a voz do padre Dominick.

      «…hemodose?».

      «Sim, sabia-o. O Ahmed contou-me. Só se sentiu mal, não creio que seja nada de grave. Pareceu-te mudada?» comentou a minha tia.

      «Não, de tudo, mas a Ordem já a tem debaixo de olho. Continuam a pedir-me relatórios atrás de relatórios e frequentemente, vem cá alguém para ver como está a situação. Ao que parece, pelo que percebi, chegam até a fazer-se passar por substitutos da sua escola. É uma vergonha!».

      «O importante é que a Vera não se aperceba de nada! Ela deve continuar a viver a sua vida aqui comigo. Uma vida tranquila» murmurou a tia Cecília com a voz afetada pela emoção.

      «Tem calma! Enquanto o cardeal Montagnard for vivo, não lhe acontecerá nada. Apesar dos pedidos do cardeal Siringer, a Ordem não pode fazer nada sem uma autorização de Montagnard e ele nunca permitiria que acontecesse alguma coisa à Vera» tranquilizou-a o padre Dominick.

      «Pois».

      Os dois ficaram em silêncio.

      Por fim, despediram-se e o padre foi-se embora.

      Fiquei parada no cimo das escadas.

      Era a primeira vez que ouvia falar de cardeais e desta Ordem. Quem eram? O que queriam?

      Mas sobretudo, porque estavam interessados em mim?

      Queria pedir explicações à minha tia, mas sabia que, desta vez, tinha que guardar isto para mim.

      Ninguém deveria saber que tinha escutado aquela conversa. Nem a tia, nem Ahmed, nem o padre Dominick.

      Na manhã seguinte, custou-me a levantar. Estive até às duas da manhã a trabalhar no relatório de história e, a seguir, não consegui pregar olho por causa da conversa que escutei às escondidas entre a tia e o padre Dominick.

      Pela enésima vez, estava atrasada e não consegui tomar o pequeno-almoço. Saí de casa a correr, apesar das reprimendas da minha tia que não queria que me cansasse e apanhei o autocarro por pouco.

      Ainda não tinha entrado na sala de aula, Patty Shue, acompanhada das suas duas amigas, Claire e Martha, aproximou-se de mim ondulando as suas ancas sensuais, enfatizadas por uma mini-saia de tirar o fôlego e dirigiu-me o beicinho mais malicioso e despeitoso que conseguiu fazer com aqueles lábios infláveis, vermelhos escarlate.

      «Vera diz-nos, como estás hoje? Prevês algum desmaio? Beh, caso percas os sentidos, sabemos quem chamar. Tenho a certeza que o Ron não hesitaria em fazer-te respiração boca a boca! Sobretudo depois das suas explicações, certamente que precisarás!» aquela bruxa sorriu.

      E assim, já se tinha espalhado o rumor acerca de mim e do Ron.

      Quem poderia ter-me humilhado perante todos, senão ele?

      Felizmente, tinha feito uma hemodose há muito pouco tempo, logo a vista estava bem reativa.

      Num instante, o meu olhar furioso correu a indagar o culpado.

      Eis!

      O Ron encontrava-se tranquilo no seu banco a copiar desenhos numa folha.

      Aproximei-me.

      «Ron» pronunciei com o tom de voz mais frio possível.

      «Vera, olá. Imagina só, estava mesmo a pensar em ti».

      «Ah sim?».

      Óbvio, depois do que tinha feito!

      «Sim, estava mesmo agora a passar-te alguns exercícios simples para esta folha assim, da primeira vez que nos encontrarmos, pode ser mesmo amanhã se quiseres, podemos examiná-los juntos. Aqui, por exemplo, deves escrever como se chamam as partes do corpo que te desenhei» disse-me todo emocionado, mostrando-me a folha.

      Fiquei espantada. Seria possível que não se apercebesse do que tinha feito?

      Antes daquela noite, todos pensariam que eu e o Ron, conhecido como “Hálito Podre”, andávamos juntos.

      Sem sombra de dúvidas, deveria agradecer a Patty por tudo aquilo.

      Não sabia bem quando nem como, mas após as aulas da manhã, todos reuniram-se no refeitório, onde estava um grande burburinho.

      Durante a tarde, começaram os primeiros olhares e risadinhas.

      No autocarro de regresso a casa, estava já noiva com o Ron há um mês, segundo os rumores que circulavam nas proximidades.

      Faltou pouco para afixarem cartazes: “A história de amor entre a Pálida Vera e o Hálito Podre”.

      Estava enojada.

      Quando cheguei a casa, encontrei a tia Cecília com os cabelos amarrados numa suave trança dourada e com um enorme avental verde, determinada a preparar as conservas de tomate para o inverno.

      Descalcei nervosamente os sapatos e atirei a mochila ao chão, antes de correr para a minha tia e carregá-la com os meus problemas.

      «Aqui faz falta pão e mel» disse-me ao escutar quanto rancor havia na minha voz ao falar da Patty e do Ron.

      «Por acaso, acreditas realmente que vou às explicações com aquele cretino?» desabafei.

      Entretanto a tia preparou-me o lanche.

      «Come para te acalmares» disse-me estendendo-me uma fatia de pão e ignorando as minhas palavras.

      Devorei o pão, continuando a falar, cuspindo migalhas aqui e acolá. Todavia, por fim acalmei-me. Era o mel. Quando estava nervosa ou zangada, o sabor do mel tinha sempre um efeito relaxante em mim.

      «Obrigada» sussurrei finalmente.

      «Bem, então agora que já lanchaste e que desabafaste, aconselho-te a correr para o quarto para estudar biologia, se queres fazer-me mudar de ideias quanto às aulas com o Ron» exclamou a tia Cecília.

      « Oh, obrigada!».

      Corri a abraçá-la. Sabia que ia compreender!

      «És a minha tia preferida!» acrescentei.

      «Óbvio, sou a tua única tia».

      Desatamos a rir juntas e depois pôs-me a estudar.

      Prometi a mim mesma que melhoraria a minha média em ciências. Estudei biologia três dias seguidos e no fim, fiz uma prova oral.

      Sete.

      Aquela nota bastou para convencer a minha tia a anular o compromisso que tinha com o Ron.

      Sentia-me no sétimo céu.

      Não me interessava se o Ron tinha levado a mal, porque se tinha sentido rejeitado. Estivemos quase juntos de verdade.

      Também

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